A Sucessora

telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo

A Sucessora é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 9 de outubro de 1978 a 3 de março de 1979, em 126 capítulos, substituindo Gina e sendo substituída por Memórias de Amor.[1] Foi a 16ª "novela das seis" exibida pela emissora.

A Sucessora
A Sucessora
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero
Duração 28 minutos
Criador(es) Manoel Carlos
Baseado em A Sucessora, de Carolina Nabuco
Elenco
País de origem Brasil
Idioma original português
Episódios 126
Produção
Diretor(es) Herval Rossano
Gracindo Júnior
Sérgio Mattar
Tema de abertura "Odeon", Nara Leão
Composto por Vinícius de Moraes
Ernesto Nazareth
Exibição
Emissora original TV Globo
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 9 de outubro de 19783 de março de 1979

Escrita por Manoel Carlos, adaptando para televisão o romance homônimo de Carolina Nabuco, com direção de Herval Rossano, Gracindo Júnior e Sérgio Mattar.

Contou com Susana Vieira, Rubens de Falco, Paulo Figueiredo, Lisa Vieira e Nathalia Timberg nos papéis principais da história.

Enredo editar

No estado do Rio de Janeiro, entre os anos 1924 e 1925, a inocente Marina (Susana Vieira) é uma jovem de 20 anos, nascida na decadente aristocracia rural fluminense (D. Pedro II havia pernoitado na fazenda de sua família). Criada na fazenda Santa Rosa em um ambiente de simplicidade, Marina se apaixona por um galante rapaz, o rico viúvo Roberto Stein (Rubens de Falco), que passa uma noite em sua fazenda para tratar de negócios. O milionário é proprietário de uma elegante mansão na rua Paissandu, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. A paixão é fulminante e os dois se casam. Marina, agora madame Stein, muda-se para a mansão carioca, onde deve ocupar a posição de senhora da casa. Mas logo descobre que não será uma tarefa fácil.

Além das dificuldades para se adaptar ao luxo dos Stein, Marina tem de conviver com a forte presença de Alice, a falecida esposa de Roberto. Apesar de morta, Alice continua a ser lembrada e cultuada pelos empregados da casa, a começar pela governanta, Juliana (Nathalia Timberg). Apaixonada pelo patrão, Juliana não deixa que a falecida seja esquecida e cria um clima sombrio na casa. Idealizada por todos com quem convivera, a presença de Alice é reforçada por um retrato de corpo inteiro da falecida, pendurado na sala principal da mansão. Marina também sofre com as intrigas criadas por Juliana. Seria Juliana parte de uma conspiração comandada pela própria Alice (que estaria viva)? Marina estaria enlouquecendo? São questões levantadas ao longo da trama. O primo de Marina, Miguel (Paulo Figueiredo), é completamente apaixonado por ela, se transformando em mais um estorvo em seu casamento. Ele se une a Adélia (Lisa Vieira) na tentativa de separá-la de Roberto.

Já Germana (Arlete Salles), irmã de Roberto, é moderna e irreverente, contrariando os padrões de comportamento da época por sustentar o marido, Vasco (Kadu Moliterno), muito mais jovem que ela.

Produção editar

Foi realizada uma reprodução cuidadosa do Rio de Janeiro da década de 1920. A pesquisa histórica ficou a cargo de Ana Maria Magalhães. A escritora brasileira Carolina Nabuco, então com 88 anos, contribuiu para a pesquisa da produção ao descrever fatos históricos como a construção dos hotéis Copacabana Palace e Glória, no Rio de Janeiro. Carolina era filha do diplomata e abolicionista Joaquim Nabuco (1849-1910). Pelas mãos de Zenilda Barbosa, o figurino de A Sucessora chamava a atenção pela fidelidade com que reproduzia a moda e os costumes dos anos 1920. Nas festas, houve detalhamento nos chapéus, joias, cabelos e roupas com muito brilho, seda e rendas. [2] As cenas passadas na fazenda de Marina (Susana Vieira) foram gravadas na Fazenda Indiana, na zona oeste do Rio de Janeiro, e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no município de Seropédica (RJ). A abertura, criada por Hans Donner, Sérgio Liuzzi e Nilton Nunes, mostrava uma sequência de cartões-postais românticos da década de 1920 ao som de Odeon, de Ernesto Nazareth e Vinicius de Moraes, cantado por Nara Leão. Os cartões foram cedidos à produção da novela pela colecionadora Ismênia Dantas, mulher do ator Nélson Dantas e mãe dos atores Daniel Dantas e Andréa Dantas. [2]

Na época da exibição da novela, muitos acreditaram, erradamente, que sua trama se baseava em Rebecca, livro da inglesa Daphne Du Maurier lançado quatro anos depois do romance A Sucessora (1934). As semelhanças entre as duas histórias foram destacadas em artigo publicado no The New York Book Review e, no Brasil, pelo crítico literário do Correio da Manhã, Álvaro Lins. [2]

Elenco editar

 
Susana Vieira como Marina Bécker Stein.
 
Rubens de Falco como Roberto Stein.
 
Nathalia Timberg como Juliana.
Ator/Atriz Personagem
Susana Vieira Marina Becker Stein
Rubens de Falco Roberto Stein
Nathalia Timberg Juliana
Paulo Figueiredo Miguel Becker
Liza Vieira Adélia Becker
Arlete Salles Germana Stein
Kadu Moliterno Vasco
Beatriz Veiga Emília Becker
Francisco Dantas Dr. Moretti
Rosana Penna Lúcia de Góes
Mário Cardoso Pedro Monte
Sônia de Paula Isabel
Paulo Pinheiro Antônio
Sidney Marques Tião
Miriam Pires Guilhermina
Tetê Pritzl Luísa
Munira Haddad Ondina
Célia Biar Filomena Becker
Ary Coslov Munhoz
Heloísa Helena Madame Violeta Sanches
Patrícia Bueno Laurita
Carmen Monegal Vanice
Ankito Edmundo Macedo
Jorge Cherques Antenor Lopes
Apolo Correia Carlos

Participações especiais editar

Ator/Atriz Personagem
Gracindo Júnior Epaminondas
Cahuê Filho Padre Manfredo
Pietro Mário Padre Eládio

Reprises editar

Foi reprisada no Vale a Pena Ver de Novo de 17 de novembro de 1980 a 8 de maio de 1981 substituindo Dona Xepa e sendo substituída por Te Contei?, em 125 capítulos (sendo a primeira a ser exibida na íntegra, algo que nunca mais se repetiu com as suas sucessoras).[3]

Foi reprisada pelo Vídeo Show, no quadro Novelão, de 6 de agosto a 10 de agosto de 2012, substituindo Pedra sobre Pedra e sendo substituída por Saramandaia, em 5 capítulos.[3]

Em 2016, foi novamente reprisada no quadro Novelão da Semana, entre os dias 18 e 22 de julho, simultaneamente com a novela Escrito nas Estrelas, substituindo Top Model.[3]

Foi reapresentada pelo Viva de 27 de março a 19 de agosto de 2023, sendo substituída por História de Amor na faixa das 12h15, destinada às reprises especiais, com reprise às 11h45 (antecedendo o capítulo do dia) e às 2h. Essa reapresentação é uma homenagem aos 90 anos do autor Manoel Carlos.[4]

Três meses após a sua reprise, a novela ganhou uma reprise pelo Viva 70 (versão fast do canal por assinatura), estreando em 27 de novembro de 2023, sendo uma das primeiras tramas a inaugurar o novo canal.[5]

Outras mídias editar

Em março de 2014, foi lançada em DVD pela Globo Marcas.[6]

Foi disponibilizada na íntegra no Globoplay em 25 de setembro de 2023.[7]

Plágio editar

Quando a novela apareceu nas telas brasileiras, muitos pensaram que o enredo fora retirado do romance Rebecca de Daphne du Maurier , com quem a história de Marina guarda muitas ligações. Na verdade, a obra de du Maurier foi publicada em 1938, ou seja, 4 anos depois de A sucessora de Carolina Nabuco, tanto que a autora de Rebecca foi acusada de plágio. Em 1941, a escritora inglesa rejeitou todas as acusações ao escrever uma carta ao New York Times na qual afirmava nunca ter ouvido falar de Carolina ou de seu romance até o ano anterior. Os editores também negaram qualquer correspondência entre as duas obras literárias. Apesar das tentativas de negar as coincidências entre Rebecca e A Sucessora, Carolina estava convicta de que sua obra havia sido plagiada, inclusive pelo fato de seu editor francês - a quem a escritora enviou a tradução de sua obra - também ser a editora que mais tarde publicaria Rebecca na França. Em 1940 com o lançamento no Brasil do filme Rebecca, a mulher inesqucível, de Alfred Hitchcock, os advogados do diretor inglês tentaram convencer o advogado de Nabuco a fazer com que esta assinasse um documento em que a escritora brasileira alegasse que as semelhanças entre os dois textos fossem "coincidências". Embora os advogados tenham prometido a Nabuco que ela seria "ricamente recompensada", ela se recusou a assinar o documento.

Adaptações editar

Nas versões desta história, Manoel Carlos acrescentou uma primeira fase onde Marina e Alice são irmãs idênticas, e o texto de A Sucessora foi utilizado como segunda fase.

Música editar

Referências

  1. «A Sucessora». Teledramaturgia. Consultado em 14 de dezembro de 2015 
  2. a b c «Bastidores». memoriaglobo. Consultado em 11 de abril de 2022 
  3. a b c «A Sucessora: 40 anos de um clássico do horário das 18h». Observatório da TV. 9 de outubro de 2018. Consultado em 26 de outubro de 2021 
  4. REDAÇÃO (23 de fevereiro de 2023). «Viva cria nova faixa só para novelas de Manoel Carlos; saiba qual será a primeira». Notícias da TV. Consultado em 23 de fevereiro de 2023 
  5. «Viva 70 Fast e Viva 80 Fast: Globoplay disponibiliza gratuitamente novelas antigas das décadas de 1970 e 1980». gshow. 24 de novembro de 2023. Consultado em 25 de novembro de 2023 
  6. Nilson Xavier (4 de março de 2014). «Chega às lojas o DVD da clássica novela "A Sucessora", com Susana Vieira». Uol. Consultado em 14 de dezembro de 2015 
  7. «Lançamentos de setembro no Globoplay». Globo Imprensa. 1 de setembro de 2023. Consultado em 9 de setembro de 2023