Ferreira do Zêzere (freguesia)

freguesia do município de Ferreira do Zêzere, Portugal

Ferreira do Zêzere é uma freguesia portuguesa do município de Ferreira do Zêzere, com 37,93 km² de área[1] e 2314 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 61 hab./km².

Portugal Portugal Ferreira do Zêzere 
  Freguesia  
Biblioteca Municipal de Ferreira do Zêzere
Biblioteca Municipal de Ferreira do Zêzere
Biblioteca Municipal de Ferreira do Zêzere
Localização
Ferreira do Zêzere está localizado em: Portugal Continental
Ferreira do Zêzere
Localização de Ferreira do Zêzere em Portugal
Coordenadas 39° 41' 36" N 8° 17' 25" O
Região Centro
Sub-região Médio Tejo
Distrito Santarém
Município Ferreira do Zêzere
Código 141106
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 37,93 km²
População total (2021) 2 314 hab.
Densidade 61 hab./km²
Código postal 2240-356 Ferreira do Zêzere
Outras informações
Orago São Miguel
Sítio www.jf-ferreiradozezere.pt

Demografia editar

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Ferreira do Zêzere[3]
AnoPop.±%
1864 1 887—    
1878 2 132+13.0%
1890 2 151+0.9%
1900 2 326+8.1%
1911 2 296−1.3%
1920 2 315+0.8%
1930 2 531+9.3%
1940 2 393−5.5%
1950 2 503+4.6%
1960 2 378−5.0%
1970 1 947−18.1%
1981 1 997+2.6%
1991 1 948−2.5%
2001 2 156+10.7%
2011 2 353+9.1%
2021 2 314−1.7%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 359 327 1068 402
2011 375 251 1260 467
2021 319 219 1201 575

História editar

Em 1191 D. Sancho I doou a sua herdade de Orjães a Pedro Ferreira, besteiro do rei e homem de modesta condição, que se teria distinguido por actos de bravura e heroísmo na defesa de Montemor-o-Novo. Porém, por volta de 1206, parte desta herdade seria adquirida por Pedro Alvo, pretor de Tomar, que aí vem a fundar a povoação de Águas Belas.

Em 1222, tendo alargado consideravelmente o seu território rústico por meio de compras e usurpações, Pedro Ferreiro lançaria as bases de um pequeno concelho rural, dando carta de foral aos povoadores da sua herdade de Vila Ferreira. Posteriormente, esta Vila foi unida, no ano de 1285, a um reguengo do termo de Abrantes, constituindo-se um concelho com termo em Villarey, a que ficou subordinado o de Ferreira.

O conjunto, por volta de 1306, seria doado aos Templários e, posteriormente, em 1321, após a fundação da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, vem a constituir uma das novas comendas instituídas no termo de Tomar.

A 12 de março de 1513, o rei D. Manuel I atribui Foral Novo à Vila de Ferreira, que assim se vê desmembrada de Vila de Rei, passando a deter, a partir de então, forca e pelourinho próprios. Por esta altura, era comendador de Ferreira o Frei Gonçalo da Silva, ao qual se seguiria, em 1551, Manuel de Abreu de Sousa e depois o comendador João Mendes de Carvalho, o qual viria a falecer a 17 de Setembro de 1615. A partir de 1715, a comenda de Ferreira passa a pertencer ao Conde de Sarzedas e, muito mais tarde, já em 1820, é eleito como último comendador da Vila o Conde de Almada.

Na sequência das reformas administrativas de Passos Manuel, a partir de 6 de novembro de 1836 o concelho de Ferreira do Zêzere passa a englobar os termos das antigas freguesias de Águas Belas, Areias, Beco, Chãos, Dornes, Paio Mendes e Pias.

A "vila e a freguesia desde tempos mais remotos", de acordo com o "Diccionario Chorographico de Portugal Continental e Insular", de Américo Costa, edição de 1938, Vol VI, pág 707, a freguesia de S. Miguel de Ferreira do Zêzere é composta dos seguintes lugares: Aderneira, Bairrada, Bairradinha, Cabeça do Carvalho, Cabeça Dura, Cabeçadeira, Cardal, Carril do Chão da Serra, Carvalhal, Casais, Casal d'Além, Casal da Cruz, Casal da Rainha, Castanheira, Castelo, Cerejeira, Chão da Serra, Cubo, Fonte de Ferreira, Fonte da Prata, Fonte do Sanguinho, Levegada, Linhares, Maxial, Maxieira, Moinho do Vento, Pardielas, Pombeira d'Além, Pombeira de Cá, Portinha, Porto Tomar, Quinta do Loureiro, Ribeira, Salgueiral, Sanguinheira, S. Pedro, Vale da Figueira, Vale dos Sachos, e Vimeiro.

E integravam ainda a freguesia a Quinta do Adro e a Quinta Nova.

No sábado 6 de agosto de 1306, D. Dinis deu aos templários o senhorio e padroado da igreja da vila de Ferreira ("villa ferreyra"). E dez dias depois Andreu Peres, porteiro de El-rei, fazia entrega da vila de Ferreira, "em riba de Ozezar" (do lado de cima do Zêzere), ao alcaide de Tomar.

Ficou portanto a vila de Ferreira, até aí pertencente à Coroa, pertencendo à Ordem do Templo, e assim temos quase todo o actual concelho de Ferreira do Zêzere pertencendo à Ordem de Cristo [à excepção do morgadio de Águas Belas] - António Baião, id, 17 e 18.

Apesar da designação de vila, Ferreira continuava subordinada a Vila de Rei e tanto assim que os juízes, eleitos pelos moradores do "lugar" de Ferreira, iam prestar juramento à câmara de Vila de Rei, e das suas decisões havia recurso, em primeira instância, para os juízes de Vila de Rei e destes para o ouvidor do mestrado.Era esta a organização judiciária da área de Ferreira no princípio do século XVI.

Em 1517, porém, os juízes de Ferreira não estiveram pelos ajustes e recusaram-se a ir prestar o seu juramento a Vila de Rei, o que provocou acesa demanda entre os moradores das duas localidades. Chegou essa demanda ao ouvidor do mestrado, mas quem lhe pôs termo foi el-rei D Manuel I, antes de julgada, determinando que a partir de então Ferreira tivesse forca e pelourinho, desobrigando por isso os seus juízes de irem prestar juramento a Vila de Rei - António Baião, op refª, p 116.

Na Terça-feira 5 de Julho de 1362 [1400 da era de César], o mestre da Ordem de Cristo D. Nuno Rodrigues (ou Andrade - noutros docs), lançou a primeira pedra para uns paços que mandou edificar em Ferreira "…quando reinava en Portugal o muy nobre Rey dom pedro o primeiro" - inscrição que constava nos mesmos paços do concelho aquando da elevação de Ferreira a vila por D. Manuel em 1517 - António Baião, op cit, 31/32.

Património editar

O património edificado da freguesia é composto por alguns exemplares de mérito. Na igreja matriz pode-se admirar uma tela setecentista, a talha dourada, as cadeiras do século XVIII e as esculturas de pedra, quinhentistas.

A Capela de São Pedro de Castro, imóvel de interesse público, é uma construção de grande antiguidade com duas lápides romanas.

A Casa da Quinta do Adro é uma bela edificação do século XVIII.

Associações na Freguesia editar

 
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Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
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