Cedro (Ceará)

município brasileiro do estado do Ceará

Cedro é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na região Centro-Sul do Estado a uma latitude 06º36'24" sul e a uma longitude 39º03'44" oeste, estando a uma altitude de 250 metros. Ocupa uma área de aproximadamente 729,97km², e sua população no censo de 2010 era de 24.527 habitantes, de acordo com IBGE.

Cedro
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Cedro
Bandeira
Hino
Gentílico cedrense
Localização
Localização de Cedro no Ceará
Localização de Cedro no Ceará
Localização de Cedro no Ceará
Cedro está localizado em: Brasil
Cedro
Localização de Cedro no Brasil
Mapa
Mapa de Cedro
Coordenadas 6° 36' 25" S 39° 03' 43" O
País Brasil
Unidade federativa Ceará
Municípios limítrofes Norte: Iguatu e Icó, Leste: Icó e Lavras da Mangabeira, Sul: Lavras da Mangabeira e Várzea Alegre, Oeste: Várzea Alegre e Cariús
Distância até a capital 394 km
História
Fundação 21 de outubro de 1920 (103 anos)
Administração
Prefeito(a) João Batista Diniz (conhecido como Joãozinho de Titico) (PDT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 729,97 km²
População total (est. IBGE/2013[2]) 24 527 hab.
Densidade 33,6 hab./km²
Clima Semiárido
Altitude 250 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 63400-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,627 médio
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 81 333,157 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 3 193,42

Etimologia editar

O topônimo é uma alusão a abundância da árvore homônima existente na região do município. Sua denominação original era Fazenda Cedro, depois Cedrinho de Açúcar e, desde 1920, Cedro.[5]

História editar

As terras da região compreendida as margens dos rios Jaguaribe e Salgado, e entre as serras de Santa Maria e do Boqueirão eram habitados por diversas etnias, entre elas os índios Icó, Icozinho e Quixelô.[6][7]

Foi por meio da Carta Régia de 1701, decreto da Coroa Portuguesa, a qual proibia a criação de gado numa faixa de dez léguas da costa, a fim de que se respeitassem as terras litorâneas para o plantio da cana-de-açúcar, que impulsionou as bases legais para interiorização da pecuária que promoveu a ocupação e fixação no território cearense no século XVIII.

Devido à expansão da pecuária no sertão e com as "estradas das boiadas" desenvolvendo o ciclo do couro. Foram surgindo as fazendas de gado, já em meados 1877, uma das maiores da região era a Fazenda Cedro pertencente a família Lemos, iniciando assim a história de Cedro.

A cidade teve o marco inicial em 1908, com a compra da fazenda pelo Cel. João Cândido da Costa, localizada nos territórios de Várzea Alegre e de Lavras da Mangabeira, onde ele passou à residir com familiares.

Há registros históricos de 1910 que o patriarca do Juazeiro do Norte, Padre Cícero Romão Batista, acompanhado da sua comitiva, passaram na Fazenda Cedro, na qual tiveram uma carinhosa acolhida pelo proprietário e moradores, onde passou parte do dia, já na hora de sua partida recostado no alpendre da casa grande e avistado o carnaubal, Padre Cícero disse que ali haveria de nascer uma cidade. A notícia da profecia se espalhou rapidamente e ficou a mercê de Deus.

No início do século XX, a construção da Estrada de Ferro de Baturité, com a prossecução dos trabalhos da ferrovia que liga Fortaleza à cidade do Crato, acelerados os trabalhos em virtude da maior assistência governamental prestada aos flagelados da seca de 1915, que assolou o Ceará. Naquele momento, intensificou-se a construção do trecho entre as cidades de Iguatu e Lavras da Mangabeira. Assim, chegando a Fazenda Cedro uma turma de operários para extensão da via férrea, na qual a propriedade era favorecida com água em abundância para abastecer o pessoal e as locomotivas movidas a vapor.

Em 15 de novembro de 1916, foi inaugurada a estação ferroviária, que contou com a visita do ilustre governador João Tomé de Saboia e Silva, a chegada do primeiro trem foi marco desenvolvimento para Cedro. Pouco a pouco ergueram-se casas, fundaram-se mercearias e capelas. Nessa época o nome do Cel. João Cândido projetou-se rapidamente no anuário da região, atingindo ápice do prestigio social por ele ser a única autoridade para resolver todos os casos.

O governador João Tomé bastante comovido com o dinamismo do coronel, elevou o povoamento de Cedro à categoria de vila, no dia 9 de julho de 1920, pertencente ao município de Várzea Alegre. De início, a vila recebeu o nome de Cedrinho de Açúcar pelos habitantes da época, como um atestado de afeição e atração ao lugar.

A partir de então, a vila começa a ter novo impulso e junto com o desenvolvimento surgiu um evidente desejo de independência, conclamando o povoado a lutar cada dia com maior impulsão para que a vila passaste a cidade. Acontecendo meses depois no dia 21 de outubro de 1920 a emancipação de Cedro.

Política editar

A administração municipal localiza-se na sede, Cedro.[5] O atual prefeito da cidade é João Batista Diniz, popularmente conhecido como Joãozinho de Titico.[8]

Geografia editar

Subdivisão editar

O município é dividido entre a sede e os sete distritos: Cedro (sede), Assunção, Candeias, Lagedo, Santo Antônio, Vale do Machado (Caiana), Vale do São Miguel (Agrovila) e Várzea da Conceição.[5]

 
Cedro Cheiroso, planta cujo nome deu origem ao nome do município, faz parte da flora local.

Clima editar

Tropical quente semiárido com pluviometria média de 939mm,[9] com chuvas concentradas de Janeiro a Abril.[10]

Relevo e solos editar

As terras de Cedro fazem parte da Depressão Sertaneja, possuindo um relevo com formas suaves e pouco dissecadas, resultando uma superfície de aplainamento em atuação no Cenozóico. As principais elevações possuem altitudes entre 200 e 500 m acima do nível do mar. Os solos da região são podzólicos e litólicos. O quadro geológico das terras de Cedro apresenta a predominância de rochas do embasamento cristalino pré-cambriano(gnaisses e migmatitos diversos, xistos, filitos e metacalcários). As coberturas aluvionares, com idade quaternária, formadas por areias, siltes, argilas e cascalhos, ao longo da maioria dos cursos d’água que cruzam a região.[11]

Hidrografia editar

As principais fontes de água do município fazem parte das bacias do rio Jaguaribe e do rio Salgado, sendo eles o riacho São Miguel, riacho do Machado e outros tantos. Existem ainda diversos açudes, dentre eles, o principal é o açude Ubaldinho que abastece a cidade.[12]

Vegetação editar

A vegetação típica do município é a caatinga arbustiva densa, com uma pequena área coberta com mata ciliar (floresta mista dicótilo-palmácea).[11]

Economia editar

A economia do municipio baseia-se em produtos agrícolas: algodão arbóreo e herbáceo, arroz, banana, caju, cana-de-açúcar, feijão, milho e mandioca, além da dinâmica e afluente apicultura.

Pecuária com rebanhos: bovinos, caprinos, ovinos, suínos e também a criação de aves.

No setor de comércio e serviços, segundo o IBGE, o município de Cedro contava, em 2010, com 172 empresas registradas, sendo a grande maioria constituída como microempresas.

Cultura editar

Os principais eventos culturais são:

  • Encenação da Paixão e Ressurreição de Cristo (Semana Santa);
  • Festa de São João Batista (24 de junho);
  • Festa do Chitão e Festival de Quadrilhas (julho);
  • Tradicionais Vaquejadas (agosto);
  • Exposição Agropecuária (outubro);
  • Dia do Município (21 de outubro);
  • Natal de Luz (dezembro).


Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Censo Populacional 2013». Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 20 de setembro de 2017 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 30 de julho de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. a b c http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/ceara/Cedro.pdf
  6. Sebok. Lou, Atlases published in the Netherlands in the rare atlas collection. Compiled and edited by Lou Seboek. National Map Collection (Canada), Ottawa. 1974
  7. Aragão, R. B, Índios do Ceará e Topônimios Índigenas, Fortaleza, Barraca do Escritor Cearense. 1994
  8. Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (ed.). «Resultados Eleitorais - Eleições Municipais 2020». Consultado em 2 de janeiro de 2020 
  9. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME.
  10. Instituto nacional de Pesquisa espacial - INPE.
  11. a b http://www.cprm.gov.br/
  12. http://www.cprm.gov.br/

Ligações externas editar

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