Museu de Santa Maria de Lamas: diferenças entre revisões

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Apelidado pelo Fundador de Domus Áurea Arquivos de Fragmentos de Arte, o Museu é constituído um espólio variado que cria um espaço museológico algo curioso. Numa mesma sala podem ser apreciadas as mais variadas obras de arte expostas sem aparente ligação técnica, temática ou cronológica. Aí está a particularidade do MSML – nesta aparente falta de lógica, existe precisamente uma “lógica” de um lugar que quer ser visto como um todo e não como um abrigo a peças.
 
[[Imagem:Sala3MSML.jpg‎|thumb|MSML: Pormenor da Sala 3_Sala dos Evangelistas]]
 
Percorrendo as dezasseis salas que constituem o Museu, irrompe um imenso espólio do qual a colecção de Arte Sacra se destaca pela dimensão, qualidade e variedade tipológica das peças que a incorporam. Dentro desta encontramos diversas sub-colecções: a Imaginária, precioso legado de múltiplas épocas e estilos, reúne em simultâneo a produção proveniente das oficinas de santeiros e a produção de carácter erudito; a Talha Dourada, nas suas mais diversas manifestações, assume-se enquanto suporte expositivo da Imaginária e da Pintura; a Pintura, predominante ao nível dos tectos e predelas de alguns retábulos; e finalmente o Mobiliário Litúrgico que inclui um excepcional número de oratórios.
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Apesar da menor dimensão, outras colecções contribuem de forma significativa para tornar este Museu tão particular no contexto da Museologia Portuguesa e, até mesmo, Europeia. Assim, encontramos a colecção de Etnografia, de Ciências Naturais, de Estatuária Portuguesa, de Cerâmica, de Mobiliário Civil, a “colecção” de “Iconografia do Fundador” e ainda uma curiosa colecção de artigos em cortiça. A indústria da cortiça pode também ser recuperada no MSML através de diversas máquinas e mecanismos que fizeram parte do seu quotidiano.
 
[[Imagem:SALA2.jpg‎‎|thumb|MSML: Pormenor da Sala 2_Sala da Capela]]
 
Num estado de semi-adormecimento desde o desaparecimento do seu fundador, revelava-se premente restituir a este espaço museológico a sua essência original. De facto, o MSML apresentava graves problemas de desadequação às exigências da museologia actual, desconhecimento do seu efectivo acervo, alterações substanciais à sua organização inicial, tratamentos cientificamente pouco correctos à superfície das obras, problemas diversos de conservação preventiva e, sobretudo, uma ausência de plano para a sua valorização e interpretação.
 
[[Imagem:SALA16 MSML.jpg‎‎|thumb|MSML: Pormenor da Sala 16_Sala da Capela de Delães]]
 
Neste sentido, com particular interesse e sentido de responsabilidade, determinou a Direcção da Casa do Povo de Santa Maria de Lamas, instituição tutelar do MSML, convocar o Departamento de Arte da Universidade Católica Portuguesa de modo a orientar o seu relançamento através de um Protocolo (Janeiro 2004). Tal projecto tinha objectivos bem concretos: avaliação e diagnóstico do espólio e condições expositivas, criação de um projecto de exposição e divulgação e implementação de acções de conservação e restauro. Tornou-se assim possível descobrir uma colecção ímpar a nível nacional, exposta num espaço museológico curioso, onde numa mesma sala é possível apreciar as mais variadas obras de arte expostas sem aparente ligação técnica, temática ou cronológica.