Odorico Mendes: diferenças entre revisões

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'''Manoel Odorico Mendes''' ([[São Luís (Maranhão)|São Luís do Maranhão]], [[24 de Janeiro]] de [[1799]]; [[Londres]], [[17 de Agosto]] de [[1864]]), foi um [[político]], publicista e [[humanista]] [[Brasil|brasileiro]], autor das primeiras traduções integrais para português das obras de [[Virgílio]] e [[Homero]].
 
==Biografia==
Descendente de família tradicional do [[Maranhão]], Odorico Mendes nasceu em [[São Luís (Maranhão)|São Luís]], a [[24 de Janeiro]] de [[1799]], residindo naquelaonde cidaderesidiu até aos dezassete anos de idade.
 
Depois de uma vida dedicada à política e à literatura, faleceu subitamente em [[Londres]], a [[17 de Agosto]] de [[1864]]. Foi o primeiro tradutor da ''Ilíada'' para português, sendo até hoje o único a ter vertido para português toda a obra dos dois poetas máximos da [[Antiguidade Clássica]]. É considerado como o mais acabado [[humanista]] lusófono.
 
Atualmente (2007) Odorico Mendes é o nome de uma rua, no bairro do cachambi, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.
 
===Os estudos em Coimbra===
Desde muito cedo toma contacto com a poesia dos clássicos gregos e latinos, interessando-se pelo seu estudo. Com o objectivo de o fazer cursar medicina, o pai envia-o em 1816 para [[Coimbra]], onde, depois de cursar os estudos preparatórios, ingressa na Faculdade de Medicina da [[Universidade de Coimbra]]. Completou o curso de Filosofia Natural, após ter cursado Filosofia Racional e Moral e a cadeira de Língua Grega.
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Odorico Mendes chega ao Maranhão quando a instabilidade resultante da independência brasileira, ocorrida dois anos antes, leva ao agudizar de tensões internas no Brasil e ao aparecimento da [[Confederação do Equador]], proclamada no [[Pernambuco]] e em outras províncias setentrionais, num movimento republicano que é dura e cruelmente subjugado pelas armas imperiais, levando ao fuzilamento e enforcamento público dos contrários, cujos episódios finais então se viviam. Mesmo sem ter participado directamente na Confederação do Equador, o Maranhão foi duramente atingido pela guerra civil, e, aquando da volta de Odorico Mendes, os ânimos ainda não haviam arrefecido.
 
===A carreira política===
Incitado por amigos e pelo forte patriotismo, Odorico Mendes passa a redigir um jornal, o ''Argos da Lei'', que faz oposição ao partido representado na imprensa por outros dois jornais dirigidos e redigidos por portugueses: o ''Amigo do Homem'' e ''Censor Maranhense'', este último editado por [[João António Garcia de Abranches]]. Trava com este fortes polémicas que se prolongarão até ao encerramento do ''Censor Maranhense'' em Maio de 1830 e à expulsão do seu redactor para Portugal.
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Finda a legislatura, em 1847, já viúvo e aposentado, com os cinco filhos e a irmã Mitilina, muda-se para a França, onde se dedica inteiramente à vida literária, abandonando em definitivo a actividade política.
 
===Actividade literária===
Com excepção da sua obra como publicista e jornalista, as produções literárias desta fase da vida de Odorico Mendes na sua grande maioria perderam-se, sem que ele se tenha esforçado na sua recuperação e arquivo.
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Para além do seu interesse pelos clássicos, interessou-se pela literatura francesa, publicando em verso português a tradução das obras ''Mérope'' (1831) e ''Tancredo'' (1839), ambas de [[Voltaire]].
 
A partir de 1847, instalado em França e desligado da actividade política, dedica-se a transcriar em português os clássicos, começando por [[Virgílio]]. Em resultado desse labor, publica no ano de 1854, na Tipografia de Rignoux, em Paris, a ''Eneida'' em português, numa edição que se esgotaria em quinze dias. Quatro anos depois, em 1858, edita a obra completa do poeta latino, concentrando a ''Eneida'', as ''Bucólicas'' e as ''Geórgicas'', com as respectivas notas, numa cuidada edição de oitocentas páginas sob o título de ''Virgílio Brasileiro''.
 
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[[Categoria:Escritores do Brasil]]
[[Categoria:MaranhensesSão-luisenses]]
[[Categoria:Patronos da Academia Brasileira de Letras]]