Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Salvadorjo (discussão | contribs)
Salvadorjo (discussão | contribs)
Linha 219:
*A medicina combina aspectos da engenharia (sempre indutiva) e da ciência (dedutiva: a indução é importante para recolher informações mas é sempre necessária na ciência a prova das afirmações). Mas a medicina está hoje completamente "uniformizada". 90% dos livros que usei nos meus estudos (relativamente recentes) eram escritos nos EUA. Mesmo na frança e alemanha usam esses livros, e mesmo os escritos por franceses dizem as mesmas coisas. Há algumas diferenças importantes nos cursos médicos entre EUA e UE, mas dentro da UE, entre RU e Portugal, por exemplo, não há diferenças porque há directivas e acordos que estabelecem regras. Entre o curso médico do Imperial college e o da uni de lisboa há menos diferenças que entre o do Imperial e o de Glasgow por exemplo. A equivalência é total. Com um curso de medicina de portugal podes dentro da UE concorrer em igualdade absoluta com os locais para entrares no sns de outro país, e é proibido mesmo um simples teste de linguas. Neste campo já há de facto apenas uma europa.
*Não diria que há melhor investigação médica no RU que na França ou Alemanha, talvez mesmo o contrário. A investigação médica francesa tem muito melhor reputação (foram eles que descobriram o HIV por exemplo), e a qualidade dos hospitais alemães é muito superior à dos britânicos (mesmo depois do Blair despejar para lá biliões). Quanto aos EUA a questão é que lá há 3x mais dinheiro. Eles não têm SNS e se por um lado os pobres vivem sem cobertura e se tiverem uma doença crónica são obrigados a viver com ela (porque os custos são altos e o estado quase não ajuda), por outro os ricos pagam muito mais aos hospitais e universidades privadas. Eu admiro os EUA em muitas coisas mas acho que viver doente ou ignorante não é ser livre. Em algumas coisas é preferivel o estado pagar, mesmo que a investigação sofra um pouco. E é interessante como são cientistas europeus educados nas escolas públicas da europa que fazem, emigrados nos estados unidos e com o dinheiro americano, a maior parte das descobertas e publicações mais significativas... [[Usuário:Salvadorjo|Salvadorjo]] 00:23, 9 Setembro 2005 (UTC)
 
== Re:Perspectivas ==
Repara que eu não sou marxista e que a minha concepção de classes tem a ver com o facto de as obstruções e rigidez sociais criadas pela nobreza e outras classes altas auto conscientes (em oposição às classes altas em influência mas classes médias na ideologia) que pretendem separar-se das outras pessoas diminuir as liberdades (mesmo quando o regime é do ponto de vista estatal democrático e liberal, pois o estado não é tudo) e a mobilidade social e assim limitar o crescimento e evolução das sociedades, pois impede que os mais motivados e criativos cheguem aos postos de decisão e influência.
 
A medicina está hoje completamente "uniformizada". Os livros e as teorias são os mesmos, os métodos cientificos iguais e os procedimentos rigorosamente idênticos. Em ciência não há nações como nas letras em que alguns países tendem mais para um lado e outros para o outro porque nada se pode provar. Em medicina se um método é mais barato ou salva mais 1% dos doentes é esse o método. Se é com empirismo ou dedução que se prova isso é indiferente, mas quase sempre surge a indicação empirica a partir do estudo exaustivo que depois é provada e explicada dedutivamente. Ambos os métodos são sempre complementares em ciência. Nas letras é que como tudo é incerto uns querem ir para a frente com as deduções e outros ficar atrás na certeza das induções. Na medicina assim como em todas as ciências ou engenharias essas distinções não existem, porque tudo pode ser provado. Há apenas uma excepção, a psiquiatria, em que a incerteza é apenas um pouco menor que a das letras. Mas ninguém receita um fármaco psicoactivo baseado em deduções, apenas em induções (a não ser que queira perder a licença).
 
Não diria que há melhor investigação médica no RU que na França ou Alemanha, talvez mesmo o contrário. A investigação médica francesa tem muito melhor reputação (foram eles que descobriram o HIV por exemplo), e a qualidade dos hospitais alemães é muito superior à dos britânicos (mesmo depois do Blair despejar para lá biliões). Quanto aos EUA a questão é que lá há 3x mais dinheiro. Eles não têm SNS e se por um lado os pobres vivem sem cobertura e se tiverem uma doença crónica são obrigados a viver com ela (porque os custos são altos e o estado quase não ajuda), por outro os ricos pagam muito mais aos hospitais e universidades privadas. Eu admiro os EUA em muitas coisas mas acho que viver doente ou ignorante não é ser livre. Em algumas coisas é preferivel o estado pagar, mesmo que a investigação sofra um pouco. E é interessante como são cientistas europeus educados nas escolas públicas da europa que fazem, emigrados nos estados unidos e com o dinheiro americano, a maior parte das descobertas e publicações mais significativas... [[Usuário:Salvadorjo|Salvadorjo]] 00:33, 9 Setembro 2005 (UTC)