Asilo de Inválidos Militares de Runa

lar para idosos antigos militares gerido pelo IASFA
Asilo de Invalidos Militares de Runa
Apresentação
Tipo
antigo hospital (d)
património cultural
Fundação
Arquiteto
Estatuto patrimonial
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa

O Asilo de Inválidos Militares de Runa, também chamado Lar dos Veteranos Militares, está localizado na freguesia de Dois Portos e Runa, no município de Torres Vedras, em Portugal.[1]

O edifício do Asilo de Inválidos Militares de Runa.

O edifício do Asilo de Inválidos Militares de Runa está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967.[1]

História editar

O Real Asilo de Runa foi construído a expensas da princesa do Brasil, D. Maria Francisca Benedita, irmã e nora de D. Maria I, na sua quinta daquela povoação, um majestoso edifício setecentista.

D. Maria Francisca, que ficou viúva em 1788, como homenagem ao seu falecido marido e aos militares que haviam servido a Pátria nas guerras, resolveu aceitar o louvável e benéfico destino de fundar um asilo exclusivo para militares pobres e inválidos, tendo reservado uma parte do edifício para os seus aposentos.

O edifício foi inaugurado a 25 de Julho de 1827, dando entrada nesse dia 16 veternos militares, estando a princesa a comemorar os seus oitenta e um anos de idade. Foram gastos na sua construção mais de 600 contos de réis. Bem traçado no estilo neoclássico da época, projectado pelo arquitecto José da Costa e Silva, a obra monumental, segundo a inscrição na fachada, começou a 18 de Junho de 1792. No átrio do edifício, ficaram gravadas numa placa em letras de ouro as palavras proferidas pela sua fundadora no dia da sua inauguração e dirigidas aos veteranos: ESTIMO TER PODIDO CONCLUIR O HOSPITAL QUE MANDEI CONSTRUIR PARA DESCANSARDES DOS VOSSOS HONROSOS TRABALHOS; EM RECOMPENSA SÓ VOS PEÇO A PAZ E O TEMOR A DEUS.

Arquitetura editar

Este edifício, que no seu aspecto externo, se reduz à figura dum longo quadrilátero, corre no sentido norte a sul, tendo na sua frente 99 metros, de fundo 61, de altura 13, com 365 janelas (tantas como os dias de um ano), e 13 de fundo. Ao centro do edifício, a notável entrada para a igreja, formando peristilo, é de uma arquitectura austera e nobre. O templo tem uma curta nave ou corpo e um grande transepto em que os topos são rematados em semicírculo. O conjunto é dominado por uma cúpula. De notar, os nichos com esculturas de mármore de Carrara, ao estilo neoclássico. Pertence também a esta igreja uma alta e valiosa custódia de prata dourada com peso de 14,725 kg e com 1,30 metros de altura, cravejada de pedras preciosas, que muitas delas eram da própria Princesa.

Como motivo de interesse para o visitante deve-se mencionar ainda a Tribuna Real, de cujas janelas no primeiro andar se tem a melhor perspectiva, sobre o interior da igreja. Hoje armada em sala, guarda várias pinturas de valor, portuguesas e estrangeiras. Sobressaem as três tábuas portuguesas da primeira metade do século XVI, representando São Luís, Rei de França, São João Baptista e São Jerónimo, São Bento e Santo Ambrósio, e uma tela representando Santo António e o Menino, assinada por Vieira Lusitano.

Numa outra ala do edifício os chamados "Aposentos da Rainha" conservam nas paredes uma decoração neoclássica e, na sala principal, pode admirar-se um retrato da rainha D. Maria I.

O acesso ao edifício é feito por uma alameda de 170 metros de comprimento e ao lado direito encontra-se um magnífico jardim frondoso arvoredo, que inclui diversas espécies de vegetais, entre as quais um dos maiores e antigos cedros de Portugal, e também muitas aves interessantes como os galos da Índia ou os belos pavões.

Referências

 
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Ligações exteriores editar

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