Basil Liddell Hart

Basil Henry Liddell Hart (1895–1970), também conhecido por Capitão B. H. Liddell Hart, foi um historiador, militar inglês, grande teórico da estratégia.[1]

Liddell Hart
Basil Liddell Hart
Nome completo Basil Liddell Hart
Nascimento 1895
Morte 1970 (75 anos)
Nacionalidade Inglaterra Inglês
Ocupação Historiador e militar

Introdução editar

Considerado por alguns o "Clausewitz do século XX", e, por muitos,[quem?] a maior autoridade em guerra moderna de seu tempo, o capitão Lidell Hart foi reformado devido a graves ferimentos recebidos em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial

Com cerca de 40 obras publicadas, nascido na França, de pais ingleses, exerceu grande influência sobre chefes e pensadores militares de vários países, entre eles o General Heinz Guderian, o idealizador das Grandes Unidades blindadas do exército Alemão.

Estudou com profundidade a história das guerras, nela buscando inspiração e conhecimento para análise das possibilidades de emprego dos novos meios que surgiam, principalmente o avião e o carro de combate, daí tirando conclusões sobre a possível evolução da Arte dos Generais, ou a Estratégia.

Pensamento militar editar

Amigo e admirador de J. F. C. Fuller, o maior responsável pela introdução dos blindados no exército britânico, dele divergia no que diz respeito ao emprego da infantaria junto às forças blindadas. Enquanto Fuller advogava que os carros atuariam isolados, Liddell Hart defendia a tese do emprego da infantaria junto a eles (binômio infantaria-carro).

Visualisava a guerra do futuro como uma guerra mecanizada, com operações de forças altamente móveis, e para isto elaborou o primeiro manual da força mecanizada que estava sendo organizada na Inglaterra no final dos anos 20.

Pregava, no que diz respeito à tática, ampla utilização dos ataques noturnos e das ações indiretas, além da máxima mobilidade dos blindados, já citado anteriormente.

Propunha mudanças no conceito de defesa, enfatizando a defesa móvel e o contra-ataque, através do emprego de forças blindadas.

Defendia o fim da conscrição universal e a criação de um exército profissional, pequeno, bem treinado e dotado de equipamentos modernos, aptos para operar em qualquer Teatro de Operações, defendendo os interesses da Inglaterra. A maior parte deste exército, dois terços, seria de unidades blindadas.

Atuação política editar

Por ocasião da escalada nazista, procurou alertar seu governo sobre a necessidade de desenvolver um plano de reforma nas Forças Armadas e, principalmente, do exército.

Em 1937, designado assessor do novo Ministro da Guerra, buscou implementar suas idéias, encontrando dificuldades junto ao estado-maior imperial e ao tesouro inglês.

No entanto, o agravamento da situação política européia (1938) contribuiu para que muitas de suas propostas fossem executadas.

Resumo do pensamento estratégico editar

Liddell Hart, em 1937, publicou no Times três artigos que resumiam seu entendimento sobre a estratégia militar naquela época. Sobre tais artigos, o coronel Almerino Raposo diz o seguinte:

"No âmbito da estratégia militar, relembrou o papel histórico da Grâ-Bretanha e sua longa experiência de guerra, traduzida em guerras de riscos limitados, prevalecendo o poder marítimo; propôs o emprego de forças expedicionárias reduzidas; chamou a atenção para o papel que caberia à Grã Bretanha e os riscos que teria que enfrentar, juntamente com a França e o ocidente; sugeria ampla reformulação das Forças Armadas britânicas, dotando-as de grande poder ofensivo para atender à Guerra Moderna; pregava uma estratégia ofensiva-defensiva com doutrina defensiva, eminentemente ativa e móvel, à base de contra-ataques em vários níveis. Sugeriu uma nova doutrina militar, com ênfase para o fortalecimento do poder aéreo e do poder marítimo, predominando no poder terrestre a qualidade sobre a quantidade; as divisões blindadas não deveriam ser lançadas para emprego na França, mas serem mantidas na Inglaterra, como reserva estratégica principal para emprego nos Países Baixos e no oriente próximo".

Essas idéias foram publicadas em 1939 no livro A Defesa da Inglaterra, juntamente com outros estudos. Apesar de tal livro sofrer severas críticas no âmbito nacional e internacional, várias de suas propostas foram executadas, embora um pouco tarde. Em suas obras posteriores à II GM, defendeu insistentemente a “ação indireta” como a melhor forma de concepção estratégica, seja no âmbito da grande estratégia (estratégia nacional), seja na estratégia militar. Dentre outros motivos argumentava com a inviabilidade do uso dos engenhos atômicos, que teria resultados catastróficos, vindo daí a impossibilidade de usá-los e a necessidade da estratégia indireta. Crítico de Clausewitz, principalmente no que concerne ao conceito de “busca da batalha decisiva”, Liddell Hart colide, frontalmente, com a opinião de renomados pensadores, entre eles Aron, os quais não se cansam de proclamar os acertos e a permanência das teorias clausewitianas. Em sua obra “Estratégia”, ainda no dizer do Cel Almerino, não chega ao nível conceitual filosófico, permanecendo nos níveis teórico-doutrinário e doutrinário-operacional e, por isto mesmo, seus estudos pertencem, via de regra, à estratégia militar. No entender de Hart, à estratégia cabe estabelecer os planos de guerra, orientar o desenvolvimento das diferentes campanhas que a compõem e regular as batalhas que serão travadas em cada uma delas. Em sua visão, a estratégia seria um conceito voltado para o preparo e o emprego do Poder Nacional, com ênfase no Poder Militar. Dentre outras ideias, enfatiza que a conduta da guerra deve considerar a situação da paz que se deseja. Se isto não for considerado, aí poderão estar presentes os germes da próxima guerra, e que este risco aumentará caso a guerra seja feita por uma coalizão.

Obras editar

  • Cipião, o Africano: maior que Napoleão
  • Estratégia: a abordagem indirecta

Referências editar

  1. «Basil Liddell Hart». Biblioteca Nacional da Alemanha (em alemão). Consultado em 11 de janeiro de 2020 
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