Betoneira

máquina empregada na mistura do concreto

Uma betoneira ou misturador de concreto é o equipamento utilizado para mistura de materiais, na qual se adicionam cargas de pedra, areia e cimento mais água, na proporção e textura devida, de acordo com o tipo de obra.

Uma betoneira.

A critério do arquiteto, engenheiro civil ou do mestre de obras, podem ser acrescidos outros tipos materiais, como diversos tipos de cimentos e pedras, ou aditivos, bem como diferentes proporções destes.

Utilização editar

É muito usada na construção civil, principalmente, para mistura de agregados como produtos e matérias primas a exemplo na construção de barragens e açudes utilizando-se o concreto na mistura da argamassa. Por ter composição diferente, não sendo adicionada a pedra e podendo-se adicionar a cal hidratada, esta é mais usada em revestimento, rejuntamentos e outros preparos na obra.

Pode ser usado na mistura e preparo de outros produtos como rações, adubos, plásticos, etc. Neste caso sua denominação passa a ser como misturador.

Tipos editar

 
Modelo mais comum

Pode ser:

  • móvel: na forma de transporte por caminhão betoneira, com um sistema movido por uma correia de aço acoplada a um motor normalmente alimentado por um sistema de transmissão do veículo e hidráulico.
  • fixa: como é conhecida no Brasil equipada com motor para que a mistura fique homogênea.
  • semi-fixa: o mesmo que fixa porem pode ser facilmente removida pois possui rodas.
  • automática: movida por um motor sincronizada equipada com esteiras rolantes.
  • semi-automática.

Capacidade editar

 
Caminhão betoneira

A sua capacidade varia de acordo com a necessidade pode ir dos pequenos misturadores semi-automáticos que comportam pouco mais de 10 kg ou 10 litros de concreto, movidos por um motor com sistema de polias e correias, pois a mistura deve ser homogênea, até caminhões com mais de dez metros cúbicos de capacidade ou 10.000 litros.

Já que as betoneiras são medidas em litros em alguns locais, porem usa-se normalmente na construção civil como medida de capacidade a cubagem.

Os sistemas de mistura podem variar conforme o tipo, sendo os mais comuns pivotantes (onde o tambor gira entorno de um eixo) ou rotativas (o tambor gira sobre roletes). As pivotantes funcionam através do giro do tambor e palhetas que cortam a "massa" a ser misturada, como em um liquidificador, já as rotativas provocam o turbilhonamento da mistura, com pás elevando e jogando o material, como em uma roda d'água invertida.

Existem também os misturadores planetários que, para exemplificar, funcionam como uma grande panela com pás misturando o material.

Comercialmente as betoneiras mais comercializadas são as de 320/400 litros onde o "traço" é de aproximadamente 1 saco de cimento por mistura (betonada).

Equipamentos complementares editar

Nas grandes construções ou em casos específicos, usa-se uma bomba especial chamada de bomba de concreto que impulsiona o concreto à altura que se fizer necessário, junto a uma central dosadora.

Quando a área é muito extensa usa-se o vibrador de concreto, que tem como função adensar a mistura, retirando as bolhas de ar.

A fim de evitar problemas de entupimento na interrupção ou queda de energia, junto a central dosadora fica um gerador a gás ou óleo diesel, que a mantem ligada por um período de tempo curto.

Origem editar

Um dos primeiros misturadores de concretos foi construído por Thomas L. Smith em 1900 e já exibia a montagem básica com um tambor cônico inclinável com lâminas internas. Era montado sobre um chassi e acionado por meio de correntes movidas por um motor à vapor. Além de concreto, era usado para misturar outros materiais como fertilizantes, matéria prima para vidros, areia para fundições e fermento químico em pó.[1][2][3]

Já o predecessor do caminhão betoneira pode ser atribuído a Stephen Stepanian, um inventor armeno-americano que em 1916 submeteu um pedido de patente de um misturador motorizado.[4][5][6]. A patente foi negada naquele momento, porém foi aprovada em 21 de novembro de 1933.[7]

Referências

  1. T. L. Smith Company (1927). Smith concrete mixers and pavers. Catalogue no. 526 (em inglês). Milwaukee WI: T. L. Smith Company. p. 3-4. Consultado em 21 de novembro de 2020 
  2. Halbert P. Gillette, Charles S. Hill (1908). «Concrete construction methods and cost» (em inglês). The Project Gutenberg. Consultado em 21 de novembro de 2020 
  3. William George Bruce (1922). History of Milwaukee, city and county (TXT) (em inglês). Vol.2. [S.l.]: S. J. Clarke Publishing Co. p. 456. Consultado em 21 de novembro de 2020 
  4. Concrete Construction Staff. «Ready mixed concrete: the first fifty years» (em inglês). Concrete Construction. Consultado em 21 de novembro de 2020 
  5. «WhyArmenia: Stephen Stepanian». Armenian Innovation (em inglês). 2017. Consultado em 21 de novembro de 2020 
  6. Michael J. Arthur. «The dawn of the ready-mixed concrete industry» (em inglês). Agg-Net. Consultado em 21 de novembro de 2020 
  7. «Concrete Mixing and Transporting Vehicle» (PDF) (em inglês). FreePatentsOnline. Consultado em 21 de novembro de 2020