Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme

filme de 1999 dirigido por Cao Hamburger

Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme é um filme de fantasia brasileiro de 1999 produzido e dirigido por Cao Hamburger. O filme é baseado na série de televisão Castelo Rá-Tim-Bum, criada por Flávio de Souza e Cao Hamburger, da TV Cultura. Foi lançado nos cinemas brasileiros no dia 31 de dezembro de 1999, sendo distribuído pela Columbia Pictures.[3]

Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme
Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme
Capa do DVD do filme.
 Brasil
1999 •  cor •  105 min 
Gênero fantasia, aventura, comédia
Direção Cao Hamburger
Produção Van Fresnot
Alain Fresnot
Cao Hamburger[1]
Produção executiva Van Fresnot
Roteiro José Rubens Chachá
José Carvalho de Azevedo
João Emanuel Carneiro
Fernando Bonassi
Victor Navas
Anna Muylaert
Cao Hamburger
Baseado em Castelo Rá-Tim-Bum de
Flávio de Souza e
Cao Hamburger
Elenco Diegho Kozievitch
Marieta Severo
Rosi Campos
Sérgio Mamberti
Música André Abujamra
Diretor de fotografia Marcelo Durst
Direção de arte Clóvis Bueno
Vera Hamburger
Figurino Verônica Julian
Edição Michael Ruman
Companhia(s) produtora(s) A.F. Cinema e Vídeo
CAOS Produções
Distribuição Columbia Pictures
Lançamento 31 de dezembro de 1999
Idioma português
Orçamento R$ 7 milhões
Receita R$ 3.031.875[2]

Com um orçamento de sete milhões de reais, o longa permanece até hoje como um dos filmes mais caros já produzidos pelo cinema brasileiro. Entre os filmes brasileiros de maior bilheteria de 1999, Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme ficou na segunda posição com um pouco mais de setecentos mil ingressos vendidos, perdendo apenas para O Auto da Compadecida.[3] A receita gerada pelo filme foi de R$ 3.031.875.[2]

Sinopse editar

A história expande o conceito dos Stradivarius, uma família tradicional de feiticeiros, que é meramente mencionada na série original. Com a chegada iminente do alinhamento dos planetas, um evento que fortalece os poderes de todos os magos, a malvada Losângela rouba o livro de magia de sua prima Morgana, o que causa a perda dos poderes de Morgana e do Dr. Victor. Losângela se alia ao Dr. Abobrinha e seu ajudante atrapalhado Rato, ambos com intenções de demolir o Castelo.

As esperanças do Castelo ficam nas mãos do sobrinho de Morgana e Victor, Antonino ''Nino'' Stradivarius, um menino de trezentos anos de idade que é aprendiz de feiticeiro. Nino também procura lidar com o fato de que não é um garoto normal, o que dificulta sua capacidade de fazer amigos. No entanto, é justamente fazendo amizade com as crianças Cacau, João e Ronaldo que ele encontra um meio de salvar o Castelo e seus tios.

Elenco editar

Vozes das criaturas do castelo editar

Notas de produção editar

 
As colinas do Morumbi à beira da Marginal Pinheiros fizeram parte do cenário do filme.

O filme possui uma grande quantidade de diferenças em relação a série, dentre as principais, está a eliminação do teor educativo da franquia para dar lugar à narrativa. Visualmente, o filme contrasta com o tom colorido e alegre da série ao se valer de um clima muito mais sombrio. Esta mudança se da principalmente no design do castelo e no figurino dos personagens.

Os personagens cômicos da série, como a cobra Celeste, o Godofredo, a gralha Adelaide, o gato Pintado, entre outros interpretados por bonecos não são retratados em Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme. O único que surge no filme é o Mau, que só aparece de relance, com um aspecto e voz diferente. Junto a ele aparecem mais dois personagens nunca vistos na série original da TV: o Feio, um bicho baseado no Godofredo, e o Sujo, que é um personagem inédito e que não parece com nenhum personagem da série.

Outras criaturas e personagens da série tiveram suas características alteradas ou simplesmente foram substituídos. Doutor Abobrinha ganhou uma personalidade relativamente mais séria e cruel; no filme ele é acompanhado pelo seu ajudante Rato, que é bem menos inteligente e mais atrapalhado. O carismático Porteiro de lata da série foi substituído por dois leões de mármore dublados por Leandro Vianna e Reginaldo Faidi. As crianças do seriado Zeca, Pedro e Biba deram lugar a outras; este fato originou uma clara falha na continuidade do universo do Castelo Rá-Tim-Bum, uma vez que na série original é dito que Zeca, Pedro e Biba foram as primeiras crianças "normais" com quem Nino fez amizade.

O próprio personagem Nino também sofreu alterações drásticas: na série, Nino era interpretado por um ator adulto (Cássio Scapin), o que tornava o fato do personagem ser um garoto de trezentos anos mais verossímil, porém mais cômico, enquanto que no filme, Nino é interpretado por um ator mirim (Diegho Kozievitch), tendo sua personalidade extremamente brincalhona e curiosa suavizada, tornando-se um personagem mais sério e sombrio. No filme, o problema da solidão de Nino é solucionado com a chegada de Ronaldo, João e Cacau, que são mostrados como os primeiros amigos do garoto.

Essas alterações não são explicadas em nenhum momento e nenhuma ligação com a série original é mencionada. Não há evidências apontando se a história que o filme apresenta é situada em algum ponto da cronologia da série. Contudo, os cenários, vestuário dos personagens e Nino ser fisicamente uma criança são fatores que sugerem que o filme seja ambientado muitos anos antes da série.

Lançamento e recepção editar

Comercial editar

Lançado no último dia de 1999 nos cinemas brasileiros, Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme conseguiu atrair 725.329[2] espectadores ao longo do ano 2000, tornando-se o segundo filme do país de maior público daquele ano, atrás somente de O Auto da Compadecida. Quando saiu de cartaz, o filme conseguiu obter um lucro total de um pouco mais de três milhões de reais,[2] contra seu caríssimo orçamento de sete milhões.

Crítica editar

Laurel Graeber do The New York Times disse que o filme "encantadoramente capta a vida de um estilo latino de The Addams Family".[4] Graeber também descreveu o filme como uma "contraparte brasileira" da Família Adams.[4]

Prêmios editar

Trilha sonora editar

Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme
 
Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme
Capa do CD.
Trilha sonora de Vários artistas
Lançamento 1999
Idioma(s) Português
Formato(s) CD
Gravadora(s) Sony Wonder
Produção André Abujamra

A trilha sonora incidental de Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme foi composta por André Abujamra e Lulu Camargo,[6] contou com uma orquestra de aproximadamente 26 músicos regida pelo maestro Renato Lemos.[5][6]

  1. Abertura / Dança dos Planetas
  2. Minueto da Pianola / Abobrinha e Rato
  3. O Nino vai fazer uma Besteira
  4. Pipas, Amigos e Bicicletas
  5. Nino quer ir para a Escola
  6. A Transformação de Losângela
  7. O Encontro no salão do Castelo / Nino na casa das crianças
  8. A Invasão do Castelo
  9. Ópera Arepó - Rosi Campos e Sérgio Mamberti
  10. A Bruxa
  11. O Alinhamento dos Planetas / Final
  12. Estranho Não, Diferente - Karnak (com Leandro Léo e Diegho Kozievitch)
  13. Amigos Normais - Karnak (com Leandro Léo e Diegho Kozievitch)
  14. Sujo, Mau e Feio - Karnak (com Záfrica Brasil)

Referências

  1. «CASTELO RÁ-TIM-BUM, O FILME». R7. Consultado em 23 de julho de 2012 
  2. a b c d «Filmes Brasileiros Lançados - 1995 a 2012» (PDF) (em Portuguese). Ancine. p. 31. Consultado em 2 de junho de 2014. Arquivado do original (PDF) em 27 de março de 2014 
  3. a b «Columbia aposta no cinema brasileiro». Estadão. O Estado de S. Paulo. 3 de abril de 2001. Consultado em 9 de maio de 2013 
  4. a b Laurel Graeber (10 de agosto de 2001). «"Castelo Rá-Tim-Bum" ganha prêmio de direção de arte». The New York Times. Consultado em 18 de julho de 2013 
  5. a b Isabela Boscov (10 de fevereiro de 2001). «"Castelo Rá-Tim-Bum" ganha prêmio de direção de arte». UOL. Folha Online. Consultado em 18 de julho de 2013 
  6. a b «Orquestra mostra trilha do filme 'Castelo Rá-Tim-Bum'». Diário do Grande ABC. 13 de abril de 2000. Consultado em 18 de julho de 2013 

Ligações externas editar