Os Protocolos dos Sábios de Sião: diferenças entre revisões

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[[Imagem:1912ed TheProtocols by Nilus.jpg|right|thumb|Capa da edição de 1912]]
'''Os Protocolos dos Sábios de Sião''' ou '''Os Protocolos de Sião''' ([[língua russa|russo]]:"Протоколы Сионских мудрецов" ou "Сионские Протоколы"), é um texto redigido em 1897, na época dapela [[RússiaOkhrana]] (polícia secreta do [[czarCzar Nicolau II]]ista), que descrevia um projeto de conspiração para que os [[judeu]]s atingissem a dominação mundial, esse texto foi traduzido do original em vários idiomas.
 
O seu propósito era político: reforçar a posição do [[Czar]] Nicolau II apresentando os seus oponentes, como aliados de uma gigantesca conspiração para a conquista do mundo. O Czar já via no [[Manifesto Comunista]] de [[Marx]] e [[Engels]], de 1848, uma ameaça. Como Marx era judeu alemão de nascimento, tendo sido convertido ao [[cristianismo]] [[luterano]] junto com seus pais, aos 13 anos de idade, não seguir nenhuma religião e pregar por um regime político onde a religião seria banida, a "ameaça judaica poderia ser fundamentada."
 
O texto é no formato de uma ata que teria sido redigida por uma pessoa num Congresso realizado as portas fechadas numa assembleia em [[Basiléia]], no ano de [[1807]], onde sábios [[Maçonaria|maçons]], [[Judaísmo|judeus]], [[bolcheviques]], [[Rosa-cruz|rosacruzes]], membros de sociedades secretas e outros, teriam se reunidos para estruturar um esquema de destruição do [[cristianismo]]. Nesse evento, teriam sido formulados planos como os de explodir cidades européias, utilizar a [[Cabala]] para dominar a força [[magia|mágica]] da [[Igreja Católica]], inocular o [[tifo]] em chefes de Estado e, quando o mundo estivesse finalmente dominado - [[estupro|estuprar]] as mulheres cristãs e [[escravatura|escravizar]] os seus maridos.
 
NúmerosasEm 1920 [[Lucien Wolf]] publicou "The Jewish Bogey and the Forged [[Protocols of the Learned Elders of Zion]]" (London: Press Committee of the [[Jewish Board of Deputies]]. Numerosas investigações independentes repetidamente provaram tratar-se de uma [[embuste]], especialmente uma série de artigos do ''[[The Times|The Times of London]]'', de [[16 de agosto|16]] a [[18 de agosto]] de [[1921]]<ref>''In 1921 Philip Graves Exposed the "Protocols of Zion" as a Phony'' por Jared Israel e Samantha Criscione</ref>, que revelava que muito do material utilizado no texto era [[plágio]] de [[Serge Nilus]] ou [[Serguei Nilus]] de [[sátira]]s políticas existentes (principalmente do livro "[[O diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu]]", do escritor [[Maurice Joly]], publicado em [[1865]]) que não tematizavam a questão [[anti-semitismo|anti-semita]]. O jornal [[The New York Times]] republicaria os textos, a [[4 de Setembro]] de 1921<ref>''The New York Times'', 4 de setembro de 1921. Página frontal, Secção 7</ref>
 
A base da história dos Protocolos, como circula desde então, foi criada por um novelista alemão anti-semita chamado [[Hermann Goedsche]] que usou o pseudônimo de Sir [[John Retcliffe]]. A contribuição original de Goedsche consistiu na introdução dos judeus como os conspiradores para a conquista do mundo. O jornal [[The New York Times]] republicaria os textos, a [[4 de Setembro]] de 1921<ref>''The New York Times'', 4 de setembro de 1921. Página frontal, Secção 7</ref>
 
Os Protocolos foram publicados nos EUA num jornal de Michigan cujo proprietário era [[Henry Ford]] (o criador dos carros Ford), ele mesmo, autor de um livro tremendamente anti-semita chamado de [[O Judeu Internacional]]. Mesmo após a sua denúncia como fraude, o jornal continuou a citar o documento. [[Adolf Hitler]] e seu Ministério da Propaganda, usaram os Protocolos para justificar a necessidade do extermínio de judeus desde mais de 10 anos antes da Segunda Guerra Mundial. Segundo a retórica nazista, a conquista do mundo pelos Judeus, descoberta pelos russos em 1897, estava obviamente sendo levada a cabo 33 anos depois.
 
No [[Brasil]], [[Gustavo Barroso]], advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista brasileiro, diretor do [[Museu Histórico Nacional]], presidente da [[Academia Brasileira de Letras]] por duas vezes e membro do movimento de extrema-direita [[Ação Integralista Brasileira]], publicou pela [[Editora Civilização Brasileira]] a primeira tradução em [[língua portuguesa|português]].
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A história teria se encerrado aí caso dois anos mais tarde, em [[1933]], [[Adolf Hitler]] não tivesse subido ao poder, na Alemanha, uma vez que foi esta obra que os [[nazi]]stas utilizaram perante o meio intelectual alemão para justificar o [[genocídio]] de seis milhões de judeus nos [[campo de concentração|campos de concentração]].
 
O uso dos Protocolos por Hitler pode ser visto nesta tradução: Do Mein Kampf (1925-1926), capítulo XI, Nação e Raça "... até que ponto toda a existência desse povo é baseada em uma mentira continuada incomparavelmente exposta nos Protocolos dos Sábios de Sião, tão infinitamente odiado pelos judeus. Eles são baseados num documento forjado, como clama o jornal [[Frankfurter Zeitung]] toda a semana: é a melhor prova de que eles são autênticos. O que muitos judeus fazem inconscientemente, aqui é exposto de forma consciente. E é isso o que importa. É completamente indiferente de qual cérebro judeu essa revelação se originou; o importante é que com uma certeza positiva e terrível eles revelam a natureza do povo judeu e expõe seus contextos internos bem como seus objetivos finais. Todavia a melhor crítica aplicada a eles é a realidade. Qualquer um que examine o desenvolvimento histórico dos últimos 100 anos, do ponto de vista deste livro, vai entender de uma vez os gritos da imprensa judaica. Agora que este livro se tornou uma propriedade do povo a ameaça judaica é considerada como interrompida (pgs 307-308)"
[[León Poliakov]] aponta que tal texto é uma falsificação da polícia secreta do Czar [[Nicolau II da Rússia]], sendo seu mais "duradouro legado intelectual" <ref>[http://educaterra.terra.com.br/voltaire/seculo/2003/12/11/000.htm] ''Terra.com.br - Educação'', O assassinato dos Romanov</ref>.