Guerra dos Ducados do Elba: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Dybbol Skanse.jpg|thumb|300px|A [[batalha de Dybbøl]], por [[Jørgen Valentin Sonne]], [[1871]].]]
 
A '''Guerra dos Ducados do Elba''', também conhecida como '''Guerra dos Ducados''', '''Segunda Guerra do Schleswig''', '''Guerra Dano-Prussiana''' ou '''Guerra Dinamarquesa''', foi travada em [[1864]] entre a [[Dinamarca]], de um lado, e, de outro, ao [[Reino da Prússia]] e ao [[ÁustriaImpério Austríaco]], estas agindo em nome da [[Liga Alemã]]. Tal como a [[Primeira Guerra do Schleswig]], foi travada pelo controle dos [[Schleswig-Holstein|ducados do Schleswig e do Holstein]], cujo status foi finalmente definido por uma partilha após a [[Primeira Guerra Mundial]], quando o [[Jutlândia do Sul|Schleswig Setentrional]] votou pela reunião com a Dinamarca.
 
== A Questão dos Ducados ==
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A extinção da linhagem real masculina da Dinamarca, com a morte do Rei [[Frederico VII da Dinamarca|Frederico VII]], criou para os dinamarqueses o problema de como manter o seu controle sobre o [[Schleswig-Holstein]], cobiçado por advogados da [[unificação Alemã]] (as regras sucessórias dos ducados - que adotavam a [[lei sálica]] - diferiam das dinamarquesas em caso de inexistência de herdeiro varão).
 
Em seguida à agitação causada pelas [[Revoluções de 1848]] (e com a questão sucessória dos ducados em mente), Frederico promulgou uma [[constituição]] democrática comum à Dinamarca e ao Schleswig, provocando um movimento separatista nos ducados, apoiado pela [[Reino da Prússia|Prússia]], que levou à eclosão da [[Primeira Guerra do Schleswig]] ([[1848]]-[[1851]]).

As grandes potências européias, interessadas em conter a Prússia, pressionaram-na a acatar em [[1852]] os termos da convenção de Londres de [[1850]], pela qual [[Reino Unido]], [[França]], [[Rússia]] e [[Reino da Suécia e Noruega|Noruega-Suécia]] reafirmavam a integridade da Dinamarca, que recebia de volta o Schleswig-Holstein e, pelo protocolo adicional de [[1852]] com a [[Império Austríaco|Áustria]] e a Prússia, comprometia-se a não criar com o Schleswig laços mais estreitos do que os deste com o Holstein.
 
Com a subida dos liberais ao poder em [[Copenhague]], o Rei [[Cristiano IX da Dinamarca|Cristiano IX]] foi persuadido a assinar em [[18 de novembro]] de [[1863]] uma nova constituição conjunta com o Schleswig, o que contrariava o disposto no protocolo de 1852 e veio a ser o pretexto para que a Prússia e a Áustria interviessem militarmente contra a Dinamarca.
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== O conflito ==
 
Desta vez, as potências européias estavam distraídas com outros problemas e não acorreram em apoio à Dinamarca, que se viu frente à poderosa máquina militar da [[Reino da Prússia|Prússia]].
 
Após a [[Batalha de Dybbøl]], os dinamarqueses, incapazes de defender a fronteira dos ducados, recuaram para o território da Dinamarca. As tropas da aliança austro-prussiana continuaram a avançar e, com a capitulação dinamarquesa, Prússia e [[Império Austríaco|Áustria]] assumiram a administração do Schleswig e do Holstein, respectivamente. A paz foi celebrada com o [[Tratado de Viena (1864)|Tratado de Viena]], de [[1864]], pelo qual a Dinamarca cedia os dois ducados à Prússia e à Áustria. Estas duas potências, por sua vez, concluíram entre si a [[Convenção de Gastein]], que dispunha sobre a administração dos ducados.
 
== Conseqüências ==
 
As ambições territoriais prussianas deram fruto em [[1866]], quando desentendimentos acerca da administração dos ducados provocaram a [[Guerra Austro-Prussiana]] de 1866, pela qual a [[Reino da Prússia|Prússia]] anexou definitivamente o Schleswig-Holstein. A Guerra dos Ducados pode, portanto, ser vista dentro do contexto da expansão prussiana e dos planos de [[Otto von Bismarck|Bismarck]] no sentido de [[unificação Alemã|unificar a Alemanha]] sob o controle da Prússia.
 
A Questão dos Ducados do Elba era considerada tão complexa - devido à mistura de residentes dinamarqueses e alemães, à confusa rede de obrigações feudais e aos interesses nacionais das diversas potências européias envolvidas - que [[Henry John Temple|Lorde Palmerston]], primeiro-ministro britânico à época, comentou que apenas três pessoas entendiam a questão do Schleswig-Holstein: "uma morrera, outra enlouquecera e a terceira era ele próprio, que esquecera". Ao que parece, porém, Bismarck era a quarta pessoa.