Aceria anthocoptes

espécie de aracnídeo

Aceria anthocoptes (Nalepa, 1892), conhecido por diversos nomes comuns em inglês,[1][2][3] é uma espécie de ácaro pertencente à família Eriophyidae. A espécie parasita Cirsium arvense, um cardo invasor com interesse agronómico por ser potencialmente infestante de diversas culturas, sendo por isso considerado como um potencial agente de controlo biológico para aquela praga.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAceria anthocoptes
Aceria anthocoptes ampliado 1400×
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Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Subclasse: Acarina
Ordem: Trombidiformes
Subordem: Prostigmata
Família: Eriophyidae
Género: Aceria
Espécie: A. anthocoptes
Nome binomial
Aceria anthocoptes
(Nalepa, 1892)
Aceria anthocoptes é considerado um potencial agente no controlo biológico de Cirsium arvense, uma espécie invasora na América do Norte.

Descrição editar

Os espécimes femininos apresentam corpo relativamente fusiforme, com cor variável pois, dependendo do estágio de desenvolvimento, as ninfas e os adultos podem ser brancos, creme, rosados ou amarelados.[4]

Os adultos medem cerca de 170 µm de comprimento e 65 µm de largura, sendo por isso praticamente invisíveis a olho nu.[5] As quelíceras têm cerca de 20 µm de comprimento e são quase direitas.[1][5]

A espécie produz múltiplas gerações em cada época anual de crescimento e provavelmente sobrevivem ao inverno instalando-se sobre as raízes ou nos rebentos radiculares[4] no estágio de fêmeas adultas fertilizadas, abrigando-se sob as escamas dos rebentos. Emergem na primavera,[5] e iniciam uma fase reprodutiva que se prolonga até à chegada do inverno, produzindo uma nova geração a cada duas a três semanas.[5]

Aceria anthocoptes é um eriofídeo de vida livre que pela sua estratégia de vida e morfologia é considerado uma espécie errante.[6] A espécie é o único ácaro eriofídeo que se sabe parasitar plantas de Cirsium arvense,[6] sugando o conteúdo das células das das folhas.[4]

A região de distribuição natural deste ácaro inclui a Europa e a América do Norte,[1] estando assinalado em 2001 como existindo em 21 países.[6] Nos Estados Unidos é conhecido na generalidade dos estados do nordeste e centro do país.[7]

O ácaro Aceria anthocoptes é considerado um bom agente para o controlo biológico de Cirsium arvense, pois o seu ataque danifica as células da epiderme das folhas e das camadas mais profundas do mesofilo em ambas as faces das folhas infestadas. O resultado é uma deformação visível do limbo, com o enrolamento das margens da folha, a qual muda de cor, exibindo manchas acastanhadas ou avermelhadas, e seca gradualmente.[6]

Notas editar

  1. a b c d Biljana D. Magud, Ljubiša Ž. Stanisavljević & Radmila U. Petanović (2007). «Morphological variation in different populations of Aceria anthocoptes (Acari: Eriophyoidea) associated with the Canada thistle, Cirsium arvense, in Serbia». Experimental and Applied Acarology. 42 (3): 173–183. PMID 17611806. doi:10.1007/s10493-007-9085-y 
  2. «The rust mite (Aceria anthocoptes. Consultado em 26 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 27 de maio de 2011 
  3. Richard Hansen (2006). «Biology of the Canada thistle mite, Aceria anthocoptes (Acari: Eriophyidae), in Northern Colorado». Entomological Society of America Annual Meeting 
  4. a b c Rachel Winston, Rich Hansen, Mark Schwarzlander, Eric Coombs, Carol Bell Randall, Rodney Lym (2008), Biology and Biological Control of Exotic True Thistles Arquivado em 18 de julho de 2011, no Wayback Machine., USDA Forest Health Technology Enterprise Team
  5. a b c d Ryan S. Davis (outubro de 2010). «Eriophyid Mites: bud, blister, gall, and rust mites» (PDF). Utah Pests Fact Sheet. Utah State University Extension and Utah Plant Pest Diagnostic Laboratory. Consultado em 26 de janeiro de 2011 
  6. a b c d Dragana Rancic, Branka Stevanovic, Radmila Petanović, Biljana Magud, Ivo Tosevski & André Gassmann (2006). «Anatomical injury induced by the eriophyid mite Aceria anthocoptes on the leaves of Cirsium arvense». Experimental and Applied Acarology. 38 (4): 243–253. PMID 16612668. doi:10.1007/s10493-006-0013-3 
  7. L. Smith, E. de Lillo & J. W. Amrine, Jr. (2010). Edward A. Ueckermann, ed. «Eriophyoid Mites: Progress And Prognoses». Effectiveness of eriophyid mites for biological control of weedy plants and challenges for future research. Experimental and Applied Acarology. 51 (1–3): 115–149. ISBN 978-90-481-9561-9. PMID 19760101. doi:10.1007/s10493-009-9299-2 

Referências editar

  • A. Nalepa (1892). «Les acarocécidies de Lorraine (Suite)». Feuille. 3 (em francês). 22 (258). 12 páginas 
  • R. Ochoa, E. F. Erbe, W. P. Wergin, C. Frye & J. Lydon (2001). «The presence of Aceria anthocoptes (Nalepa) (Acari: Eriophyidae) on Cirsium species in the United States». International Journal of Acarology. 27 (3): 179–187. doi:10.1080/01647950108684251 

Ligações externas editar