Filatelia é o estudo e o colecionismo de selos postais e materiais relacionados.[1] A filatelia tem várias áreas de estudo, a saber: filatelia tradicional, história postal, pré-filatelia, marcofilia, inteiros postais, filatelia temática, aerofilatelia, astrofilatelia, maximafilia, filatelia juvenil, literatura filatélica, selos fiscais, classe aberta e um quadro.

Selo da Guiné Portuguesa, usado entre 1910 e 1930, do tipo "Ceres".

O objetivo deste hobby é selecionar selos para compor uma coleção, que pode ser geral ou temática. Existem coleções que além dos selos possui informações sobre o tema, parâmetro utilizado por muitas pessoas nas coleções temáticas.

Enquanto entre as coleções gerais, pode-se dizer que se dividem em mundo e país. É frequente encontrar coleções com apenas selos de um país, assim como de qualquer lugar do mundo. Quando não seguem nenhum critério este tipo de coleção é usual entre iniciantes.

Apesar de diferenças entre os vários tipos de coleções, além do que foi dito, um único ideal une os filatelistas de todo o mundo: a vontade de conhecer mais sobre um lugar, objeto, pessoa, país, etc. É o conhecimento que estimula os filatelistas a continuar com seu hobby apesar da diminuição das correspondências via Correios.

História editar

 
Olho de boi primeiro selo impresso no Brasil.
 
Carimbo obliterador do selo emitido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos sobre a Jornada Mundial da Juventude, com a efígie do Papa Francisco

A filatelia conta com mais de 40 milhões de adeptos (somente na China são 30 milhões de colecionadores, nos EUA são quase 2 milhões de pessoas, etc.) e movimenta aproximadamente U$ 16 bilhões de dólares por ano. No Brasil, segundo país do mundo que emitiu selos,[2] essa atividade é tida como uma das mais ricas do planeta, onde o famoso Olho-de-boi, precursor da filatelia brasileira, foi impresso em 1843.

A Inglaterra, terra que criou o selo no século XIX, em 1840, também se destaca com a Exposição Filatélica Mundial, evento que acontece a cada dez anos. (A última exposição foi no ano de 2000). Em 1856, o selo, também em Londres, surgiu pela primeira vez como passatempo e atividade comercial, com a abertura da casa filatélica Stanley Gibbons considerada a equivalente ao Índice Dow Jones, uma vez que ela realiza avaliações de preços de selos em nível mundial.[3]

A atividade não é apenas lúdica e continua cada vez mais valorizada: a quadra (quatro selos juntos) com a imagem do avião Jenny, o selo mais caro dos Estados Unidos, foi vendida há pouco por quase US$ 3 milhões. A popularidade do setor também anda de vento em popa, graças à internet: ao digitar-se a palavra filatelia no Google, pode-se contemplar mais de 2,6 milhões de páginas, fora a palavra philately, que rende 2,1 milhões de sítios adicionais. Se a busca for restrita ao Brasil, chega-se ao número também significativo de 205 mil. Somente o site da Stanley Gibbons conta mensalmente com 30 milhões de visitas.[3]

História em Portugal editar

 Ver artigo principal: Selos e história postal de Portugal

Em Portugal, a primeira emissão de selos[4] teve lugar em 1853, com mais de sete milhões e quinhentas mil gravações, utilizando três cunhos diferentes do abridor da Casa da Moeda. Foi representado o busto da rainha D. Maria II, inspirado no modelo inglês, e os selos foram impressos um a um em folhas de 24 exemplares não denteados e dispostos irregularmente. As taxas associadas a estas emissões foram de 5, 25, 50 e 100 reis. As cores das emissões foram castanho avermelhado (5 reis), azul (25 reis), verde amarelado (50 reis) e lilás (100 reis).

O primeiro selo impresso sem relevo e pelo sistema tipográfico, emitido em massa (cerca de 98 milhões e 300 mil), foi o Legenda "JORNAES", com a franquia de 2,5 reis, em 1876 e reimpresso em 1885 e 1905.

Em 1884, surgiu um selo com o valor numa oval e, em 1894, o primeiro selo comemorativo, homenageando o 5º centenário do nascimento do Infante D. Henrique. No ano seguinte seria comemorado o sétimo centenário do nascimento de Santo António de Lisboa, que teria a curiosidade de no verso ter a seguinte inscrição: “Centenário de Santo António MCXCV * MDCCCXCV” “O língua benedicta, quae Dominum semper benedixisti et alios benedicere docuisti: nunc perspicue cernitur quanti meriti fueris apud deum” S. Boaventura (cuja tradução é: “Oh língua bendita, que sempre louvaste o Senhor e ensinaste os outras a louvar: agora claramente se vê quanto merecimento tiveste junto de Deus.”) S. Boaventura”. Em 1898, existiu nova emissão comemorativa com o tema do quarto centenário da descoberta do caminho marítimo para a Índia. Estes selos em 1910, com a implantação da República, seriam marcados com a sobrecarga "REPUBLICA", tendo sido Portugal o primeiro país do mundo a indicar num selo uma mudança de regime, com essa mesma sobrecarga.

O selo tipo "Ceres" foi o primeiro emitido pelo novo regime republicano, em 1912 e com a nova moeda, o escudo. Foram emitidos com taxa em centavos, com selos de 1/4 em sépia, de 1/2 em preto, de 1 em verde escuro, de 1-1/2 em castanho, de 2 em carmim, de 2-1/2 em violeta, de 5 em azul, de 7-1/2 em bistre, de 8 em ardósia, de 10 em tijolo, de 15 em lilás vermelho, de 20 em castanho s/ verde, de 30 em castanho s/ rosa, de 50 em laranja s/ salmão, e finalmente de 1 Escudo em verde escuro s/ azul.

Associativismo editar

Em cada país existem inúmeras agremiações filatélicas (clubes, associações, núcleos, etc.), a maioria delas estruturadas em federações nacionais como é o caso da Federação Portuguesa de Filatelia (FPF) e da Federação Brasileira de Filatelia (FEBRAF).[5] Por sua vez, as federações nacionais, estruturam-se em federações continentais. Assim a FPF integra a Federação Europeia de Sociedades Filatélicas (FEPA), a FEBRAF e a Federação Inter-Americana de Filatelia (FIAF). As federações continentais por sua vez, são membros associados da Federação Internacional de Filatelia (FIP), a qual coordena e superintende a nível mundial todas as atividades da filatelia organizada.

Em Portugal, o Clube Filatélico de Portugal fundado a 27 de outubro de 1943, é o clube mais antigo e com maior número de associados.[carece de fontes?]

Federação Brasileira de Filatelia editar

 
Mini expositor com selo da Copa das Confederações FIFA de 2013.

No Brasil, a Federação Brasileira de Filatelia (FEBRAF) foi fundada em 17 de dezembro de 1976.[5] É uma sociedade civil de caráter cultural, sem fins lucrativos, destinada a promover e integrar as atividades filatélicas no país, assim como representá-lo internacionalmente. Tem sede na cidade do Rio de Janeiro e por foro administrativo na cidade de domicílio do presidente em exercício, (atualmente Brasília). Atende seus filiados por via postal, por telefone, pela internet, por fax e pessoalmente, quando dos eventos realizados. É filiada à Federação Internacional de Filatelia (FIP) e à Federação Interamericana de Filatelia (FIAF).[6]

Ver também editar

Referências

Ligações externas editar

Internacionais
Brasil
Portugal