Bernhardine Nienau (Dortmund, 20 de abril de 1926Munique, 5 de outubro de 1943), conhecida como Bernile Nienau, foi uma garota judia alemã que ficou conhecida como "Filha do Führer" por causa de sua estreita amizade com Adolf Hitler, que durou cinco anos (1933-1938).

Bernile Nienau
Nome completo Bernhardine Nienau
Nascimento 20 de abril de 1926
Dortmund, República de Weimar
Morte 5 de outubro de 1943 (17 anos)
Munique, Alemanha
Nacionalidade alemã
Etnia judia

Em 2018, uma foto em que Hitler aparece ao lado da menina, com 6 anos de idade e na qual há uma dedicatória — "À querida e apreciada Rosa Nienau. Adolf Hitler, Munique, 16 de junho de 1933" — foi arrematada em leilão por 11520 dólares.[1]

Vida editar

Nienau, filha única do médico Bernhard Nienau, nasceu em Dortmund. O seu pai nasceu em 23 de junho de 1887 e faleceu pouco antes de ela nascer, em 29 de fevereiro de 1926. A sua mãe,a enfermeira Karoline, nasceu em Helwig, em 15 de março de 1892, e mudou-se para Munique, onde, por volta do ano de 1928, comprou uma casa, e viria a falecer em 26 de julho de 1962. A avó de Bernile, Ida Voit, professora católica romana de ascendência judia, nascida em Morgenstern, em 18 de julho de 1867, era viúva ou divorciada, e também morava com elas, falecendo em 29 de dezembro de 1942. Provavelmente por instigação da sua mãe, Bernile, na primavera de 1933, aproveitando um grande fluxo de visitantes que existia em Obersalzberg, atraiu a atenção de Adolf Hitler e, do contato entre ambos, resultou uma "amizade" que durou até 1938. Nos Arquivos Federais em Berlim, há 17 cartas que a menina, provavelmente com a ajuda de sua mãe, escreveu para Hitler e o seu assistente principal Wilhelm Brückner.

Por causa das origens de sua avó, Bernile poderia ser considerada judia, o que era sabido por Hitler desde 1933.[2] Em 19 de abril de 1938, o ajudante de Hitler, Fritz Wiedemann, descreveu a desconsideração que Hitler tinha pelos seus antepassados ​​judaicos para subordinar os escritórios do partido como "uma atitude puramente humana em relação à criança". No entanto, quando Martin Bormann teve conhecimento da falta de "sangue alemão", a menina e a sua mãe foram proibidas de aparecer em Berghof. Hitler, através do seu fotógrafo pessoal, Heinrich Hoffmann, foi informado daquela proibição e de que Bormann o havia proibido de continuar a publicar fotos nas qual o Führer aparecia com "sua filha". No seu livro "Hitler como eu o vi", Hoffmann escreve que Hitler, referindo-se a Bormann, afirmou: "Há pessoas que têm um verdadeiro talento para estragar toda a minha alegria". Mas o livro ilustrado de Hoffmann, "Juventude em torno de Hitler", que incluiu as fotografias de Hitler com Bernile, continuou a ser vendido e, em meados do ano de 1938, a mãe foi oficialmente proibida de contatar qualquer líder partidário.

Bernile, que aprendeu a profissão de desenho técnico, faleceu com 17 anos em 5 de outubro de 1943, vítima de poliomielite espinhal, no Hospital Schwabing e foi sepultada no Cemitério Oeste de Munique.[3]

Ver também editar

Referências

  1. msn.com/ A menina de origem judaica abraçada por Hitler
  2. «'The Führer's child': How Hitler came to embrace a girl with Jewish roots». Washington Post (em inglês). Consultado em 14 de novembro de 2018 
  3. Rundfunk, Bayerischer (5 de setembro de 2013). «Bayern - Land und Leute | BR.de» (em alemão)