Al-Khansa foi uma poetisa árabe que viveu em finais do século VI e na primeira parte do século VII.[1] O seu nome verdadeiro era Tumadir bint 'Amr ibn al-Harith ibn al-Sharid, mas recebeu a alcunha de Al-Khansa, o que significa "nariz achatado" ou "gazela". Ficou conhecida pelas suas elegias (composições poéticas de temática relacionada com a morte e o luto). Foi contemporânea de Maomé, profeta do islão[2].

Al-Khansa, retratada por Khalil Gibran em Março de 1917.

A vida na Arábia do século VII caracterizava-se pelas guerras constantes entre as várias tribos que habitavam a península. O irmão de Al-Khansa, Moáuia, e um meio-irmão, Saquir, ambos chefes tribais, foram mortos numa dessas guerras, o que provocou em Al-Khansa uma dor que manifestaria através da escrita.

Viveu parte considerável da sua vida no paganismo anterior ao nascimento do islão (época à qual os muçulmanos se referem como a Jahiliyya, a época de ignorância e idolatria), mas a sua tribo acabaria por aceitar a religião muçulmana. Al-Khansa conheceu Maomé quando a sua tribo se deslocou a Medina.

Foi casada três vezes e teve vários filhos, quatro filhos dos quais foram mortos na Batalha de Cadésia (637), uma das primeiras batalhas na história do islão. Segundo a tradição, o califa Omar atribui-lhe uma pensão e escreveu-lhe uma carta na qual elogiava o seu heroísmo.

A sua colecção de poemas (divã) foi preservada pelos sábios islâmicos, tendo influenciado poetas posteriores.

Referências

  1. Abdullah al-Udhari, Classical Poems by Arab Women (London: Saqi, 1999), p. 58.
  2. Ayyildiz, Esat (30 de junho de 2020). «El-Hansâ' Bint 'Amr: Eski Arap Şiirinde Öncü Bir Mersiye Şairi Hanım». Mütefekkir (em turco). 7 (13): 201–224. ISSN 2148-8134. doi:10.30523/mutefekkir.757993