Apeadeiro de Luz

apeadeiro em Portugal

O Apeadeiro de Luz, também conhecido como de Luz de Tavira, é uma interface da Linha do Algarve, que serve a freguesia de Luz de Tavira, no Concelho de Tavira, em Portugal.

Luz
Apeadeiro de Luz
o apeadeiro de Luz, em 2010
Identificação: 73262 LUZ (Luz)[1]
Denominação: Apeadeiro de Luz
Administração: Infraestruturas de Portugal (sul)[2]
Classificação: A (apeadeiro)[1]
Tipologia: D [2]
Linha(s): Linha do Algarve (PK 365+716)
Altitude: 25 m (a.n.m)
Coordenadas: 37°5′19.8″N × 7°42′0.23″W

(=+37.08883;−7.70006)

Mapa

(mais mapas: 37° 05′ 19,8″ N, 7° 42′ 00,23″ O; IGeoE)
Município: border link=TaviraTavira
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Tavira
V.Real S.Ant
  R   Livramento
Faro
    Fuzeta
Faro

Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
40 67
Equipamentos: Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Endereço: Rua da Estação, s/n
PT-8800-113 Luz TVR
Inauguração: 31 de janeiro de 1905 (há 119 anos)
Website:

Descrição editar

Localização e acessos editar

Esta interface situa-se no extremo sul da povoação epónima, ao topo da sua Rua da Estação, distando 629 m (desnível acumulado de +10−2 m) do centro da localidade (Praça da República).[3]

Infraestrutura editar

Como apeadeiro em linha em via única, esta interface tem uma só plataforma, que tem 80 m de comprimento e 90 cm de altura.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado nornoroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Vila Real de Santo António).[4][5][6]

Serviços editar

Em dados de 2022, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional, com 13 circulações diárias descendentes e 12 ascendentes, entre Faro e Vila Real de Santo António.[7]

História editar

 Ver artigo principal: História da Linha do Algarve

Antecedentes e planeamento editar

Em 2 de Dezembro de 1878, o empresário inglês Joseph William Henry Bleck recebeu a concessão para construir e explorar um caminho de ferro de Lagos a Vila Real de Santo António, cujo plano incluía a construção de um apeadeiro em Luz, no percurso entre a Fuzeta e Tavira.[8] No entanto, este projecto não chegou a ser concretizado, tendo a concessão caducado em 18 de Dezembro de 1893.[8]

O planeamento do caminho de ferro no Sotavento Algarvio foi retomado por uma portaria de 10 de Novembro de 1897, que encarregou o director dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste de fazer os estudos para o troço de Faro a Vila Real de Santo António, seguindo tanto quanto possível pelas povoações do litoral.[8]

 
Aviso de 1905 dos Caminhos de Ferro do Estado, onde Luz aparece com a categoria de estação.

Construção e inauguração editar

Em 12 de Dezembro de 1903, iniciou-se o concurso para a construção de várias gares no Algarve, incluindo a gare da Luz, que estava prevista ter a categoria de estação, e que consistia no edifício principal, um cais coberto e outro descoberto, retretes e uma fossa.[9] O troço entre Fuzeta e Luz foi inaugurado em 31 de Janeiro de 1905,[10] tendo permanecido como estação terminal do Caminho de Ferro do Sul até 10 de Março de 1905, data em que a linha chegou a Tavira.[11]

Quando entrou ao serviço, estava classificada como estação de quarta classe.[11] Nessa altura, previa-se que iria ter um grande volume de movimento de mercadorias, devido à grande produção hortícola na freguesia de Luz de Tavira.[11]

Em 1988 este interface tinha ainda categoria de estação,[5] tendo sido despromovido a aperadeiro mais tarde,[quando?] antes de 2005.[12]

Movimento de passageiros e mercadorias editar

Em 1976, existia um importante fluxo de passageiros no troço entre as gares de Luz e Tavira.[13]

Em termos de mercadorias, a estação expedia, no regime de pequenos volumes em grande velocidade, principalmente hortaliças e frutas (destacando-se os citrinos, na Primavera e no Outono) (especialmente para Vila Nova de Gaia), polvo (mais no Outono), e azeite em embalagens (especialmente para Setúbal e Lisboa).[14] Os principais produtos recebidos foram adubos (vindos da divisão da Companhia União Fabril de Faro, principalmente no Outono), palha, materiais de construção (especialmente cimento), papel (especialmente vindo de Cacia, no Outono), trigo de semente e plantas vivas.[14]

Ver também editar

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  3. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal». Consultado em 15 de outubro de 2021 
  4. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  5. a b Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  6. Sinalização da estação de Luz” (diagrama anexo à I.T. n.º 28), 1974
  7. Comboios Regionais : Linha do Algarve : Lagos ⇄ Vila Real de Santo António (em vigor desde 2022.04.19)
  8. a b c «Há 40 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1198). 16 de Novembro de 1937. p. 541-542. Consultado em 14 de Dezembro de 2016 
  9. «Arrematações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (383). 1 de Dezembro de 1903. p. 402. Consultado em 8 de Setembro de 2012 
  10. MARQUES, 1999:391
  11. a b c «Olhão a Tavira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 18 (412). 16 de Março de 1905. p. 84-85. Consultado em 8 de Setembro de 2012 
  12. Instrução de Exploração Técnica N.º 50. INTF («Entrada em vigor 11 de Dezembro de 2005»)
  13. CAVACO, 1976:436-438
  14. a b CAVACO, 1976:438-439

Bibliografia editar

  • CAVACO, Carminda (1976). O Algarve Oriental: As Vilas, O Campo e o Mar. Volume II. Faro: Gabinete de Planeamento da Região do Algarve. 204 páginas 
  • MARQUES, Maria; et al. (1999). O Algarve da Antiguidade aos Nossos Dias: Elementos para a sua História. Lisboa: Edições Colibri. 750 páginas. ISBN 972-772-064-1 
 
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Ligações externas editar

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