O Homo economicus (homem econômico), Econ, ator racional ou maximizador racional[1] é um ser ideal formulado seguindo o conselho dos economistas. Eles afirmam que o Homo economicus é necessário para seguir os procedimentos científicos do século XIX que aconselhavam a fragmentação do objeto de pesquisa para fins de investigação analítica[2].

Os economistas assumiram que o estudo das ações econômicas do homem poderia ser feito abstraindo-se as outras dimensões culturais do comportamento humano: dimensões morais, éticas, religiosas, políticas, etc., e concentraram seu interesse naquilo que identificaram como as duas funções elementares exercidas por todo e qualquer indivíduo: o consumo e a produção, ignorando completamente qualquer outra parte da vida de seres humanos reais[3]. Portanto, o Homo economicus nada mais é do que uma parte do ser humano, um fragmento, um resto, a sua parcela que apenas produz e consome, segundo "leis" deduzidas da observação, cujo único critério de verdade apoiava-se na evidência[4].

Conceito editar

O conceito de Homo economicus é um postulado da racionalidade que é caracterizado pelo triunfo dos economistas que encontraram nele, à semelhança dos biólogos no Darwinismo, uma teoria do comportamento coerente.

Segundo Albou (1984), três grandes correntes filosóficas são responsáveis pela criação deste conceito: o hedonismo; o utilitarismo e o sensualismo.

  1. O Hedonismo, que afirma que o homem está sujeito, tal como os animais, à lei natural dos instintos e que portanto se encontra implícita a procura do prazer, do bem-estar e a evitação da dor.
  2. O Utilitarismo, cujo autor principal é John Stuart Mill (1806-1873) afirma que o que é útil é valioso e contrapõe o prazer calculado ao irracional, classificando os prazeres nobres e pobres.
  3. O Sensualismo segundo Condilac (1714-1780) afirma serem os sentidos a fonte do conhecimento.
  • Princípios fundamentais do conceito Homo economicus: "maior ganho com o menor esforço".
  1. A razão psicológica essencial a toda a atividade humana é o interesse pessoal. Este primeiro princípio é então afetivo, pois define a única razão da atividade econômica;
  2. O homem não obedece senão à razão;
  3. O sujeito é universal, o interesse pessoal e a racionalidade são válidos em todos os lugares e em todas as épocas.
  4. O homem está perfeitamente informado, tem conhecimento da totalidade das consequências de todas as possibilidades das ações que se lhe oferecem;
  5. O homem vive o presente num tempo linear, não se lembra nem tem a capacidade de prever;
  6. Ele está só e portanto livre dos outros homens, ou seja, não existem determinismos que lhe sejam exteriores.

Com base nesta construção abstrata, que os economistas construíram sobre um corpo teórico fortemente aceito, elaboraram-se leis econômicas que se encontram em todas as obras fundamentais: a lei da maximização da utilidade e leis sobre a utilidade marginal, aplicadas ao consumo e à produção.

Referências

  1. POUNDSTONE, William. Priceless: The Hidden Psychology of Value, London: Oneworld Publications, 2011, p. 48 - 344 páginas.
  2. Homo Oeconomicus publicado no "Journal of Behavioral and Institutional Economics" ISSN: 0943-0180 (2017)
  3. Econ 101 is killing America Forget the dumbed-down garbage most economists spew. Their myths are causing tragic results for everyday Americans por Robert Atkinson (2013)
  4. Rethinking Curriculum in Times of Shifting Educational Context por Kaustuv Roy DOI 10.1007/978-3-319-61106-8 (2017)

Bibliografia editar

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