Crise diplomática na península coreana em 2013

A Crise diplomática na península coreana em 2013 se deu, principalmente ao desencadear do Teste nuclear norte-coreano de 2013. A Crise se consolida entre uma das brigas que jamais foi resolvida: a rivalidade entre o sul e o norte da coreia, dividido no contexto da Guerra Fria, e mesmo com o fim dessa, jamais foram estas repúblicas unificadas.

Crise na Coreia em 2013

Mapa da região das tensões
Local Península coreana
Desfecho Ambos os lados acertam um acordo para retomar as atividades na região Industrial de Kaesong
Situação Crise diplomática
Beligerantes
Coreia do Norte
 China[a]
Coreia do Sul Coreia do Sul
 Estados Unidos
 Japão
Com o apoio de:
 Austrália
 Alemanha
 Chile
Filipinas
 França
 Malásia
 México
 Reino Unido
Comandantes
Coreia do Norte Kim Jong-un Coreia do Sul Park Geun-hye
Estados Unidos Barack Obama
Japão Shinzō Abe

Antecedentes editar

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, EUA e URSS 'faziam a partilha do mundo', dividindo as áreas influenciadas pelo eixo. A Península Coreana, assim como outras áreas da região, eram controladas pelo Japão desde a vitória do Japão sobre a Rússia, em 1904. Nos tratados de paz, cedia-se a independência da península coreana, divididas em duas áreas de influência através do Paralelo 38ºN, o Norte comunista, controlado inicialmente pela URSS e o sul pelos EUA. Os EUA e a URSS deixaram de controlar a península em 1948 e 1947 respectivamente, realizando eleições em ambos países em 1947. A partir daí, o Norte começou a se militarizar de forma rápida. Em 1950, o Norte atacou o Sul, quase dominando-o por completo. Antes de 'concluir a unificação', a ONU interveio na guerra, dois meses depois, quase dominando o norte, a China interveio, rapidamente avançando até o centro, e a guerra acabou se estagnando, e em 1953 foi assinado um armistício, declarando a guerra paralisada, pelo grande número de mortes pela guerra combinada com sua estagnação. A República da Coreia (Sul) jamais reconheceu a independência da República Popular Democrática da Coreia (Norte) e vice-versa. A Guerra da Coreia nunca acabou, já que 'terminou' com um armistício no ano de 1953, devido ao demasiado numero de mortes combinado com a estagnação da guerra na área central da península. Com o fim da URSS, sobrou a Coreia do Norte apenas o apoio chinês. Esse clima de insegurança interno na Coreia do Norte, fez com que esta desenvolvesse um programa nuclear e rompesse com o TNP, já em 2006 e em 2009, ocorreram testes nucleares por parte do Norte, sempre criticados pela comunidade internacional, especialmente o Conselho de Segurança da ONU, sempre impondo sanções contra aquele país.

Teste Nuclear editar

 Ver artigo principal: Teste nuclear norte-coreano de 2013
 
Alcance máximo das armas nucleares norte-coreanas. Destaque para o Taepodong-2, testado em fevereiro.

No dia 12 de fevereiro de 2013, a Coreia do Norte realizou pela manhã no horário local o seu terceiro teste nuclear, bem-sucedido. Sua reação foi muito dura: A ONU aprovou uma terceira imposição contra os norte-coreanos em uma reunião de emergência do conselho de segurança. Além disso, diversos países criticaram abertamente o teste, de forma mais forte, os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

Ameaças editar

Passado quase um mês do teste, novas imposições foram aprovadas contra a Coreia do Norte, isolando ainda mais a mesma[1]. Na mesma época, os Estados Unidos começaram a realizar operações militares no Sul, e começaram as hostilidades. Depois disso, o Norte realizou ameaças diárias 'contra os imperialistas estadunidenses e sua marionete, a Coreia do Sul'. O Norte ainda declarou nulo o armistício que encerrou a guerra em 1953[2], impediu que trabalhadores sul-coreanos chegassem ao Complexo Industrial Binacional de Kaesong[3], declarou estar em 'estado de guerra' contra o sul[4], afirmou ter a alcance de seu armamento nuclear, Guam, Havaí e o Alaska, parte dos EUA[5] e ainda reativou instalações nucleares fechadas desde 2007.[6] Além disso, o regime norte-coreano ainda ameaçou o Japão[7].

Outras Reações internacionais editar

Outros países como Reino Unido[8]e Rússia[9] demonstraram 'profunda preocupação' com a situação, pedindo para a manutenção da paz e que o governo norte-coreano respeite as imposições da ONU.

Já a Venezuela, emitiu um comunicado que dizia o seguinte: O Presidente Nicolás Maduro Moros, em nome do Governo Bolivariano e do Povo Venezuelano, faz votos de paz na península coreana e pediu para diminuir categoricamente as declarações militaristas e ações que poderiam levar as duas nações a uma nova guerra. Da mesma forma, o Governo Bolivariano da Venezuela manifesta sua profunda preocupação com o funcionamento continuo de exercicios militares e testes, que só contribuem ao aumento das tensões. O Governo da República Bolivariana da Venezuela reitera os laços de amizade com ambas as nações, e reafirma o seu compromisso com todos os esforços para alcançar uma solução pacífica.[10]

Peru, Colômbia e Equador também desprezaram as ameaças militares e se demonstraram a favor do dialogo entre os países.[11][12][13].

A China, principal e única aliada ao governo norte-coreano, se manteve neutra, pedindo o retorno das negociações através do partido de seis (formado por Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, Japão, Rússia e Estados Unidos), negociações estas paralisadas em 2008.[14]. Até Cuba, companheira no regime, se mostrou de forma neutra.[15]

Apesar da Neutralidade de países já citados, Austrália, Alemanha, Chile, França, México e Reino Unido discursaram em um tom provocativo, dando toda a culpa da tensão ao governo norte-coreano[16][17][18][19]

Aumento das Tensões editar

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos enviaram um grande equipamento militar para o Sul[20], alem de reforçar as bases antimisseis tanto nos Estados do Alaska e Califórnia[21] quanto na ilha de Guam[22]. Mesmo assim, o exército norte-coreano tem o 'OK' de Kim Jong-un para atacar o sul e os Estados Unidos.[23] Mesmo sem em nenhum momento ameaçar demais países, a Coreia do Norte solicitou a retirada das missões diplomaticas instaladas no país[24], além de afirmar que só manterá a segurança dos diplomatas até 10 de abril[25], porém, alguns países e a propria ONU afirmaram não ter intenção de evacuar seu pessoal em Pyongyang[26], além disso, a Coreia do Norte estaria acelerando a indústria bélica[27]. Depois da Coreia do Norte estar sendo acusada de que lançará [ou testará] mísseis[28], o Japão incorporou sua entrada na crise após posicionar misseis em direção ao território norte-coreano[29].

Ver Também editar

Notas editar

^ Apesar de demonstrar neutralidade, a China afirmou que "não aceitaria problemas em seu quintal"[30]

Referências

  1. http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/389254/cs-da-onu-aprova-novas-sancoes-contra-coreia-do-norte/
  2. http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=634628&layout=121&visual=49
  3. http://www.publico.pt/mundo/noticia/coreia-do-norte-ameaca-encerrar-kaesong-1590101
  4. http://www.forte.jor.br/2013/03/29/coreia-do-norte-anuncia-estado-de-guerra-com-sul/
  5. http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2013/03/26/coreia-do-norte-ameaca-atacar-guam-havai-e-continente-dos-eua-77698.php
  6. http://www.portugues.rfi.fr/mundo/20130402-em-nova-ameaca-coreia-do-norte-reativa-reator-nuclear
  7. http://www.vanguardia.com.mx/coreadelnortetambienamenazaajapon-1508151.html
  8. http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/04/grandes-potencias-se-movimentam-apos-ameacas-da-coreia-do-norte.html
  9. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/russia-pede-que-coreia-do-norte-respeite-restricoes-nucleares-da-onu.html
  10. http://www.telesurtv.net/articulos/2013/03/30/gobierno-venezolano-reafirma-compromiso-para-lograr-solucion-pacifica-en-corea-del-norte-4752.html
  11. http://elcomercio.pe/actualidad/1557039/noticia-peru-condena-uso-fuerza-ante-amenazas-corea-norte
  12. http://www.wradio.com.co/noticias/internacional/colombia-expreso-preocupacion-y-condeno-estado-de-guerra-en-corea-del-norte/20130331/nota/1867760.aspx
  13. http://www.telesurtv.net/articulos/2013/03/29/ecuador-rechaza-deterioro-de-la-situacion-entre-corea-del-norte-y-corea-del-sur-3901.html
  14. «Cópia arquivada». Consultado em 4 de abril de 2013. Arquivado do original em 30 de março de 2013 
  15. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/fidel-pede-que-coreia-do-norte-e-eua-evitem-guerra-nuclear.html
  16. http://actualidad.rt.com/ultima_hora/view/90397-corea-norte-jugar-fuego-alemania
  17. http://www.elmostrador.cl/noticias/pais/2013/03/30/chile-solicito-a-corea-del-norte-mediante-un-comunicado-detener-ensayos-nucleares-y-a-deponer-actitud-beligerante/
  18. http://actualidad.rt.com/actualidad/view/90395-corea-norte-debe-dejar-jugar-fuego
  19. http://mexico.cnn.com/nacional/2013/03/30/mexico-pide-a-corea-del-norte-cesar-las-amenazas-y-retomar-el-dialogo
  20. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/coreia-do-norte-representa-um-perigo-real-e-claro-diz-chefe-do-pentagono.html
  21. http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/eua-reforcarao-sistema-antimisseis-apos-ameacas-da-coreia-do-norte,54d0e907b2b6d310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
  22. http://oglobo.globo.com/mundo/apos-ameacas-eua-enviam-sistema-antimisseis-guam-8019029
  23. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/exercito-da-coreia-do-norte-diz-ter-ok-para-ataque-nuclear-aos-eua.html
  24. http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-04-05/coreia-do-norte-pede-que-paises-esvaziem-embaixadas-em-pyongyang.html
  25. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/coreia-do-norte-diz-que-so-garante-seguranca-de-embaixadas-ate-dia-10.html
  26. http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/paises-descartam-retirar-funcionarios-da-coreia-do-norte
  27. «Cópia arquivada». Consultado em 6 de abril de 2013. Arquivado do original em 9 de abril de 2013 
  28. «Cópia arquivada». Consultado em 10 de abril de 2013. Arquivado do original em 12 de abril de 2013 
  29. http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/mundo/2013/04/09/noticiasmundo,3035655/japao-posiciona-baterias-antimisseis-na-regiao-de-toquio.shtml
  30. http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-04-06/diplomatas-ficam-na-coreia-do-norte-apesar-de-alerta-do-governo.html