Batalha da Ilha do Fanfa

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A Batalha da Ilha do Fanfa ou simplesmente Batalha do Fanfa, foi um dos primeiros conflitos travados durante a Revolução Farroupilha, entre as forças da República Rio-Grandense, sob o comando de Bento Gonçalves, e as do Império do Brasil, comandadas por Bento Manuel Ribeiro.

Batalha da Ilha do Fanfa
Guerra dos Farrapos

Cena de Batalha no Sul do Brasil, óleo sobre tela de Óscar Pereira da Silva
Data 34 de outubro de 1836
Local Ilha do Fanfa, Triunfo, Rio Grande do Sul
Desfecho Vitória imperial
  • Acordo para a rendição dos farroupilhas descumprido, prisão de muitos revoltosos, dentre eles Bento Gonçalves.
Beligerantes
República Rio-Grandense Império do Brasil
Comandantes
Bento Gonçalves Bento Manuel Ribeiro
John Pascoe Grenfell
Forças
1 100 soldados[1] 1 000 soldados
1 vapor
4 canhoneiras[1]
Baixas
900 prisioneiros
16 canhões capturados[2]
Desconhecidas

Antecedentes editar

Ao tomar conhecimento da proclamação da República Rio-Grandense na Batalha do Seival, as forças de Bento Gonçalves levantaram o sítio que infligiam à cidade de Porto Alegre e passaram a deslocar-se, beirando o rio Jacuí, para junção com as forças de Neto. Devido à época de cheias, era necessário atravessar o rio na ilha de Fanfa, no atual município de Triunfo.

As tropas imperiais, sob o comando de Bento Manuel Ribeiro, deslocam-se a partir de Triunfo, de modo a impedir a passagem dos farroupilhas. Araújo Ribeiro, alertado por Bento Manuel, envia a marinha, comandada pelo mercenário inglês John Grenfell. Assim, 18 barcos de guerra, escunas e canhoneiras foram postos a guardar o lado sul da ilha. Os barcos só foram percebidos pelos farrapos depois de estarem na ilha.

Confronto editar

Em 3 de Outubro de 1836 as forças imperiais fecharam o cerco por terra. As forças farroupilhas resistiram, sabendo da proximidade de tropas lideradas por Crescêncio de Carvalho. Repeliram os soldados que desembarcaram na ilha pela costa sul e as tentativas de travessia pelo norte. Naquela noite, porém, negociaram um acordo pelo qual os farrapos entregariam as armas, capitulariam e voltariam livres para suas casas.

Pela manhã do dia 4 de outubro era formalizada a capitulação. Muitos revoltosos jogaram suas armas no rio, ao invés de entregá-las aos imperiais. No momento em que confraternizavam as tropas, chega Araújo Ribeiro, trazido por John Grenfell, que imediatamente ordenou a prisão dos farrapos, desprevenidos e desarmados, não aceitando o acordo. Bento Manuel colabora com a captura, sendo presos, entre outros, Bento Gonçalves, Tito Lívio Zambeccari, Pedro Boticário, José de Almeida Corte Real, Onofre Pires e José Calvet.[2] Por esse motivo, além de ser conhecido como a derrota do Fanfa, o episódio é também chamado de traição do Fanfa.

Consequências editar

Foi um confronto estratégico onde os comandantes já se conheciam e tinham lutado lado a lado em diversas oportunidades, na mesma guerra, como também, anteriormente, na Guerra da Cisplatina. Foi, ainda, um dos momentos em que a participação de Bento Manuel, então lutando pelo Império, mostrou-se decisiva para a vitória. O episódio custaria a Bento Manuel, quando resolveu voltar para o lado farroupilha, grande desconfiança por parte dos líderes da revolução.

A rendição dos farroupilhas e a prisão de Bento Gonçalves retiraria o general do confronto até sua fuga do Forte do Mar, na Bahia, em 1837. A guerra, porém, continuou. Neto assumiu o comando militar farroupilha e Gomes Jardim substituiu Bento Gonçalves na presidência da República Rio-Grandense.

Bibliografia editar

  • DONATO, Hernâni. Dicionário das Batalhas Brasileiras. São Paulo: Editora Ibrasa, 1987.

Referências

  1. a b Donato 1987, p. 289.
  2. a b Donato 1987, p. 290.

Ligações externas editar