Cabádio (em grego: Καββάδι(ο)ν; romaniz.:Kabbádi(o)n) foi um cafetã, de provável origem oriental, que tornou-se parte do indumentário cortesão padrão nos últimos séculos do Império Bizantino.

O grande duque Aleixo Apocauco na vestimenta de seu ofício, incluindo sue ricamente decorado cabádio azul

História editar

Quando foi mencionado pela primeira vez em 899 no Cletorológio do autor bizantino Filoteu, foi descrito como uma vestimenta dos membros bárbaros (ethnikoi) da guarda do imperador, a Heteria. Ele reaparece em meados do século XIV no Livro dos Ofícios de pseudo-Codino como o traje padrão do indumentário cerimonial de quase todos os membros da corte do Império Bizantino. Codino descreve-o como uma vestimenta "assíria" adotada pelos persas, claramente indicando sua proveniência no mundo islâmico, que era vestido sobre o escarânico. É, portanto, geralmente associado ao longo cafetã e túnica de mangas compridas vestida por vários oficiais nas descrições dos séculos XIII-XV.[1][2]

O grande logóteta Teodoro Metoquita é descrito num mosaico na Igreja de Chora trajando um cafetã verde-azulada de mangas longas que foi preso com um cinto e tinha um grande colar de ouro bordado, bem como bordaduras ao longo das mangas e bainha; diferente das túnicas, aparentemente foi preso na frente e as bordas frontais duplas também foram bordados com ouro. O cabádio de Aleixo Apocauco preservado em Paris tem mangas apertadas e é decorado com medalhões contendo leões heráldicos. Segundo Codino, o cabádio também podia ser violeta ou vermelho e adornado com pérolas[1] e sua decoração e cor determinava a posição do proprietário.[2]

Referências

  1. a b Sevcenko 1991, p. 1088.
  2. a b Parani 2003, p. 60-61.

Bibliografia editar

  • Parani, Maria G. (2003). Reconstructing the Reality of Images: Byzantine Material Culture and Religious Iconography (11th to 15th Centuries). Leida: Brill. ISBN 978-90-04-12462-2 
  • Sevcenko, Nancy Patterson (1991). «Kabbadion». In: Kazhdan, Alexander Petrovich. The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8