Diogo Fernandes (em castelhano: Diego Fernández; morto antes de 1 de Dezembro de 928),[1] foi um nobre medieval da Península Ibérica, provavelmente do Condado de Castela,[2] filho, pelo seu patronímico, de um Fernando, cuja filiação não está documentada.[3][4] É o ancestral de muitas famílias nobres do Condado Portucalense e do Reino de Leão que tiveram muita influência nas terras lusitanas e na corte nos séculos X e XI.[2] Foi provavelmente irmão do conde Ero Fernandes[5][6] e de Gudesteo Fernandes.[1]

Diogo Fernandes
Conde de Guimarães e 1º Conde de Portucale por morte de Lucídio Vimaranes
Morte 928
Nome completo Diogo Fernandes
Cônjuge Onecca
Descendência Ver descendência

Biografia editar

Diogo Fernandes chegou ao condado de Portucale no final do século IX vindo do Condado de Castela, e segundo o crónista Sampiro acompanhou o infante Bermudo Ordonhes, filho do rei Ordonho I, que, depois de uma revolta fracassada contra seu irmão, o rei das Astúrias, Afonso III foi exilado em Coimbra onde viveu e morreu pouco antes de 928.[2] Aparece pela primeira vez na cúria régia confirmando um diploma do rei Afonso III em 28 de abril de 909.[2] Depois, estava na corte do rei Ordonho II onde confirmou vários documentos reais deste monarca e também estava na corte de seu sucessor o rei Fruela II.[7] Acompanhou ao rei Ramiro II quando ele estabeleceu sua corte em Viseu. O último registro de Diogo foi em 23 de fevereiro de 926 quando confirmou a doação do rei Ramiro a Hermenegildo Gonçalves e a sua esposa Mumadona Dias, filha de Diogo.[8]

Matrimónio e descendência editar

 
Vista de Viseu onde o rei Ramiro II estabeleceu sua corte

Casou com Onecca (Onega), que, devido a confusão com uma descendente, é chamada frequentemente Onecca Lucides, como a filha de Lucídio Vimaranes.[a] Possivelmente Onecca foi membro da família real de Pamplona devido à origem de seu nome e o nome de seu filho Jimeno e outros descendentes.[9] Poderia ser a filha de Leodegundia, provável filha do rei Ordonho I que casou com um infante de Pamplona.[4][1] Onecca aparece em Dezembro de 928 no Mosteiro de Lorvão com seus quatro filhos, Munia, Ledegundia, Ximeno e Mummadomna fazendo uma doação por Veremudo dive memorie, referindo-se ao infante Bermudo Ordonhes, filho do rei Ordonho I e provavelmente irmão de Leodegundia, por tanto, tio de Onecca.[10] Este documento é também confirmado pelo conde Hermenegildo Gonçalves, o esposo de sua filha Mumadona, e Rodrigo Tedoniz, provavelmente o esposo de sua filha Leodegundia. Os filhos deste casamento foram:

Notas editar

[a] ^ Onega ou Onecca Lucides (978-1006 ou 1025), foi a filha de Lucídio Alvites e de Jimena, e casou com o conde Rodrigo Vasques. Era neta de Munia Dias,—filha de Diogo Fernandes e Onecca—e de seu esposo Alvito Lucides, por tanto, tem o mesmo nome que sua bisavó e foi descendente de Vímara Peres. Cfr. Mattoso (1970b), p. 14.

Referências

  1. a b c Sáez 1947, p. 62.
  2. a b c d Sáez 1947, p. 58.
  3. Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 282.
  4. a b Cardozo 1963, p. 383.
  5. Salazar y Acha 1989, p. 69.
  6. Sáez 1947, p. 49.
  7. Sáez 1947, p. 60–61.
  8. Sáez 1947, p. 61.
  9. a b Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 310.
  10. Sáez 1947, p. 108.
  11. a b c Cardozo 1963, p. 384.
  12. Sáez 1947, p. 65.
  13. Mattoso 1970b, p. 14.
  14. a b Mattoso 1970a, p. 36.
  15. Sáez 1947, p. 66 e 109.
  16. García Álvarez 2001, p. 212–213.
  17. García Álvarez 2001, p. 215.
  18. Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 306.
  19. a b Sáez 1947, p. 66.
  20. García Álvarez 2001, p. 211–212.
  21. García Álvarez 1960, p. 218, n. 74.

Bibliografia editar