Francisco Braga

compositor, regente e professor brasileiro

Antônio Francisco Braga (Rio de Janeiro, 15 de abril de 1868 — Rio de Janeiro, 14 de março de 1945) foi um compositor, regente e professor brasileiro.

Francisco Braga
Francisco Braga
Nascimento 15 de abril de 1868
Rio de Janeiro
Morte 14 de março de 1945 (76 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação compositor

Biografia editar

 
Herma de Francisco Braga, erigida no Passeio Público em 1952,[1] durante cerimônia de comemoração ao seu centenário de nascimento, 1968. Arquivo Nacional.
 
Concerto no Theatro São Pedro de Porto Alegre em 1928 com a regência de Francisco Braga e Olga Fossati como spalla da orquestra.

Ingressou no Asilo dos Meninos Desvalidos em 1876, onde iniciou os seus estudos musicais. Pelo destaque na instituição foi inscrito como aluno no Conservatório Imperial onde concluiu o curso de clarineta com Antônio Luís de Moura em 1886, tendo também sido aluno de Carlos de Mesquita (harmonia e contraponto). Este professor estreou em 1886 sua primeira composição sinfônica, a Abertura-Fantasia, com a Orquestra do Conservatório.

Em 1888 desligou-se como interno do Asilo ao atingir a maioridade. Mas passou a contribuir com a instituição como professor de música e regente da banda.

Em 1890 participou do concurso oficial para a escolha do novo Hino Nacional brasileiro, classificando-se entre os quatro primeiros colocados e, com isso, obteve bolsa de dois anos para estudar na Europa. Foi então para Paris, onde estudoucomposição com Jules Massenet e, posteriormente, fixou residência em Dresden, Alemanha.

Influenciado pelo compositor alemão Wagner, decidiu compor uma obra de maiores proporções, utilizando recursos cênicos, vocais e orquestrais. Assim, baseado em novela de Bernardo Guimarães, compôs Jupira, ópera em um ato, que dirigiu pela primeira vez no Teatro Lírico do Rio de Janeiro em 1900, ano da sua volta ao Brasil.

Dois anos depois foi nomeado professor do Instituto Nacional de Música, no Rio. Em 1905 compôs o Hino à Bandeira, cujos versos são de Olavo Bilac.[2]

Suas composições primavam pelo bom acabamento e leveza de técnica, sem complexidade aparente, marca de sua formação francesa. As inúmeras composições de marchas e hinos lhe valeram o apelido de "Chico dos Hinos".

Em 1908 compôs, a partir de temas nacionais, a música para O contratador de diamantes, drama de Afonso Arinos, e em 1909, na inauguração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, foi apresentado em primeira audição seu poema sinfônico Insônia.

Em 1912 participou da fundação da Sociedade de Concertos Sinfônicos, da qual se tornou diretor artístico e regente, permanecendo à frente da orquestra por vinte anos. Presidente perpétuo da Sociedade Pró-Música e fundador do Sindicato dos Músicos, Francisco Braga foi escolhido como Patrono da Cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Música.[3]

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista ilustrada Argus [4] (1907).

Obras do autor editar

Mídia editar

  • Seu repertório para canto e piano foi recentemente gravado em CD pelas pesquisadoras Mônica Pedrosa e Guida Borghoff da UFMG.

Referências

  1. «As comemorações do Dia da Bandeira:Inaugurada Herma de Francisco Braga». Correio da Manhã, Ano LII, edição 18303, página 7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 20 de novembro de 1952. Consultado em 12 de fevereiro de 2019 
  2. «Hino da bandeira nacional». Brasil Escola. Consultado em 8 de setembro de 2018 
  3. «Francisco Braga». Academia Brasileira de Música. Consultado em 8 de setembro de 2018 
  4. Helena Roldão (17 de junho de 2014). «Ficha histórica: Argus:revista mensal ilustrada (1907).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Setembro de 2014 
  5. «Recital do Centro de Música Brasileira». CMB. Consultado em 8 de setembro de 2018 

Bibliografia editar

  • RICCIARDI, Rubens Russomano. "A ópera Jupyra no contexto geral de Francisco Braga". in VOLPE, Maria Alice (org.) Atualidade da ópera. Série Simpósio Internacional de Musicologia da UFRJ, v.1. Rio de Janeiro: UFRJ, Escola de Música, Programa de Pós-Graduação em Música, 2012. p. 339-353.

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