Alactal

poeta iraquiano

Guiate ibne Gaute Ataglibi Alactal (em árabe: غياث بن غوث التغلبي; romaniz.:Giath ibn Gauth al-Taglibi al-Akhtal), vulgarmente conhecido como Alactal[1] (O Loquaz) (em árabe: الأخطل; romaniz.:al-Akhtal) (Hira ou Sergiópolis, c. 640 – 710), foi um dos poetas árabes mais famosos do período omíada. Pertencia à tribo Banu Taglibe e era, assim como seus companheiros de tribo, um cristão.[2]

Alactal
Nascimento 640
Hira
Morte 710 (69–70 anos)
Mesopotâmia Superior
Cidadania Califado Omíada
Ocupação poeta
Religião cristianismo

Biografia editar

Alactal foi um dos grandes panegiristas do período omíada. Ficou famoso por suas sátiras e panegíricos em um período em que a poesia era um importante instrumento político. Alactal foi apresentado a Iázide I por Cabe ibne Juail e tornou-se amigo íntimo do herdeiro aparente do califa Moáuia I (governou de 661 a 680). Iázide, quando chegou ao trono, foi generoso com Alactal. Apesar de seu cristianismo, foi favorecido pelos principais califas omíadas. Ao longo de sua vida, Alactal foi um defensor da dinastia omíada no poder.[2]

Ele elogiou em seus panegíricos Iázide, Abedal Maleque ibne Maruane e Alualide I e em suas sátiras atacou todos os oponentes dos califas. Alactal tornou-se o poeta oficial da corte de Abedal Maleque, a quem dedicou vários panegíricos. Mas ele caiu em desagrado sob o governo de Alualide. A tradição beduína pré-islâmica é sempre aparente nos poemas de Alactal e seus panegíricos mostram a vitalidade contínua dessa tradição. Os panegíricos de Alactal adquiriram uma posição clássica. Sua poesia foi aceita pelos críticos como fonte do árabe puro.[2]

Poucos detalhes são conhecidos sobre sua vida privada, exceto que era casado e divorciado, e que passou parte de seu tempo em Damasco, e outra parte com sua tribo na Mesopotâmia Superior. Nas guerras dos taglibitas contra os caicitas, participou tanto no campo de luta, como através de suas sátiras.[3]

Na contenda literária entre seus contemporâneos Jarir ibne Atiá e Alfarazdaque, foi induzido a apoiar o poeta Alfarazdaque. Alactal, Jarir e Alfarazdaque formaram um trio celebrado entre os árabes, cuja superioridade entre eles ainda é disputa. No período abássida, não há dúvida de que o cristianismo de Alactal contou contra ele, mas Abu Ubaidá coloca-o como sendo o mais importante dos três, pelo fato que, entre seus poemas havia dez impecáveis cássidas (uma forma de poesia lírica que se originou na Arábia pré-islâmica), e mais dez poemas que se aproximam a estes, e que isso não poderia ser dito dos outros dois.[3]

Publicações editar

"A poesia de Alactal" foi publicada na editora jesuíta em Beirute, 1891. Um relato completo do poeta e de seus tempos é apresentado em H. Lammens "Le chantre des Omiades" (Paris, 1895) (uma reimpressão do Journal Asiatique de 1894).[3]

Notas

  1. Dias 1940, p. 277.
  2. a b c Esat, Ayyildiz (2017). «El-Ahtal'ın Emevilere methiyeleri» (PDF). Ankara Üniversitesi Dil ve Tarih-Coğrafya Fakültesi Dergisi - DTCF Dergisi (em turco e inglês). 57 (2): 936–960. ISSN 2459-0150. doi:10.1501/Dtcfder_0000001545. Consultado em 6 de dezembro de 2019 
  3. a b c Thatcher, Griffithes Wheeler. «Akhtal». Encyclopædia Britannica (em inglês). 1 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 456 

Referências

Ligações externas editar