Ana Arruda Callado

Ana Arruda Callado (Recife, 19 de maio de 1937) é uma jornalista, escritora e educadora brasileira. Foi a primeira mulher a chefiar a redação de um jornal no Brasil[1].

Ana Arruda Callado
Ana Arruda Callado
Ana Callado, 2014
Nascimento 19 de maio de 1937 (86 anos)
Recife,  Pernambuco
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Antônio Callado
Ocupação Jornalista
Escritora
Educadora

É Conselheira da Associação Brasileira de Imprensa e membro do PEN Clube do Brasil. Entre seus livros, além de traduções e artigos, destacam-se as biografias de mulheres, como Darcy Vargas e Maria Martins.

É viúva do escritor Antônio Calado, com quem se casou em 1977 e que dedicou a ela seu romance Reflexos do Baile[2].

Jornalismo editar

Formou-se em Jornalismo pela Faculdade Nacional de Filosofia, em 1957. Depois de estagiar na Tribuna da Imprensa, iniciou a carreira profissional como repórter do Jornal do Brasil. Em 1958, ganhou o prêmio Herbert Moses pela série de reportagens Reforma Agrária: todo mundo fala, mas ninguém faz.

Ainda pelo Jornal do Brasil, publicou outra série especial, desta vez sobre crianças de rua, pela qual recebeu a Menção Honrosa do Prêmio Esso, em 1959.

Em 1962, trocou o Jornal do Brasil pela Tribuna da Imprensa. Em 1966, quebrou um tabu no jornalismo brasileiro, assumindo o cargo de chefe de reportagem do Diário Carioca. Nunca antes uma mulher havia comandado uma equipe de repórteres no Brasil.

Fez parte da equipe que criou o jornal alternativo O Sol, que foi lançado em setembro de 1967 como suplemento do Jornal dos Sports mas passou a circular de forma independente dois meses depois.

Trabalhou também na Revista Senhor e nos programas Jornal de Vanguarda e Squire, da TV Rio.

Carreira acadêmica editar

Nos anos 70 começou a dar aulas de Jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela qual obteve o título de Doutora em Comunicação Social. Lecionou também na Universidade Federal Fluminense e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Na década de 90, foi coordenadora editorial da revista Estudos Feministas, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Também na área acadêmica, assumiu cargos como a Diretoria-Adjunta de Graduação da ECO/UFRJ e participou de Comissões que orientaram a prova do Exame Nacional de Cursos de Jornalismo, realizado pelo Ministério da Educação.

Bibliografia editar

É autora das biografias Dona Maria José, sobre Maria José Barboza Lima (1995); Jenny, amazona, valquíria e vitória-régia, sobre a escritora Jenny Pimentel de Borba (1996); Adalgisa Nery (2004); Maria Martins, uma biografia (2004) e Darcy, a outra face de Vargas, sobre Darcy Vargas[3][4].

Escreveu também o romance policial Elas são de morte[5].

Em 2011, escreveu o roteiro de Pedro Mico, adaptação para história em quadrinhos do romance homônimo de Antônio Calado. o álbum foi desenhado por Ney Megale e publicado pela editora Nova Fronteira[6].

Obras editar

  • O Brasil e os Estados Unidos: alem dos estereótipos (1983?)
  • Os editoriais da Abolição: um momento-chave para a linguagem jornalística no Brasil (1989)
  • Dona Maria José: retrato de uma cidadã brasileira (1995)
  • Adalgisa Nery: muito amada e muito só (1999)
  • Uma história: muitas vidas : biografia (1999)
  • Uma aula de matar (2003)
  • Maria Martins, uma biografia (2004)
  • Lygia, a recordista: um esboço biográfico (2009)
  • Darcy: a outra face de Vargas (2011)
  • Pedro Mico: em quadrinhos (2011)
  • Berta Ribeiro – Aos índios, com amor (2016)
  • Meninos, Cansei (2021)

Referências

  1. «Mulher 500 anos - Acervo e pesquisa - Biografia de mulheres». Consultado em 5 de junho de 2011. Arquivado do original em 24 de novembro de 2010 
  2. As paixões de Ana Arruda Callado. Revista Cultura RJ, 2 de janeiro de 2010
  3. «Editora Gryphus». Consultado em 5 de junho de 2011. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  4. Submarino
  5. Livraria da Travessa
  6. Pedro Mico, de Antônio Callado, é adaptado para os quadrinhos Arquivado em 28 de janeiro de 2013, no Wayback Machine.. Universo HQ, 7 de julho de 2011
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