Eduardo Mondlane: diferenças entre revisões

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Em [[1961]], visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a [[UDENAMO]] (União Democrática Nacional de Moçambique), a [[MANU]] (''Mozambique African National Union'', à maneira da [[KANU]] do [[Quénia]] e de tantas outras) e a
[[UNAMI]] (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da [[Tanzania]], [[Julius Nyerere]] – a [[FRELIMO]] foi de facto criada na TanzaniaTanzânia, com base naqueles três movimentos, em [[25 de Junho]] de [[1962]] e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente, com [[Uria Simango]] como Vice-Presidente.
 
Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na [[Argélia]] e, entre eles, contava-se [[Samora Machel]] que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já treinados na TanzaniaTanzânia, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
 
A luta armada foi desencadeada em [[25 de Setembro]] de [[1964]], com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao [[posto administrativo]] de [[Chai]], na província de [[Cabo Delgado (província)|Cabo Delgado]], a cerca de 100 Km da fronteira com a TanzaniaTanzânia. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha e [[Lázaro Nkavandame]], que tinha sido nomeado Secretário Provincial do movimento para aquela província, foi quem organizou esse sistema; mais tarde, verificou-se que ele guardava os lucros para si e seus colaboradores e acabou por desertar, em [[1969]], pouco depois da morte de Mondlane.
 
Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: [[Mateus Gwengere]], um padre [[catolicismo|católico]] que tinha aliciado muitos jovens da sua província ([[tete (província)|Tete]]) e era professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a maior parte dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em Março de 1968, verificou-se um motim, seguidoseguído pelo abandono quase massiçomaciço dos estudantes que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em Maio, uma multidão de [[makonde]]s invadiu os escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité Central, [[Mateus Sansão Muthemba]] – exigiam a independência imediata de [[Cabo Delgado (província)|Cabo Delgado]]. Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na TanzaniaTanzânia, mas o Comité Central decidiu realizá-lo em [[Matchedje]], nas zonas libertadas do [[Niassa]], em Julho de 1968.
 
Nesse congresso – o II Congresso da FRELIMO -, Mondlane foi reeleito como presidente e Uria Simango como vice-presidente, mas foi ainda criado um conselho executivo, que incluía a presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a política definida de lutar pela ''“independência total e completa”'' de Moçambique e não apenas de parte dele.
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Eduardo Mondlane a [[3 de Fevereiro]] de [[1969]], morreu ao abrir uma encomenda que continha uma bomba. Mais tarde, descobriu-se que a encomenda tinha sido preparada em Lourenço Marques, pela [[PIDE]], a polícia política portuguesa, mas como chegou ao seu gabinete e porque foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.
 
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional de Acção Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante, deixou um livro ''"Lutar por Moçambique"'', que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o país.
 
=={{Veja também}}==