Carlos da Saxónia, Duque da Curlândia

político alemão

Carlos Cristiano José da Saxónia (13 de Julho de 1733 - 16 de Junho de 1796) foi um príncipe alemão da Casa de Wettin e Duque da Curlândia. Nascido em Dresden, era o quinto filho do rei Augusto III da Polônia, que tinha sido anteriormente príncipe-eleitor da Saxónia, e da arquiduquesa Maria Josefa da Áustria.

Carlos da Saxónia
Duque da Curlândia
Príncipe da Saxónia
Carlos da Saxónia, Duque da Curlândia
Duque da Curlândia
Reinado 1758-1763
Antecessor(a) Ernesto João de Biron
Sucessor(a) Ernesto João de Biron (novamente)
 
Nascimento 13 de julho de 1733
  Dresden, Saxónia
Morte 16 de junho de 1796 (62 anos)
  Dresden, Saxónia
Sepultado em Mosteiro de Marienstern, Mühlberg
Nome completo  
Carlos Cristiano José Inácio José Francisco Xavier
Cônjuge Franciszka Corvin-Krasińska
Descendência Maria Teresa da Saxônia
Maria Cristina da Saxónia
Casa Wettin
Pai Augusto III da Polônia
Mãe Maria Josefa da Áustria
Religião Católica

Vida editar

Motivos da sua eleição como duque da Curlândia editar

Devido às suas extravagâncias e governo autocrático, o duque da Curlândia e regente do czar da Rússia, Ivan VI, Ernesto João de Biron, era odiado pela autocracia russa e foi retirado da sua posição e, com o consentimento da mãe do czar, Ana Leopoldovna, foi preso. Ana Leopoldovna tentou em vão tornar-se uma regente popular e o seu primeiro-ministro, Burkhard Christoph von Munnich, que tinha organizado uma conspiração contra Biron, foi dispensado devido às diferenças políticas e pessoais que existiam entre ambos. Depois, um golpe em torno da grã-duquesa Isabel Petrovna contra a regente teve mais sucesso: em 1741, Ana Leopoldovna, o seu filho e o resto da família foram enviados para o exílio em Riga.

Quando chegou ao poder, Isabel perdoou a Biron, mas temia-se que este regressasse ao poder que detinha anteriormente, por isso a czarina recusou-se a dar-lhe as suas antigas posições e o ducado da Curlândia. Para ocupar o lugar deixado vago, os cavaleiros locais, sob pressão da Saxónia e da Polónia, escolheram o filho favorito do rei da Polónia, Carlos Cristiano, em 1758, como novo duque. O jovem príncipe viajou até São Petersburgo onde chegou a acordo com a imperatriz.

Duque da Curlândia e Semigália editar

Grande parte dos aristocratas evangélicos da Curlândia tinha dúvidas em relação a Carlos, principalmente por temerem que um duque católico fosse aumentar a influência da Polónia e dos católicos no território. Assim, tentaram limitar o poder de Carlos através de um contrato de cedência eleitoral. No entanto, antes de estas negociações se iniciarem, o seu pai nomeou-o duque a 10 de Novembro de 1758 e investiu-o formalmente a 8 de 1759. Carlos entrou solenemente na capital do seu ducado, Mitau, a 29 de Março de 1759. Depois do Diet da Curlândia (Landtag) e as Cortes se reunirem, ambos perderam a esperança de conseguir fazer Carlos nomear um estadista, no entanto continuaram a favorecê-lo. No entanto, houve muitos aristocratas que se recusaram a prestar homenagem ao duque no dia da sua nomeação oficial a 3 de Novembro de 1759, preferindo manifestar-se em Varsóvia e São Petersburgo.

O duque era um bon vivant e vivia no esplêndido Schloss Mitau. Entretinha a aristocracia com festas e caçadas com as quais conseguiu aumentar o seu número de apoiantes. Também para aumentar a sua popularidade, Carlos foi nomeado para liderar a Maçonaria na Polónia e associou-se a vários aristocratas que pertenciam a esta sociedade secreta para obter acordos. Contudo, deixou a política interna nas mãos do Landhofmeister Otto Christoph von der Howen.

Abdicação e últimos anos editar

Quando, em Julho de 1762, a czarina Catarina, a Grande, que nunca tinha gostado do duque Carlos devido à falta de interesse que demonstrava pelo seu cargo, ocupou o trono da Rússia, deu permissão ao destituído Biron a regressar do exílio e exerceu uma forte pressão política sobre a Saxónia para voltar a colocar o antigo duque no seu posto.

Finalmente, Augusto III, que se encontrava debilitado na altura por razões de saúde, mas também devido à Guerra dos Sete Anos - aceitou o destino do filho e negou-se a apoiá-lo. Sem qualquer apoio, Carlos viu-se obrigado a abdicar em 1763 e regressou à Saxónia. As suas esperanças de recuperar o seu posto desvaneceram-se com a morte do seu pai e, com ele, a perda da coroa da Saxónia pelos príncipes-eleitores da Saxónia. A partir daí, Carlos passou a viver em Dresden e passou a dedicar-se inteiramente à caça.

Morreu em Drescen, aos sessenta-e-dois anos de idade. Foi enterrado no Mosteiro de Marienstern em Mühlberg.

Casamento secreto e descendência editar

Carlos casou-se em segredo, em Varsóvia, no dia 21 de Março de 160 com Franciszka Corvin-Krasińska, filha do conde Stanislaus Corvin-Krasiński. Uma vez que Franziska não pertencia a uma família nobre reinante, o casamento foi considerado morganático. Perante a persistência de Carlos e da corte da Saxónia, o sacro-imperador José II concedeu-lhe o título de princesa. O casal teve duas filhas:

  1. Maria Teresa da Saxónia (Nascida e falecida em 1767)
  2. Maria Cristina da Saxónia (7 de Dezembro de 1770 - 24 de Novembro de 1851), casada primeiro com Carlos Emanuel de Saboia, Príncipe de Carignano; com descendência. Casada depois com Jules Maximilien Thibaut, Príncipe de Montléart; sem descendência.

Através da sua filha sobrevivente, Carlos é antepassado da família real italiana.

Genealogia editar

Os antepassados de Carlos da Saxónia, Duque da Curlândia em três gerações[1]
Carlos da Saxónia
Duque da Curlândia e Semigália
Pai:
Augusto III da Polónia
Avô paterno:
Augusto II da Polónia
Bisavô paterno:
João Jorge III da Saxónia
Bisavó paterna:
Ana Sofia da Dinamarca
Avó paterna:
Cristiana Everadina de Brandemburgo-Bayreuth
Bisavô paterno:
Cristiano Ernesto de Brandemburgo-Bayreuth
Bisavó paterna:
Sofia Luísa de Württemberg-Winnental
Mãe:
Maria Josefa da Áustria
Avô materno:
José I, Sacro Imperador Romano-Germânico
Bisavô materno:
Leopoldo I, Sacro Imperador Romano-Germânico
Bisavó materna:
Leonor Madalena de Neuburgo
Avó materna:
Guilhermina Amália de Brunsvique-Luneburgo
Bisavô materno:
João Frederico de Brunswick-Lüneburg
Bisavó materna:
Benedita Henriqueta do Palatinado-Simmern

Referências

  1. The Peerage, consultado a 10 de Março de 2014
 
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