Francisco de Assis Rosa e Silva

político brasileiro, 3.° vice-presidente da República Federativa do Brasil

Francisco de Assis Rosa e Silva (Recife, 4 de outubro de 1857Rio de Janeiro, 1 de julho de 1929) foi um político brasileiro e o 3.º vice-presidente da República de 1898 a 1902 no governo Campos Sales. Foi também deputado federal, ministro da Fazenda do Governo Artur Bernardes, ministro do Supremo Tribunal Federal e diretor do Jornal do Brasil.

Rosa e Silva
Francisco de Assis Rosa e Silva
Rosa e Silva como Vice-presidente do Brasil e Presidente do Senado.
3.º Vice-presidente do Brasil
Período 15 de novembro de 1898
a 15 de novembro de 1902
Presidente Campos Sales
Antecessor(a) Manuel Vitorino
Sucessor(a) Afonso Pena
Senador por Pernambuco
Período 3 de maio de 1924
a 1º de julho de 1929
Período 3 de maio de 1903
a 31 de dezembro de 1911
Período 5 de junho de 1896
a 15 de novembro de 1898
Presidente em exercício do Brasil
Período 17 de outubro de 1900
a 8 de novembro de 1900
Antecessor(a) Campos Sales
Sucessor(a) Campos Sales
Presidente da Câmara dos Deputados
Período 17 de maio de 1894
a 19 de maio de 1896
Antecessor(a) João Lopes Ferreira Filho
Sucessor(a) Artur César Rios
Deputado Federal por Pernambuco
Período 15 de novembro de 1890
a 5 de junho de 1896
Ministro da Justiça do Brasil
Período 4 de janeiro de 1889
a 7 de junho de 1889
Antecessor(a) Antônio Ferreira Viana
Sucessor(a) Cândido Luís Maria de Oliveira
Deputado Geral por Pernambuco
Período 17 de janeiro de 1882
a 15 de junho de 1889
Dados pessoais
Nome completo Francisco de Assis Rosa e Silva
Nascimento 4 de outubro de 1857
Recife, Pernambuco,
 Brasil
Morte 1 de julho de 1929 (71 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal,
 Brasil
Progenitores Mãe: Joana Francisca da Rosa
Pai: Albino José da Silva
Alma mater Faculdade de Direito do Recife
Cônjuge Maria das Dores Araújo († 1892)
Heloísa Graça Aranha († 1935)
Partido Conservador (1881–1889)
PRF (1893–1929)
Profissão Advogado

Biografia editar

Sogro de Aníbal Freire, formou-se na Faculdade de Direito do Recife, foi deputado provincial em 1882 e deputado geral de 1886 a 1889. Ainda durante o Brasil Império foi ministro da Justiça (ver Gabinete João Alfredo), época em que recebeu o título imperial de "Conselheiro".[1]

 
Constituição brasileira de 1891, página da assinatura de Francisco de Assis Rosa e Silva (nona assinatura). Acervo Arquivo Nacional

Já na República, foi deputado à Assembleia Constituinte de 1890 e nas duas seguintes legislaturas, tendo sido presidente da Câmara dos Deputados no biênio 18941895. Foi eleito senador por Pernambuco em 1895, mandato ao qual renunciou em 1898 para assumir o cargo de vice-presidente da República.

Terminado o mandato de vice-presidente, voltou ao Senado, onde continuou sendo reeleito até sua morte.

Por sua orientação, o então governador de Pernambuco Sigismundo Gonçalves, fiel rosista, mandou a polícia estadual atear, deliberadamente, fogo ao Derby, um moderno centro comercial no Recife, no dia 2 de janeiro de 1900, destruindo aquele empreendimento pioneiro recém-criado por Delmiro Gouveia, de quem era inimigo político e de quem recebera bengaladas em público, com o objetivo de levá-lo à falência. O jornal do Recife A Província publicou, em 4 de janeiro de 1900, um telegrama atribuído ao então governador Sigismundo Gonçalves para o Conselheiro Rosa e Silva: "Mercado incendiado. Delmiro preso. Saudações, Sigismundo Gonçalves".[2]

Também sob sua influência, o então governador Sigismundo Gonçalves impetrou perseguição ao poeta Oscar Brandão da Rocha, vencedor do concurso instituído para pôr letra no Hino de Pernambuco. Por ser seu inimigo político, Oscar Brandão teve negado o pagamento de seu prêmio, foi perseguido e precisou fugir. Durante algum tempo, o Hino de Pernambuco foi cantado com a letra do poeta perdedor do concurso, Carlos Dias Fernandes.[3][4]

Nas eleições estaduais de 1911, o Jornal Diario de Pernambuco, de propriedade de Rosa e Silva, divulga sua vitória com 21 613 votos contra o candidato militar Dantas Barreto (candidato apoiado pelo Presidente Hermes da Fonseca) que teria obtido 19 585 votos. Mas, os partidários de Dantas Barreto não se conformaram com o resultado das urnas. E o Recife passou por um dos momentos mais violentos e sangrentos, que convergiram para a paralisação dos bondes, o fechamento de cinemas e casas comerciais, e o grande temor da população em sair às ruas.[5]

Apesar da perda de influência nas eleições para a Presidência do Estado de Pernambuco a partir de 1911, Rosa e Silva continuou sendo reeleito para o Senado Federal.

Seu irmão, José Marcelino da Rosa e Silva, também foi Senador da República pelo Estado de Pernambuco durante o período em que ocupou o cargo de vice-presidente do Brasil. José Marcelino também foi Presidente da Província do Rio Grande do Norte no final do Brasil Imperial e chegou a ser deputado estadual e federal por várias legislaturas.[6]

 
Commons
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Referências

  1. «Conselheiro Rosa e Silva, o "dono" de Pernambuco | Pernambuco, História & Personagens». Consultado em 8 de julho de 2019 
  2. CORREIA, Profª Drª. Telma de Barros. Delmiro Gouveia: A Trajetória de um Industrial no Início do Século XX., p.12 .
  3. MOTA, Mauro - Centenário de Brandão. in Diario de Pernambuco, 17 de outubro de 1982
  4. ELIHIMAS, Aziz - O Hino de Pernambuco (A Bandeira e o Brasão) - Recife: (s. ed.), 1975.
  5. «Rosa e Silva». basilio.fundaj.gov.br. Consultado em 7 de julho de 2019 
  6. «Senador José Marcelino - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 8 de julho de 2019 

Ligações externas editar

Precedido por
Antônio Ferreira Viana
Ministro da Justiça do Brasil
1889
Sucedido por
Cândido Luís Maria de Oliveira
Precedido por
João Lopes Ferreira Filho
Presidente da Câmara dos Deputados
18941896
Sucedido por
Artur César Rios
Precedido por
Manuel Vitorino
3.º Vice-presidente do Brasil
18981902
Sucedido por
Silviano Brandão