Fortaleza de Angediva

Fortaleza de Angediva
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A Fortaleza de Angediva localizava-se na ilha de Angediva, no distrito de Goa Sul, no estado de Goa, na costa oeste da Índia.

Carta portuguesa da Ilha de Anjediva (1885)

História editar

Esta ilha, de pequenas dimensões, na costa do Malabar, constituía-se num reduto de piratas muçulmanos. Quando da sua ocupação por forças portuguesas (13 de Setembro de 1505), estes evadiram-se para o Karnataka, mais ao sul.

A ilha foi escolhida pelo rei D. Manuel I (1495-1521), como local para a construção de uma fortaleza. As suas obras iniciaram-se em 14 de Setembro de 1505, sob a direção do primeiro Vice-rei do Estado Português da Índia, D. Francisco de Almeida. Tendo sido atacada por uma armada de sessenta embarcações do senhor de Goa, sem sucesso, a sua distância de Cochim e os custos de sua manutenção levaram à decisão de desmantelá-la, o que foi feito em Setembro de 1506.

A ilha esteve desocupada até 1661, quando os ingleses nela se instalaram no aguardo do cumprimento dos termos do Tratado de 23 de Julho daquele mesmo ano, pelo qual Portugal cedia a cidade de Bombaim à Grã-Bretanha, o que aconteceu no ano seguinte (1665), voltando a ilha a ficar desocupada.

Posteriormente, visando evitar que a ilha fosse utilizada como base naval pelos Maratas liderados por Sambaji, recebeu uma nova fortificação portuguesa, erguida por determinação do Vice-rei e Capitão-general do Estado da Índia, Francisco de Távora, conde de Alvor, conforme o atesta uma inscrição epigráfica nas "Portas de Angediva":

"Graças a Deus – Francisco de Távora Conde D’Alvor do Conselho do Estado, Vice-Rei e Capitão General da Índia, mandou em 5 de Maio de 1682 edificar nesta ilha esta fortaleza por Amaro Simões Pereira, Primeiro Capitão-mor d’ella, o qual lhe lançou a primeira pedra em 2 de Junho do dito anno, e a poz defendável, antes de seis meses, com dezasseis canhões, e lhe concertou poços, fontes, tanque grande e a couraça real e o baluarte de S. Francisco com todas as suas serventias, muro, portaes, e esta entrada que coroou com esta cruz para sempre. Angediva 3 de Março de 1683 – M. T. –Armas –M. S."

Essa fortificação sofreu reparos em 1751, por determinação do Vice-rei, marquês de Távora, conforme o atesta uma segunda inscrição, no mesmo local:

"Sendo Vice-Rei da Índia o ILL.mº e Exmº SR. Conde D’Alvor mandou fortificar esta ilha na era de 1682 por Amaro Simões Pereira, Primeiro Governador D’esta Praça e na era de 1751 ordenou o ILLmº e Exmº SR. Marquez de Távora o Vice-Rei da Índia ao Tenente Coronel o Governador António Pedro Reis e Silva, a reparasse de toda a sua ruína, o que se fez com toda a fortaleza e aceio possível."

Em 1768, a ilha era administrada por um governador e contava com 350 habitantes. Posteriormente, em 1812, o número de habitantes elevava-se a 782 (incluindo os detidos). Perdida a sua função estratégica, em 1843 o forte foi desguarnecido.[1]

O forte e a ilha, sob o domínio português, foram utilizados como refúgio, por cristãos e hindus do continente durante a invasão da região pelo reino costeiro de Bednore, e pelo Sultão Tipu.[2]

Com a queda de Goa em 9 de Dezembro de 1961, em decorrência da Operação Vijay, ambos tornaram-se parte da Índia.[1]

No início da década de 1990, a ilha foi vendida para a Marinha Indiana, passando a integrar a base INR Kadamba, a maior base militar aeronaval da Ásia.

Escavações arqueológicas efetuadas pelo Departamento de Arqueologia e Museus de Goa colocaram a descoberto pilares, pedras e cerâmicas dos séculos XI e XII com trabalhos de arte dos Cadambas e Chaluquias. Por esta razão, deduziu-se que os achados poderão ser os remanescentes de um templo da deusa Aryadurga Devi,[2][3]

Características editar

A fortificação seiscentista compreende várias couraças. Na ilha erguem-se a Igreja de Nossa Senhora das Brotas e a Capela de Nossa Senhora das Dores. A fortaleza contava ainda com as edificações de serviço e um tanque de água potável.

Referências

  1. a b «Blessed Backwoods: Ancient Anjediva». Consultado em 10 de outubro de 2009. Arquivado do original em 23 de abril de 2011 
  2. a b «Forte de Anjediva». SuperGoa.com. Consultado em 10 de outubro de 2009. Arquivado do original em 13 de dezembro de 2009 
  3. Francisco S. d'Abreu. «Anjediva — 1». by Colaco.net. Consultado em 10 de outubro de 2009. Arquivado do original em 27 de maio de 2011 

Ver também editar

Ligações externas editar