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[[Image:Isenheimer.jpg|thumb|250px|Grünewald: ''A Ressurreição de Cristo'']]
'''Senda''', '''Sendeiro''' ou '''Caminho''', é o termo técnico empregado em escolas de [[religião]] ou [[filosofia]] [[esoterismo|esotérica]] para designar o percurso de progresso espiritual daquele que aspira à [[iluminação]], à união com o divino ou a alguma espécie de [[iniciação]].
===A tradição Ocidental===
O conceito, apesar de receber larga divulgação no ocidente após a obra [[teosofia|teosófica]] de [[Helena Blavatsky]], existe na tradição [[cristianismo|cristã]] desde a antigüidade, sendo conhecido como a ''[[Via Crucis]]'' (numa acepção interiorizada), ou o ''Caminho da Perfeição'', descrito por místicos como [[Santa Teresa de Ávila]] e [[Jakob Böhme]].
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===No Hinduísmo===
{{AP|[[Yoga]]}}
Para o [[Hinduísmo]] a Senda se divide em três ramos principais, que igualmente conduzem à união com o divino. Todos estes caminhos, embora enfocando características específicas, com seu desenvolvimento obrigam à aquisição por igual de todas as virtudes que formam um ''rishi'', ou santo completo, que trabalha, sabe e ama perfeitamente. A divisão Hindu é como segue:
*''Karma-yoga'', ou Sendeiro da Ação, voltada para o trabalho [[altruísmo|altruísta]],
*''Jñana-yoga'', ou Sendeiro do Conhecimento, buscando primariamente a [[sabedoria]],
*''Bhakti-yoga'', ou Sendeiro da Devoção, centralizada no [[amor]].
===No Budismo===
{{AP|[[Budismo#Principais doutrinas|Budismo]]}}
Com um sistema próprio, a Senda é descrita pelos [[Budismo|budistas]] através da compreensão das [[Quatro Nobres Verdades]], delineadas para o canditato realizar um diagnóstico inicial das causas do sofrimento, e indicando a seguir um método para eliminá-lo e atingir a iluminação através do cumprimento do [[Nobre Caminho Óctuplo]], descrito no ''[[Magga-vibhanga Sutta]]'' como tendo as seguintes etapas:
*Visão ou Entendimento correto,
*Intenção ou Pensamento correto ,
*Palavra ou Linguagem correta,
*Atividade ou Ação correta,
*Modo de vida correto,
*Esforço correto,
*Atenção correta,
*Concentração correta.
===A visão Teosófica===
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*''Vairâgya'', indiferença ou desapego de todas as coisas exteriores, passageiras e ilusórias,
* ''Chatsampatti'', os seis atributos mentais necessários para trilhar o Sendeiro, que são ''Zama'' (domínio do pensamento), ''Dama'' (domínio da palavra e da ação), ''Uparati'' (tolerância), ''Titikcha'' (paciência), ''Sraddhâ'' (fé) e ''Samâdhâna'' (equilíbrio, equanimidade).
*''Mumukcha'', ou desejo de
Cumpridos estes requisitos em grau apreciável - não é necessária a perfeição nesta etapa - o candidato é aceito formalmente como discípulo de algum Mestre de Sabedoria, recebe a ''Primeira Iniciação'' e entra com isso no ''Sendeiro do Discipulado'', que possui suas próprias fases:
*''Parivrâjaka'', ou ''Zrotâpatti'', ''aquele que entrou na corrente'', ou seja, está comprometido com a realização de tudo o que for necessário para chegar à meta final. Na simbologia cristã a Primeira Iniciação é representada pelo nascimento obscuro do [[Cristo]] na gruta (a gruta do coração, invisível para o profano). Ele é chamado de ''o mendigo errante'', pois já não considera a [[Terra]] como sua morada verdadeira. Nesta fase ele deve eliminar a ilusão de um eu pessoal, a dúvida ou incerteza sobre a doutrina do [[Karma]] e da [[Reencarnação]], sobre a
*''Kutîchaka'', ou ''aquele que construiu uma cabana num lugar de paz'', ou ''Sakadâgâmin'', ''aquele que só renascerá mais uma vez'', pois espera-se que nesta fase só seja necessária mais uma vida para chegar ao nível de
*''Hamsa'', ''o cisne'', aquele que canta antes da morte ou aquele que sabe separar a água do leite (o real do irreal), ou ''Anâgâmin'', ''aquele que não renascerá mais neste mundo'' e compreende o que significa a máxima ''Eu sou Aquele''. Na tradição cristã este período é simbolizado pela [[Transfiguração]] de Cristo, significando a
*''Paramahamnsa'', aquele que está além da individualidade ou do eu pessoal, é o Arhat, ou santo iluminado. Esta etapa é simbolizada pela agonia do [[
[[Image:Ingeborg Psalter 02f 1200.jpg|thumb|Saltério de Ingeborg: ''A descida do Espírito Santo'']]
Conquistando sucesso sobre as provações, o Arhat - cujo título significa ''o venerável'', ''o benemérito'', ''o perfeito'' - está ''salvo'', ou seja, já não é obrigado a reencarnar para continuar seu progresso (o qual não tem fim), mas pode fazê-lo voluntariamente para auxiliar o mundo e seus irmãos menores. Nesta condição exaltada sua consciência tem os primeiros acessos ao [[Nirvana]], mas ainda não é considerado um ser verdadeiramente perfeito, e tem de realizar outras tarefas para capacitar-se para receber inicições ainda mais altas. Ele deve romper os cinco últimos grilhões, que são ''Ruparâga'', ou desejo pela [[beleza]] da forma e desejo por uma vida numa forma, mesmo que seja no mundo celeste; ''Aruparâga'', desejo de vida mesmo sem forma; ''Mâna'', orgulho por suas realizações, e ''Uddaccha'', a possibilidade de sentir qualquer agitação ou irritação por qualquer motivo que seja, mantendo uma serenidade inabalável em todas as situações. Recebendo a ''Quinta Iniciação'', passa a se chamar ▼
▲Conquistando sucesso sobre as provações, o Arhat - cujo título significa ''o venerável'', ''o benemérito'', ''o perfeito'' - está ''salvo'', ou seja, já não é obrigado a reencarnar para continuar seu progresso (o qual não tem fim), mas pode fazê-lo voluntariamente para auxiliar o mundo e seus irmãos menores. Nesta condição exaltada sua consciência tem os primeiros acessos ao [[Nirvana]], mas ainda não é considerado um ser verdadeiramente perfeito, e tem de realizar outras tarefas para capacitar-se para receber
* ''Adepto'', ''Mestre'' ou ''Asekha'', ''aquele que realizou o propósito para o qual nasceu como homem''. Aqui já não lhe resta aprender mais nada no âmbito humano, e pode ser considerado com toda propriedade um super-homem. Aqui se encontra paralelo com a ''Ascensão de Cristo'' e sua união com o Pai, e é seguida pela ''[[Pentecostes|Descida do Espírito Santo]]'', significando que a primeira coisa que o Adepto realiza é transmitir aos seus discípulos parte do poder que recebeu. Os hindus chamam este ser de ''Jivanmukta'', ''o liberto'', aquele que cumpriu com sucesso o trajeto da Senda de Perfeição. Nada mais tendo a aprender na Terra, o Adepto está livre para escolher seu próprio caminho a seguir, e pode ou permanecer ligado à Terra, para promover sua evolução, ou adentrar outras linhas de serviço completamente desligadas deste planeta.▼
▲* ''Adepto'', ''Mestre'' ou ''Asekha'', ''aquele que realizou o propósito para o qual nasceu como homem''.
Nada mais tendo a aprender na Terra, o Adepto está livre para escolher seu próprio caminho a seguir, e pode ou permanecer ligado à Terra, para promover sua evolução, recebendo outras iniciações que incluem a de ''Chohan'' (Senhor), ''Mahachoan'' (Grande Senhor), [[Buda]], [[Sanat Kumara|Senhor do Mundo]] e ''Vigilante Silencioso'', ou adentrar outras linhas de serviço completamente desligadas deste planeta.
==Ver também==
*[[Misticismo]]
*[[Cristianismo esotérico]]
==Ligações externas==
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