Cerco de Petra (541)

O Cerco de Petra ocorreu em 541 quando o Império Sassânida, sob o xainxá Cosroes I (r. 531–579), sitiou a cidade de Petra em Lázica, controlada pelo Império Bizantino. Os sassânidas capturaram com sucesso a fortaleza.

Cerco de Petra
Data 550–551
Local Petra, Lázica
Desfecho Conquista bizantina
Beligerantes
Império Bizantino Império Sassânida
Comandantes
João Tzibo Cosroes I
Gubazes II
Aniabedes

Antecedentes editar

A captura de Petra em 541 foi parte da invasão de Lázica por Cosroes I (r. 531–579).[1] Esta campanha começou quando o xainxá foi convidado pelo rei local Gubazes II para assumir a soberania sobre o país à revelia da antiga aliança que os lazes possuíam com os bizantinos. O motivo disso era o descontentamento com a forma como os bizantinos tratavam os locais.[2]

Cerco editar

Depois de passar pelo difícil terreno de Lázica, as forças sassânidas se encontraram e se juntaram a Gubazes. O principal objetivo da campanha era capturar Petra, onde o mestre dos soldados da Armênia João Tzibo havia concentrado suas forças e estabelecido um monopólio na cidade portuária. Cosroes enviou um destacamento sob Aniabedes para atacar o forte, onde encontrou o forte aparentemente deserto. Um destacamento que foi enviado para destruir o portão com um aríete foi derrotado quando as forças bizantinas rapidamente saíram do portão em um ataque surpresa. Os sassânidas então acamparam perto das fortificações e iniciaram um cerco regular. No dia seguinte, os sassânidas contornaram completamente o forte e começaram a atirar com flechas, e os bizantinos responderam atirando com flechas e armas de cerco. Tzibo foi morto por uma flecha no pescoço, desmoralizando os defensores. Petra apresentava um terreno acidentado e torres defensivas extraordinariamente fortes, que, em vez de serem ocas, eram feitas de pedra sólida a uma grande altura. No entanto, os sassânidas conseguiram derrubar uma das duas grandes torres defensivas através de operações de mineração: muitas das pedras inferiores foram removidas e substituídas por madeira pelos mineiros, e a torre caiu enquanto as chamas afrouxavam lentamente as camadas superiores de pedra; a torre foi subitamente derrubada e os sassânidas entraram no forte pelas muralhas. As forças sitiadas então se renderam e chegaram a um acordo. As posses de Tzibo foram apreendidas, mas todo o resto permaneceu intocado, e as forças bizantinas sobreviventes se juntaram ao exército sassânida. Uma guarnição sassânida foi estabelecida em Petra.[3][4][5] Um relato citou que, durante o cerco, muitos soldados persas morreram devido ao terreno difícil, uma epidemia e falta de suprimentos.[2][6] Leif Inge Ree Petersen observa que os comandantes bizantinos foram mortos (sem especificar nomes) durante a defesa de Petra.[7]

Referências

  1. Tucker 2010, p. 187.
  2. a b Greatrex 2002, p. 115.
  3. Evans 1996, p. 158.
  4. Bury 1958, p. 101–103.
  5. Procópio de Cesareia 2014, p. 109–110.
  6. Procópio de Cesareia 2010, p. 13.
  7. Petersen 2013, p. 271.

Bibliografia editar

  • Bury, John Begnell (1958). History of the Later Roman Empire. From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian, Volume 2. Nova Iorque e Londres: Dover Publications. ISBN 0-486-20399-9 
  • Evans, James Allan Stewart (1996). The Age of Justinian: The Circumstances of Imperial Power. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-0-415-02209-5 
  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Petersen, L. I. R. (2013). Siege Warfare and Military Organization in the Successor States (400-800 AD): Byzantium, the West and Islam. Leida: Brill 
  • Procópio de Cesareia (2010). Kaldellis, Anthony, ed. The Secret History: with Related Texts. Indianápolis, Indiana: Hackett Publishing. ISBN 9781603841801 
  • Procópio de Cesareia (2014). Mladjov, Ian, ed. The Wars of Justinian. Indianópolis, Indiana: Hackett Publishing. ISBN 978-1-62466-172-3 
  • Tucker, Spencer C. (2010). A Global Chronology of Conflict. 1. Santa Bárbara, Califórnia: ABC-CLIO