Nota: Se procura o filho de Górdio, contemporâneo de Creso, veja Adrasto (filho de Górdio).

Adrasto era filho de Talau e Eurínome,[1] filha de Ífito,[2] ou filho de Talau e Lisímaca, filha de Abas, filho de Melampo,[3] Talau era um dos três reis de Argos. Durante uma disputa entre as casas mais poderosas de Argos, Talau foi morto por Anfiarau, e Adrasto foi expulso, fugiu e foi ter com Pólibo, rei de Sicião. Quando Pólibo morreu sem herdeiros, Adrasto o sucedeu no trono.[4]

Adrasto
Cônjuge(s) Anfiteia
Pais Talau e Eurínome
Filho(s) Argia, Dípile, Egialeia, Egialeu e Cianipo

Segundo Pseudo-Apolodoro, Adrasto se casou com Anfiteia, filha de Prónace, outro filho de Talau e Lisímaca, e teve três filhas, Argia, Dípile, Egialeia, e dois filhos, Egialeu e Cianipo.[3] Depois disso, Adrasto reconciliou-se com Anfiareu, deu-lhe sua irmã Erifila em casamento e regressou ao reino de Argos.

O oráculo de Apolo [1][2] ou um vidente [5] havia dito a Adrasto que ele deveria casar suas filhas com um javali e um leão; quando Adrasto viu Tideu, filho de Eneu, e Polinices, filho de Édipo,[5][1][2] respectivamente vestidos com uma pele de javali e uma pele de leão,[1][2] (ou usando nos escudos desenhos de um javali e de um leão),[5] exilados de seus reinos, interpretou o oráculo e casou Argia,[5][1][2] a mais velha,[1] com Polinices e Dípile com Tideu.[5][1][2]

Durante esse tempo aconteceu que Tideu de Calidão e Polinices de Tebas, ambos fugitivos de seus países, encontraram-se perto do palácio de Argos e, após uma troca de palavras, começaram a lutar. Adrasto ordenou que os separassem e imediatamente os reconheceu como os homens que um oráculo previra que seriam os futuros maridos de suas filhas, pois um vestia a pele de um javali e outro a de um leão, tal como o oráculo previu..

Então Adrasto deu em casamento suas filhas Dípile e Argeia a Tideu e a Polinices, respectivamente, e ao mesmo tempo prometeu ajudá-los a regressar à sua terra.

Adrasto preparou-se para a guerra contra Tebas, apesar de Anfiareu prever que todos os que o fizessem pereceriam, com exceção de Adrasto. Assim se organizaram os Sete contra Tebas, grupo em que Adrasto foi auxiliado por Polinices, Tideu, Anfiareu, Capaneu, Hipomedonte e Partenopeu. A guerra acabou tal como Anfiareu tinha previsto, e Adrasto só se salvou devido à rapidez de seu cavalo Arião, presente de Héracles.

Creonte de Tebas recusou-se a dar os corpos dos seis heróis que caíram na batalha e Adrasto foi a Atenas implorar a ajuda dos atenienses. Teseu foi persuadido a ir numa expedição contra Tebas. Tomou a cidade e entregou os corpos para serem enterrados.

Dez anos depois, Adrasto convenceu os sete filhos dos heróis que morreram na batalha contra Tebas a fazer novo ataque contra essa cidade. Declarou que os deuses tinham aprovado sua iniciativa e prometeu a vitória. Tebas foi tomada e totalmente destruída, depois que grande parte de seus habitantes fugiu da cidade a conselho de Tirésias. O único a morrer nessa batalha, chamada dos Epígonos, foi Egialeu, seu filho.

Após construir um templo para Némesis nas redondezas de Tebas, regressou a casa. Mas, devido ao peso da idade e à morte de seu filho, morreu em Mégara e ali foi enterrado.[6]

Referências

  1. a b c d e f g Higino, Fábulas, LXIX, Adrasto
  2. a b c d e f Higino, Fábulas, LXX, Sete reis que lutaram contra Tebas
  3. a b Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.9.13
  4. «Ἄδραστος». An Intermediate Greek-English Lexicon. Oxford: Oxford University Press 
  5. a b c d e Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 3.6.1
  6. Pausânias, ii. 6. § 3

Árvore genealógica baseada em Pseudo-Apolodoro:

Talau
Lisímaca
Adrasto
Prónace
Anfiteia
Argia
Dípile
Egialeia
Egialeu
Cianipo