Filinto Elísio

poeta português (1734-1819)

Filinto Elísio (na ortografia antiga: Filinto Elysio) (Lisboa, 23 de Dezembro de 1734Paris, 25 de Fevereiro de 1819), foi um poeta, e tradutor, português do Neoclassicismo. O seu verdadeiro nome é Francisco Manuel do Nascimento, e foi sacerdote. O seu pseudónimo, Filinto Elísio, ou também Niceno, foi-lhe atribuído pela Marquesa de Alorna (a quem ensinou latim quando se encontrava reclusa no Convento de Chelas), dado Francisco Manuel do Nascimento ter pertencido a uma sociedade literária – Grupo da Ribeira das Naus, cujos membros adaptavam nomes simbólicos.

Francisco Manuel do Nascimento
Filinto Elísio
Retrato do escritor, século XIX
Pseudônimo(s) Filinto Elísio
Nascimento 23 de dezembro de 1734 (289 anos)
Lisboa
Morte 25 de fevereiro de 1819 (84 anos)
Paris
Nacionalidade  Portugal
Ocupação Poeta e tradutor

Biografia editar

Filinto Elísio nasceu em Lisboa, de origens humildes. Os pais, o pescador Manuel Simões e a peixeira Maria Manuel, eram naturais de Ílhavo, mas imigraram para a capital na sequência da decadência da faina pesqueira por que passou a região de Aveiro após o fecho do canal que liga o rio Vouga ao mar, provocando o encerramento do porto.

 
Jazigo de Filinto Elísio, Cemitério do Alto de São João

Foi ordenado padre em 1754, e influenciado pelo arcadismo e pelo iluminismo. As suas ideias liberais levaram a que fosse denunciado à Inquisição, em 22 de Junho de 1778, pelo padre José Manuel de Leiva, que o acusou de «afirmações e leituras heréticas proibidas». Disfarçado de vendedor, conseguiu fugir de Portugal e exilar-se em Paris, onde chegou a 15 de Agosto daquele ano. Na capital francesa conheceu, entre outros, o poeta Alphonse de Lamartine.

A vida em Paris foi difícil, e teve que traduzir obras francesas para subsistir. As suas poesias foram publicadas, ainda em sua vida, em Paris, entre 1817 e 1819. Só depois da sua morte, as suas obras seriam publicadas em Lisboa, entre 1836 e 1840. Em 1843 os seus restos mortais foram transladados para Lisboa, onde se encontra sepultado, no cemitério do Alto de São João.

Sua influência é vasta e se deu de forma mais direta no Pré-Romantismo, sobre autores como Almeida Garrett. Tal influência aparece sob a denominação de "filintismo". Foi um autor único em sua visão dos clássicos, pois dava relevo ao maravilhoso e até mesmo ao fantástico, pressentindo tendências modernas em meio ao racionalismo de seu tempo. Filinto tinha simpatia pelas ideias de Rousseau, pelos ideais da Revolução Francesa e por Franklin e George Washington. A queda da Bastilha lhe trouxe um sentimento positivo e seu sentimento por sua nação, ao contrário, parecia frequentemente negativo, com resquícios de rancor contra a Inquisição que o exilou.

Obras editar

Poesias editar

  • Obras Completas (1817–1819)

Traduções editar

Referências editar

  • Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XVIII, Ed. QN-Edição e Conteúdos,S.A., 2004

Ligações externas editar

Ver também editar


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