Catolé do Rocha

Município brasileiro do estado da Paraíba

Catolé do Rocha é um município brasileiro no estado da Paraíba, localizado na Região Geográfica Imediata de Catolé do Rocha-São Bento. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2021 sua população era estimada em 30.819 habitantes. Área territorial de 552 km².

Catolé do Rocha
  Município do Brasil  
Serra Rajada, zona rural de Catolé do Rocha
Serra Rajada, zona rural de Catolé do Rocha
Serra Rajada, zona rural de Catolé do Rocha
Símbolos
Bandeira de Catolé do Rocha
Bandeira
Brasão de armas de Catolé do Rocha
Brasão de armas
Hino
Lema Saxum Venerandum
"Pedra adorável"
Gentílico catoleense
Localização
Localização de Catolé do Rocha na Paraíba
Localização de Catolé do Rocha na Paraíba
Localização de Catolé do Rocha na Paraíba
Catolé do Rocha está localizado em: Brasil
Catolé do Rocha
Localização de Catolé do Rocha no Brasil
Mapa
Mapa de Catolé do Rocha
Coordenadas 6° 20' 38" S 37° 44' 49" O
País Brasil
Unidade federativa Paraíba
Municípios limítrofes Brejo dos Santos, Riacho dos Cavalos, Jericó, Brejo do Cruz, Belém do Brejo do Cruz, São Bento, João Dias e Patu.
Distância até a capital 411 km[1]
Administração
Prefeito(a) Lauro Adolfo Maia Serafim (UNIÃO [2], 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [3] 552,098 km²
População total (IBGE/2010[4]) 28 766 hab.
Densidade 52,1 hab./km²
Clima Semiárido (BSh)
Altitude [5] 272 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [6]) 0,640 médio
 • Posição PB: 16º
PIB (IBGE/2008[7]) R$ 132 659,006 mil
PIB per capita (IBGE/2008[7]) R$ 4 684,29

História editar

Os historiadores mostram a descoberta destas terras, com os primeiros habitantes, presumivelmente os índios Pegas (ou Degas), Coyacus e Cariris, nos fins do século XVII. As bandeiras do governo Geral e dos capitães Paulistas matavam os índios, requerendo sesmarias de três léguas de comprimento por uma de largura. Eram eles os Garcia D'Ávila, os Rocha Pita e os Oliveira Ledo, que povoaram principalmente a região do rio Agon.

A história registra, no entanto, a presença de habitantes e fazendas de gado desde 1700, quando Dona Clara Espínola, o Conde Alvor, Manoel da Cruz, Bartolomeu Barbosa, requerendo a sesmaria de três léguas para cada um entre os providos de Poty e Riacho dos Porcos e do meio. O governo de então concede a Dona Clara Espínola e a Bento Araújo, terras no sertão de Piranhas e Riacho Agon ou Ogon.

Em 1717, Dona Clara solicita mais três léguas atingindo a corrente fértil, tendo início a colonização desde 1769.

Em 1754, Francisco Dom Vital, descendente de Teodósio de Oliveira Ledo, chega à região, estabelecendo-se às margens do riacho Agon.

O Tenente Coronel Francisco da Rocha Oliveira e sua esposa Dona Brásida Maria da Silva, iniciaram aqui as primeiras edificações, no ano de 1774, com a construção de uma capela em honra de Nossa Senhora do Rosário.

O território compreendia uma extensão de aproximadamente 5.400 km². E como aconteceu em quase todas as cidades e povoações nordestinas que surgiram, o seu início se deu às margens de riachos e nascentes ou subsolos que apresentavam condições favoráveis para o abastecimento d'água. Com Catolé não foi diferente: o seu início foi às margens do Riacho Agon ou Ogon ou ainda Yagô, onde havia água farta mesmo nos anos de estiagem.

Logo após a sua chegada, o tenente tratou de explorar a parte de terra que lhe cabia, organizando plantações, construindo fazendas para criação de gado, casas residenciais, como também a construção de uma capela no local onde hoje é a Avenida Américo Maia, próximo ao Banco do Nordeste, denominada Capela do Rosário. Anos depois, a capela do Rosário foi demolida para a abertura de novas avenidas, e foi construída a Igreja matriz, sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios.

O município conta com uma capela no sítio de Conceição, sendo a padroeira Nossa Senhora da Conceição, segundo os historiadores, foi a 1ª capela construída no município.

Após a construção da igreja de Nossa Senhora do Rosário, em fins do século XVIII, o lugar teve um surto de desenvolvimento, com o surgimento de algumas construções que marcaram a época como: o prédio da Coletoria Estadual, um sobrado com a fachada revestida de azulejos trazidos de Portugal, o prédio da Intendência a antiga Prefeitura, onde hoje funciona o Projeto Arte de Viver, o sobrado de Américo Maia onde funciona dois Cartórios e a Rádio Panorama FM, o sobrado Coronel Valdivino Lobo, já demolido, a Casa de Caridade, depois Colégio Leão XIII, atualmente Centro de Catequese e Pastoral.

A toponímia Catolé do Rocha deve-se a abundância de uma palmeira nativa, de nome Coco Catolé, e Rocha, uma homenagem ao seu fundador que tinha sobrenome Rocha. Alguns historiadores, afirmam também, ser costume de se referir a uma localidade, utilizando o nome de seu dono, acreditam também, por haver outra localidade com o nome de Catolé, costumeiramente se referiam a "Catolé dos Rochas" por pertencer ao Tenente Francisco da Rocha.

A autonomia administrativa de Catolé do Rocha começa a se concretiza em 1835 quando o então governador Manoel Maria Carneiro, presidente da província da Paraíba, através da Lei Provincial nº. 5 de 26 de maio de 1835, cria a Vila Federal de Catolé do Rocha.

Em 1935, 100 anos depois, pelo Decreto de 21 de janeiro de 1935, é elevada à categoria de cidade.

Atualmente editar

Hoje, Catolé do Rocha é cidade pacata e hospitaleira. É uma das cidades polos mais importante do Sertão Paraibano. Catolé sofre um processo de industrialização, tendo sido criado recentemente diversas empresas de pequeno porte, na área têxtil, calçadista e de alumínio, desenvolvendo assim a economia do município, gerando emprego e renda para seus moradores, conta também com o nome de cidade mais verde da Paraíba, sendo uma cidade de clima arejado e tranquila. Na Educação, além das escolas públicas, tanto estaduais como municipais, conta com várias escolas particulares que está sendo a cidade que mais cresce em indíce de educação, entre elas, podemos destacar o Colégio Normal Francisca Mendes, Colégio João Agripino Filho e Colégio Técnico Dom vital. Conta também com a presença da rede federal de ensino IFPB- Campus Catolé do Rocha e de um campus da UEPB, onde se localiza a Escola Agrotécnica do Cajueiro. Também a cidade ficou conhecida nacionalmente por uma disputa entre as famílias Oliveira e Batista Mesquita.[8][9] A guerra entre as duas famílias, que começou na década de 1980 por conta de disputas políticas, já vitimou mais de cem pessoas.[10][11][12] A polícia realizou a operação laços de sangue através do Grupo de Operações Especiais (GOE), que prendeu quatro pistoleiros contratados e mais de dez membros das duas famílias.[13][14][15]

Bairros editar

Os bairros da zona urbana da cidade são: Batalhão, Centro, Corrente, Elesbão Gonçalves, João Pinheiro Dantas, Santa Clara, Liberdade, Loteamento Dr. Benjamim, Loteamento João Serafim, Loteamento Elói Diniz, Várzea, Luzia Maia, Natanael Maia, Noel Veras, Padre Pedro Serrão, Sady Soares, São Paulo I, II e III, Tabajara, Tancredo Neves e Loteamento Epitácio Costa.

Distritos editar

  • Coronel Maia
  • Picos
  • Cajazeirinha

Hidrografia editar

A área do município é banhada pelos afluentes do rio Piranhas. Os cursos principais de água são: o riacho Agon que corta cidade de Catolé, o Capim Açu, o Picos, o Jenipapeiro dos Porcos, e o de Coroatá. O município dispõe também de certa quantidade de açudes de pequeno porte. A pluviometria média anual é de 849,1 (Período do 1911-2005) e, desse total 84,1% concentra-se em 04 meses (FMAM). Os rios e riachos têm pouco poder erosivo, atingindo alguma impetuosidade somente nos seus cursos superiores, de maiores declividades quando descem das partes elevadas.

Clima editar

Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Catolé do Rocha apresenta um clima com média pluviométrica anual de 913.6 mm e temperatura média anual de 26.3 °C.

Dados climatológicos para Catolé do Rocha
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 33,9 32,9 32,1 31,7 31,3 30,7 31,0 32,5 33,7 34,6 34,9 34,7 32,8
Temperatura média (°C) 27,3 26,7 26,1 26,0 25,5 24,9 24,9 25,5 26,5 27,1 27,4 27,6 26,3
Temperatura mínima média (°C) 22,0 21,8 21,6 21,3 20,7 19,8 19,2 19,3 20,3 21,0 21,5 22,0 20,9
Chuva (mm) 71,7 140,4 233,9 212,6 127,6 47,0 21,9 7,8 3,8 5,8 8,8 24,0 913,6
Fonte: Departamento de Ciências Atmosféricas.[16][17][18][19]

Relevo editar

O Relevo de Catolé do Rocha apresenta uma superfície ondulada, formada por elevações que são parte do Planalto da Borborema, destacando-se as principais serras: Coroatá cuja altitude máxima é de 695 m, São Gonçalo 598m, Três Cabeços 748m, Almas 472m, Monte Tabor 300m. Temos também a serra do Capim Açu, do Moleque, do Prado, da Rajada e Serra Nova. O Monte Tabor caracteriza-se pela existência de uma capelinha construída no ano de 1910 pelo padre Belisário Dantas Correia de Góis. Este conjunto de serras serve de linha fronteiriça com o Rio Grande do Norte, tanto a oeste como ao Norte, onde destacam-se as serras Pedras Altas 354m e Cajueiro 580m

Aeroporto editar

Aeroporto Epitácio Gonçalves de Catolé do Rocha ICAO: SIBU Posição:6° 21' 45S 37° 45' 22W Altitude: 892 ft AMSL Desvio Magnético:: 22.122W Hora: UTC-3(-2DT) Pistas: 29/11 Dimensões(m):1000m/20m Pavimento:Asfalto

Referências

  1. http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl
  2. «Representantes». União Brasil. Consultado em 29 de setembro de 2022 
  3. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  4. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. http://www.urbanizacao.cnpm.embrapa.br/conteudo/uf/pb.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  6. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  7. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  8. Guerra entre famílias causa, pelo menos, cem mortes no sertão do Brasil
  9. BRIGA ENVOLVENDO FAMÍLIA SUASSUNA JÁ CAUSOU AO MENOS 100 MORTES NO SERTÃO PARAIBANO
  10. Reportagem do Fantástico mostra situação da segurança dos magistrados que atuam no interior da Paraíba
  11. Banho de sangue na guerra entre famílias de Catolé do Rocha
  12. Briga entre três famílias levou a 64 assassinatos em 20 anos; Polícia prende 4 pessoas por homicídios
  13. Veja fotos exclusivas dos presos na operação ‘Laços de Sangue II’ realizada na Paraíba
  14. Guerra entre famílias deixa três mortos
  15. Operação policial prende quatro pessoas acusadas de homicídios no Sertão
  16. «TEMPERATURA COMPENSADA MENSAL E ANUAL DA PARAÍBA». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  17. «TEMPERATURA MÍNIMA MENSAL E ANUAL DA PARAÍBA». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  18. «PRECIPITACAO MENSAL». Departamento de Ciências Atmosféricas. 1911–1990. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  19. «TEMPERATURA MAXIMA MENSAL E ANUAL DA PARAIBA». Departamento de Ciências Atmosféricas. 1911–1980. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 

Ver também editar

Ligações externas editar