Estação Ferroviária de Pampilhosa

estação ferroviária em Portugal

A estação ferroviária de Pampilhosa é uma interface da Linha do Norte situada na freguesia de Pampilhosa, no distrito de Aveiro, em Portugal. Funciona como entroncamento com a Linha da Beira Alta e também foi o ponto de origem do Ramal da Figueira da Foz, encerrado em 2009.[4][5][6][7]

Pampilhosa
Estação Ferroviária de Pampilhosa
a estação de Pampilhosa à noite, em 2009
Identificação: 37002 PAM (Pampilhosa)[1]
Denominação: Estação de Pampilhosa
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020, norte e centro;[2] após 2020: norte e sul)[3]
Classificação: E (estação)[1]
Tipologia: C [3]
Linha(s):
Linha do Norte(PK 231+303)
Linha da Beira Alta(PK 50+426)
Ramal Fig. Foz(PK 50+426)
Altitude: 69.5 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°20′17.3″N × 8°25′52.39″W

(=+40.33814;−8.43122)

Mapa

(mais mapas: 40° 20′ 17,3″ N, 8° 25′ 52,39″ O; IGeoE)
Município: border link=MealhadaMealhada
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Coimbra-B
Lis-Apolónia
  IC   Aveiro
P-Campanhã
Guimarães
Braga
Coimbra-B
Figueira Foz
  IR   Mealhada
Valença
Souselas
Coimbra
  R   Mealhada
Aveiro
P-Campanhã
Coimbra-B
Lis-Apolónia
  R   Mealhada
P-Campanhã

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
MLD
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Sala de espera Telefones públicos Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Lavabos
Website:
Plataforma da estação de Pampilhosa, em 2009.

Descrição editar

 
Aspeto das via da estação de Pampilhosa, em 2008.

Localização e acessos editar

A estação ferroviária de Pampilhosa tem acesso pela Rua da República, na localidade de Pampilhosa do Botão.[8]

Infraestrutura editar

Esta interface apresenta sete vias de ciculação (identificadas como I-N, II-N, III-N, I-B, II-B, III-B, e IV-B), com comprimentos variando entre 737 e 205 m, todas exceto uma (IV-B) acessíveis por plataformas de comprimentos variando entre 213 e 307 m e alturas entre 50 e 30 cm; existem ainda dezasseis vias secundárias (IV-N, V, VI, G1, G3, Cais I, Cais II, R1, R2, R3, R4, R5, R6, R7, MT1, e MT2), com comprimentos variando entre 756 e 65 m; todas as vias de circulação estão eletrificadas em toda a sua extensão e as secundárias estão-no parcialmente.[3]

A superfície dos carris ao PK 50+4 situa-se à altitude de 695 dm acima do nível médio das águas do mar.[9] O edifício de passageiros situa-se do lado nascente da via principal (lado direito do sentido ascendente, a Campanhã).[10][11]

Nesta estação a Linha da Beira Alta entronca na Linha do Norte no lado direito do seu enfiamento descendente, bifurcando-se a via para nordeste e possibilitando percursos diretos Coimbra-Aveiro e Coimbra-Guarda, enquanto que o percurso Guarda-Aveiro tem de infletir em Pampilhosa[3] (estando em projeto uma concordância para possibilitar também este percurso direto).[carece de fontes?] Fruto desse entroncamento, esta estação é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso:

Pampilhosa enquanto limiar de tipologia ferroviária:[3]
característica Norte desc. Norte asc. Beira Alta
velocidade Alfarelos 120-160 km/h Ovar 160-220 km/h Guarda 120-160 km/h
circulação Coimbra-B central (Sul) Guarda central (Sul) Aveiro central (Norte)
compr. máx. Pombal 500 m Cacia 680 m Vilar Formoso 515 m

Situa-se junto a esta interface, ao PK 51+450 da Linha da Beira Alta, a zona neutra de Pampilhosa que isola os troços da rede alimentados respetivamente pelas subestações de tração de Mortágua e de Alfarelos.[3]

História editar

 
Vista da estação, na primeira metade do século XX.

Século XIX editar

A estação está situada no lanço entre Taveiro e Estarreja da Linha do Norte, que abriu à exploração no dia 10 de Abril de 1864, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[12]

Em 1 de Julho de 1883, foi inaugurada a Linha da Beira Alta, entre a Pampilhosa e Vilar Formoso, enquanto que o lanço desde a Pampilhosa até à Figueira da Foz foi aberta no dia 3 de Agosto do mesmo ano, tendo ambos os lanços sido construídos pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.[13]

Em Janeiro de 1897, estava pendente de aprovação pelo Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria um projecto para construir uma nova estação na Pampilhosa, que consistia num edifício de passageiros, retretes, cais de mercadorias, um reservatório de água para o abastecimento das locomotivas, e todas as dependências necessárias a uma estação de segunda classe.[14]

 
Locomotiva da Companhia da Beira Alta, guardada na estação de Pampilhosa.

Século XX editar

Em 1901, a Companhia da Beira Alta prolongou os cais coberto e descoberto nesta estação.[15]

Em 1932, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta realizou obras nesta estação, tendo reconstruído três casas do bairro operário, e instalado os muros do suporte de carvão.[16] Em 1933, reparou e pintou as marquises, efectuou mais obras no bairro operário, construiu as fossas para as balanças de Grande Velocidade, e pintou os sinais.[17] Em Dezembro do mesmo ano, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses estava a planear a ampliação desta interface.[18]

 
Jardim da estação de Pampilhosa, na década de 1940.

Em 1934, o chefe da estação foi distinguido num concurso de ajardinamento das estações na Linha da Beira Alta.[19] Nesse ano, a empresa realizou grandes obras de modificação e reparação no edifício da estação, e construiu as plataformas da estação e da entre-via, no lado da Linha da Beira Alta.[20] Em Agosto de 1935, o chefe da estação voltou a ser homenageado no concurso de ajardinamento da Linha da Beira Alta.[21] Nesse ano, a Companhia da Beira Alta fez várias obras, como a reparação da cocheira das locomotivas.[22] Em 1939, voltou a fazer várias obras de reparação, especialmente no restaurante e na placa das locomotivas.[23]

Em Março de 1964, foi electrificado o troço entre Coimbra e Pampilhosa da Linha do Norte.[24]

Em 1968, esta estação era um importante ponto de concentração de tráfego ferroviário.[25]

Século XXI editar

 
Alfa Pendular passando na estação de Pampilhosa, em 2011.

O Ramal da Figueira da Foz foi encerrado à circulação ferroviária em 5 de Janeiro de 2009 pela Rede Ferroviária Nacional, por alegados motivos de segurança.[4][5][6][7] A empresa Comboios de Portugal assegurou um serviço rodoviário de substituição até 1 de Janeiro de 2012.[26]

Segundo dados oficias de 2011, Pampilhosa tinha sete vias de circulação, com 180 a 780 m de comprimento, enquanto que as plataformas tinham entre 220 e 315 m de extensão, e 30 a 40 cm de altura[27] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[3] Em finais de 2022, estavam programadas obras de modernização na estação da Pampilhosa, incluindo alteração da configuração das vias e renovação da sinalização, a prolongar-se desde finais de 2023 a inícios de 2025.[3]:132-133, 142]

Ver também editar

Comboios em Coimbra
(Serviços ferroviários pesados suburbanos e
regionais de passageiros, na região de Coimbra)

        em operação •   extinto em 2010
    ext. anunc. 2020 •     extinto em 2009


 
   
 
(ã) Lobazes 
   
 Moinhos (ã)
(ã) Miranda do Corvo 
   
 Trémoa (ã)
(ã) Padrão 
   
 Vale de Açor (ã)
(ã) Meiral 
   
 Ceira (ã)
(ã) Lousã-A 
   
 Conraria (ã)
(ã) Lousã 
   
 Carvalhosas (ã)
(ã) Prilhão-Casais 
   
 S. José (Calhabé) (ã)
(ã) Serpins 
 
 
 Coimbra-Parque (ã)
(ã) Coimbra 
 
 
 
 
 
 
       
 
 
 
 
 
   
 
 
 
(ã)(n) Coimbra-B   
(n) Souselas 
       
 
 
 
(f)(n) Pampilhosa 
 
 
 Bencanta (n)
(f) Mala 
   
 Espadaneira (n)
(f) Silvã-Feiteira 
   
 Casais (n)
(f) Enxofães 
   
 Taveiro (n)
(f) Murtede 
   
 V. Pouca Campo (n)
(f) Cordinhã 
   
 Ameal (n)
(f) Cantanhede 
   
 Pereira (n)
(f) Limede-Cadima 
   
 Formoselha
(f) Casal 
   
 Alfarelos (a)(n)
(f) Arazede 
   
 Montemor (a)
(f) Bebedouro 
   
 Marujal (a)
(f) Liceia 
   
 Verride (a)
(f) Santana-Ferreira 
   
 Reveles (a)
(f) Costeira 
   
 Bif. de Lares (a)(o)
(f) Alhadas 
   
 Lares (o)
(f) Carvalhal 
   
 Fontela (o)
(f) Maiorca 
   
 Fontela-A (o)
 
   
 Figueira da Foz (f)(o)

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c d e f g Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. a b «BE quer obras em ramal ferroviário encerrado». Jornal de Notícias. 123 (220). Controlinveste Media SGPS, S. A. 7 de Janeiro de 2011. p. 19. ISSN 0874-1352 
  5. a b «PNR defende ramal ferroviário da Pampilhosa». Correio da Manhã. 4 de Setembro de 2011. Consultado em 21 de Julho de 2013 
  6. a b «Ramal ferroviário Pampilhosa-Figueira da Foz debateu-se em Mira». Notícias Ribeirinhas. 30 de Setembro de 2011. Consultado em 21 de Julho de 2013 [ligação inativa]
  7. a b «Transportes: Reabertura de ramal ferroviário entre Pampilhosa e Figueira da Foz defendido em debate público». SIC Notícias. 26 de Maio de 2011. Consultado em 21 de Julho de 2013 [ligação inativa]
  8. «Pampilhosa - Linha do Norte». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 7 de Setembro de 2016 
  9. (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira AltaDiario Illustrado 3307 (1882.07.24)
  10. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  11. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  12. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 26 de Março de 2014 
  13. TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 26 de Março de 2014 
  14. «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1178). 16 de Janeiro de 1937. p. 69. Consultado em 26 de Março de 2014 
  15. «Companhia da Beira Alta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (348). 16 de Junho de 1902. p. 187-188. Consultado em 26 de Março de 2014 
  16. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1081). 1 de Janeiro de 1933. p. 10-14. Consultado em 16 de Março de 2012 
  17. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 26 de Março de 2014 
  18. «Linhas portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1104). 16 de Dezembro de 1933. p. 666. Consultado em 16 de Março de 2012 
  19. «Linha da Beira Alta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1120). 16 de Agosto de 1934. p. 418. Consultado em 16 de Março de 2012 
  20. «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 28 de Setembro de 2012 
  21. «Ajardinamento das estações da Linha da Beira Alta» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1144). 16 de Agosto de 1935. p. 356. Consultado em 26 de Março de 2014 
  22. «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1935» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1153). 1 de Outubro de 1935. p. 5-9. Consultado em 26 de Março de 2014 
  23. «O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 26 de Março de 2014 
  24. «Otros países, otras noticias». Via Libre (em espanhol). Ano 2 (24). Madrid: Red Nacional de Ferrocarriles Españoles. 1 de Dezembro de 1965. p. 23-24 
  25. «Los Ferrocarriles Portugueses». Via Libre (em espanhol). Ano 5 (58). Madrid: Red Nacional de Ferrocarriles Españoles. 1 de Outubro de 1968. p. 23 
  26. MADEIRA, Paulo (17 de Dezembro de 2011). «CP encerra linhas do Leste e Beja-Funcheira a 1 de Janeiro». Público. Consultado em 21 de Julho de 2013 
  27. «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 75-97 

Leitura recomendada editar

  • RODRIGUES, Alice Correia Godinho (2006). Pampilhosa: origem do lugar do entroncamento: subsídio para o estudo dos caminhos de ferro portugueses: a linha da Beira Alta (1882-1920). Mealhada: Câmara Municipal. 107 páginas 
 
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Ligações externas editar

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