Felisberto Caldeira Brant: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 16:
Às celebrações da [[Semana Santa]] de 1752, compareceu o ouvidor da [[Vila do Príncipe]], o Dr. [[José Pinto de Morais Bacelar]], o qual, influenciado pelo [[filosofismo]] dominante à época, comportou-se na igreja de maneira inconveniente, o que causou escândalo entre a população local. Ele, então, na tentativa de atrair a atenção de uma jovem, parenta dos Caldeira, jogou no colo dela uma flor, a qual ela recusou para preservar sua dignidade. Na igreja, houve um murmúrio de revolta. Aumentou a indignação de Felisberto, o qual, segredando palavras no ouvido de José Pinto de Morais Bacelar, foi esperar por ele à porta da igreja. Ao fim da festa, Felisberto Caldeira Brant exigiu do ouvidor que se explicasse e, no meio de uma discussão, deu-lhe uma punhalada, a qual não feriu Morais Bacelar por ter atingido um botão de metal de sua casaca. Nesse momento, chegou ao local a tropa que o intendente Sancho de Andrade Castro e Lanções mandara chamar. O povo, do lado da família Caldeira, estava disposto a resistir. A intervenção de amigos e de padre Cambraia evitou que houvesse um confronto entre os dois lados.
 
O intendente, que defendia o ouvidor, não cessou, no entanto, de perseguir Felisberto de todas as maneiras possíveis, formando contra ele processos injustos e criando empecilhos a seus trabalhos de mineração. Ao mesmo tempo que [[el-Rei]] se informava de parte do ocorrido, Felisberto Caldeira Brant enviou a [[Gomes Freire de AndradeAndrada]] sua queixa contra o procedimento do intendente. Gomes Freire, por sua vez, determinou que viesse ao Tijuco o governador interino, [[José Antônio Freire de AndradeAndrada]]. Este, embora investigasse a procedência do que era alegado, não conseguiu a colaboração de Sancho de Andrade Castro e Lanções, insistente em seus propósitos e sempre disposto a preservar sua autoridade.
 
Reclamações contra os Caldeira, ouriçadas pelo ouvidor José Pinto de Morais Bacelar, eram enviadas aos montes ao governo em Lisboa. Comentava-se mesmo que, com o grande poder que aquela família possuía, queriam os Caldeira tornar o Tijuco independente, entregando as minas ao povo como franquia. De qualquer maneira, para que se tomasse uma atitude mais drástica contra Felisberto Caldeira Brant, era necessário provas concretas, de forma a que uma possível prisão deste pudesse ocorrer sem irritar ainda mais a população com violências sem justificativas por parte do governo.