Adalberão de Laon

bispo e poeta francês

Adalberão de Laon (em francês: Adalbéron de Laon; também chamado Ascelin (c. 947 - Abadia de Saint-Vincent de Laon, 19 de julho de 1030 ou 1031) foi um bispo e poeta francês. Foi bispo de Laon de 977 a 1030, pertenceu à Casa de Ardenas e era filho de Régnier, conde de Bastogne, e sobrinho de Godefroy le Captif, conde de Verdun e Adalberão, Arcebispo de Reims.

Adalberão
Bispo da Igreja Católica

Título

Bispo de Laon
Ordenação e nomeação
Ordenação episcopal 1 de abril de 977
Dados pessoais
Nascimento c. 947
Morte Laon
1030 (83 anos)
Nacionalidade Reino da França
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Biografia editar

 
A sociedade medieval: um padre, um cavaleiro, um trabalhador. Esta miniatura ilustra a ideologia das três ordens sociais (os que rezam, os que lutam, aqueles que trabalham).

Adalberão iniciou seus estudos em Gorze, e de 969 a 974 foi aluno, em Reims, de Gerbert d'Aurillac, o futuro Papa Silvestre II. Lotário, rei carolíngio da França, nomeou-o bispo de Laon em 16 de janeiro de 977, sucedendo Roricon, morto em 20 de dezembro de 976. Em 1 de abril de 977, seu tio, o arcebispo de Reims, Adalberão, dá-lhe a consagração episcopal na Catedral de Laon.

Quando Laon foi invadida por Carlos, duque da Baixa Lorena, em 988, ele foi colocado na prisão, de onde fugiu e procurou a proteção de Hugo Capeto, rei da França. Após ganhar a confiança de Carlos da Lorena, e de Arnulfo, arcebispo de Reims, foi-lhe restaurado a sua sé episcopal; mas em 991 ele entregou Laon, juntamente com Carlos e Arnulfo, nas mãos de Hugo Capeto.[1]

Posteriormente, participou ativamente dos assuntos eclesiásticos, e faleceu em 19 de julho de 1030/1031.

Obras editar

Adalberão escreveu um poema satírico em forma de diálogo dedicado a Roberto II da França, no qual argumentou contra a reforma episcopal e monástica contemporânea. Demonstrou o seu desagrado com Odilon, abade de Cluny e seus seguidores, e à sua objeção às pessoas de origem humilde serem nomeadas bispos.

  • Carozzi, Claude (ed. e trad.). Adalberon de Laon. Poème au roi Robert. Les classiques de l'histoire de France au moyen âge 32. Paris, 1979.
  • Migne, J.P. (ed.). Patrologia Latina, vol. 141. Paris, 1844.[2]
  • Valois, H. (ed.). Carmen panegyricum in laudem Berengarii. Paris, 1663. Primeira publicação (moderna) do poema.

Adalberão tem relevância na história da França devido a um poema no qual ele fez menção às três ordens da sociedade: "oratores, bellatores, laboratores": o clero (a "Igreja das orações"), nobres e cavalaria (a "Igreja das lutas"), e, a terceira, o povo trabalhador (a "Igreja da labuta"), esta última apoia as outras, e todas apoiam todo o edifício da humanidade. Esta ideia foi incorporada nas "três ordens sociais" do Ancien Régime, na França.

Referências

  1. Patrick J. Geary (1994). Phantoms of Remembrance. Memory and Oblivion at the End of the First Millennium (em inglês) 1ª ed. Princeton: Princeton University. 151 páginas. ISBN 0691026033 
  2. «Transcrição on-line disponível» (em latim). Documenta Catholica Omnia. Consultado em 20 de dezembro de 2010 
  3. FRANCO JR., Hilário (2006). História da Idade Média, o nascimento do Ocidente. [S.l.]: Brasiliense. p. 67-92. ISBN 978-8511000559