Inflação inercial

teoria econômica

A inflação Inercial, ou teoria da inflação inercial, desenvolvida no Brasil no começo da década de 1980,[1] refere-se à ideia de memória inflacionária, onde o índice atual é a inflação passada mais a expectativa futura. A inflação se mantém no mesmo patamar sem aceleração inflacionária e é decorrente de mecanismos de indexação. Estes mecanismos podem ser formais e informais.[2]

  • Formais: regras específicas e legais de aumento, a exemplo de aluguéis e mensalidades escolares.
  • Informais: quando os agentes são seguidores de preço, ou seja, aumentam o preço porque os outros também o fizeram[3].

A inflação inercial ocorre quando os preços de uma economia oferecem resistência às políticas de estabilização para atacar as causas primárias da inflação, é a chamada memória inflacionária. Essa inflação inercial é decorrente de mecanismos de indexação, que reajustam o valor das parcelas de contratos pela inflação do período passado, ou seja, mesmo que não tenha uma razão do preço aumentar, ele aumenta baseado nessa memória inflacionária.[4]

No Brasil, na época da inflação elevada (nos anos 70 e 80) os contratos de diversos tipos tinham cláusulas de correção que eram auto-aplicáveis. Isso gerou na população um comportamento inflacionário: transferia-se para o mês seguinte a taxa de inflação do mês passado mesmo que não houvesse pressões de demanda ou de custo. Por ter sido real a correção da inflação no período 1964-1984, da economia brasileira ocorreu o que se chamou pelos acadêmicos de economia na época, de "Milagre Econômico", com crescimentos reais significantes e positivos nesse período.[5]

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Referências

  1. Pereira, Luiz Carlos Bresser (1998). Economia brasileira: uma introdução crítica 3ª ed. [S.l.]: Editora 34. p. 196 
  2. «Inflação Inercial - Banco Central e Preços | Economia - Cultura Mix». economia.culturamix.com. Consultado em 7 de junho de 2018 
  3. GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval; TONETO JÚNIOR, Rudinei (2011). Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Atlas. p. 99. ISBN 978-85-224-4835-7 
  4. Roberto, Carlo. «O que é INFLAÇÂO INERCIAL». CR2 Multimercados. Consultado em 7 de junho de 2018 
  5. Bresser-Pereira, Luiz Carlos. «Inflação inercial e choque heterodoxo no Brasil». Bresser-Pereira. Consultado em 7 de junho de 2018 
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