Decretum Gelasianum

O Decreto Gelasiano (em latim: Decretum Gelasianum) é um texto atribuído ao Papa Gelásio I (492-496). Manuscritos sobreviventes do decreto possuem uma lista de livros da Bíblia que são como considerados como canônicos por um Concílio de Roma sob a autoridade do Papa Dâmaso I (366-383).

A lista editar

Uma vez que a lista contém citações de Santo Agostinho, que escreveu por volta de 416 d.C., é evidente que o título Incipit Concilium Vrbis Romae sub Damaso Papa de Explanatione Fidei, a chamada "Lista de Dâmaso", não tem valor histórico[1], ainda que o cânon ali representado seja o mesmo cânon do Concílio de Cartago (415, cânon 24)[2].

O decreto inclui uma lista de obras julgadas apócrifas "pelo Papa Gelásio e setenta de seus bispos mais eruditos". Embora haja acordo de que as atribuições como apócrifas estejam de fato corretas, exceto por alguns apologistas mais tradicionais, talvez refletindo os setenta tradutores da Septuaginta e os setenta apóstolos enviados em Lucas, esta lista de libris recipiendis et non recipiendis ("de livros aceitos e não aceitos"), provavelmente originada no século VI d.C., representa uma tradição que monta até o Papa Dâmaso I e reflete a prática romana no desenvolvimento do cânon bíblico. Na lista de Evangelhos, a ordem é Mateus, Marcos, Lucas e João. Quatorze epístolas são atribuídas à Paulo, incluindo a Epístola a Filêmon e Hebreus. Das epístolas gerais, sete foram aceitas: duas de Pedro (I Pedro e II Pedro), uma de Tiago (I Tiago), uma do apóstolo João, duas de "João, o Presbítero" e uma de Judas[3].

O Decretum possui várias partes: a segunda parte é um catálogo dos livros cânonicos, e a quinta parte é um catálogo dos Livros Apócrifos e outros escritos, que devem ser rejeitados.

Referências

  1. Burkitt (1913). Tertullian.orgJournal of Theological Studies (em inglês) (14): 469-471 
  2.   "Council of Carthage (A.D. 419)" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  3. «Decretum Gelasianum» (em inglês). Tertullian.org. Consultado em 22 de janeiro de 2011 .

Ligações externas editar

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