Bandeira da França

bandeira nacional

A Bandeira da França (também conhecida como a tricolor ou bleu, blanc, rouge) é uma tricolor dividida em três faixas verticais (azul, branca e vermelha), simboliza a Revolução Francesa (1789), sendo que o azul e o vermelho representam as cores de Paris, enquanto o branco representa as origens, ou seja, a realeza. De acordo com o Marquês de Lafayette, o branco, a "cor francesa ancestral", foi adicionado às cores da milícia parisiense para criar um laço tricolor, ou nacional. Este laço se tornou parte do uniforme da Guarda Nacional, que sucedeu a milícia e foi comandada por Lafayette. Lembrando do lema francês, as cores representam também Liberté (Liberdade), Egalité (Igualdade) e Fraternité (Fraternidade), na ordem da bandeira, "método" também usado na moeda francesa. Com vínculo à revolução e ao império, ela foi muito rejeitada inicialmente, sendo substituída por uma bandeira branca entre 1814 e 1830. A Revolução de 1830, conhecida também como Revolução de Julho, restabeleceu a antiga bandeira tricolor, que se consagrou definitivamente.

Bandeira da França
Bandeira da França
Aplicação
Proporção 2:3
Adoção 1794
Tipo nacionais
Bandeira variante da França também muito usada. Apenas com as cores mais claras.

Azul e vermelho são as cores tradicionais de Paris, utilizadas no Brasão da cidade. O Azul é identificado com São Martinho de Tours e o vermelho com São Dinis de Paris. As cores azul e vermelho já haviam sido utilizadas pelos franceses antes da Revolução, que trouxe o uso dessas cores de volta.

História editar

Durante o início da Idade Média, a oriflama, a bandeira de São Dinis, era utilizada. Era uma bandeira vermelha, com dois, três ou cinco pontas. Originalmente, era a bandeira real da Dinastia Capetiana. Ele era guardada na abadia de São Dinis, de onde era retirada somente quando uma guerra eclodia. Reis franceses saíam para a batalha precedidos quer pela capa azul de São Martinho, que era para proteger o monarca, ou pela bandeira vermelha de São Dinis. Mais tarde, durante a Alta Idade Média, essas cores passaram a ser associadas com a casa reinante da França. Em 1328, o brasão de armas da Casa de Valois era azul com flores-de-liz douradas e com vermelho limitado. Desse momento em diante, os reis da França foram representados em vinhetas e manuscritos vestindo um casaco vermelho sob um manto azul decorado com flores-de-lis douradas.

Durante a Guerra dos Cem Anos, a Inglaterra era reconhecida por uma cruz vermelha, e a França, por uma cruz branca. Esta cruz poderia figurar tanto em um campo azul ou um campo vermelho. O campo azul, eventualmente, tornou-se o padrão comum para os exércitos franceses. A bandeira pessoal de Joana d'Arc durante a Guerra dos Cem Anos é descrita em suas próprias palavras, "Eu tinha uma bandeira da qual o campo estava polvilhado com lírios, o mundo estava pintado lá, com um anjo de cada lado, era branco do pano branco chamado 'Boccassini', estava escrito acima dele, creio eu, 'Jhesus MARIA', que estava franjado com seda". O estandarte de Joana levou ao uso proeminente do branco em bandeiras francesas posteriores.

A partir da adesão dos Bourbons ao trono da França, passou-se usar uma bandeira branca, o símbolo da pureza e da autoridade real. A marinha mercante foi atribuída "a antiga bandeira da nação da França", a cruz branca em um campo azul.

Na tomada da Bastilha em 1789, a milícia parisiense usava laços azuis e vermelhos em seus chapéus. A cor branca possuía muito destaque em bandeiras francesas e é descrita como a "cor francesa ancestral" por Lafayette. O branco foi adicionado as cores revolucionárias dos laços da milícia para nacionalizar o projeto, criando assim o cocar tricolor. Apesar de Lafayette identificar a faixa branca com a nação, outros a identificaram com a monarquia. Lafayette negou que a bandeira continha qualquer referência ao libré vermelho-e-branco do Duque de Orléans. Apesar disso, orleanistas adotaram a bandeira tricolor como a sua própria.

Azul e vermelho estão associados com a Virgem Maria, padroeira da França, e foram as cores da oriflama. As cores da bandeira francesa podem também representar os três principais estados do Antigo Regime (o clero: branco, a nobreza: vermelho e a burguesia: azul). Azul, como o símbolo da classe, vem em primeiro lugar e vermelho, representando a nobreza, vem por último. Ambas as cores extremas estão situadas em cada lado do branco referindo-se uma ordem superior.

O laço tricolor de Lafayette foi adotado em julho de 1789, um momento de unidade nacional que logo desapareceu. Monarquistas começaram a usar laços brancos e usar bandeiras brancas, enquanto que os jacobinos, e mais tarde os socialistas, bandeiras vermelhas. A bandeira tricolor, que combina o branco monarquista com o vermelho republicano, passou a ser vista como um símbolo de moderação e de um nacionalismo que transcende o partidarismo.

As três cores são ocasionalmente tomadas para representar os três elementos do lema revolucionário, liberté (liberdade: azul), égalité (igualdade: branco), fraternité (fraternidade: vermelho);

Por outro lado, o website do governo francês considera que o campo branco era a cor do Rei, enquanto azul e vermelho eram as cores de Paris.

Em 1976 o então presidente Valéry Giscard d"Estaing alterou o azul da bandeira, tornando-o mais aberto para que combinasse com a cor da bandeira europeia, para evitar um confronto estético entre os dois tons de azul.

Em 2020, a azul voltou para azul-marinho, num regresso às versões mais antigas da bandeira francesa, e representa uma ligação aos símbolos e valores da Revolução Francesa[1].

 
Comparação dos tons de cores.
 
  Bandeira Naval

Cores editar

As cores adotadas por Valéry Giscard d'Estaing, foram substituídas por uma versão mais escura de cores da bandeira francesa.

Cores padrão da bandeira da França
Cor Sistema Pantone CMYK RGB Hex SCN
Reflex Blue 100.89.0.0 (0, 85, 164) #0055A4 S 2565 R80B
Safe 0.0.0.0 (255, 255, 255) #FFFFFF cor base
Red 032 0.87.60.0 (239, 65, 53) #EF4135 S 0580 Y80R

Bandeiras históricas editar

Referências

  1. «A bandeira de França mudou de cor há quase um ano – mas só agora está a gerar polémica» 
  2. La France du Renouveau - Bourbon Royalist design.
  3. Whitney Smith. Flags through the ages and cross the world. McGraw-Hill Book Company. 1975. p. 75.
 
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