Feodor Ingvar Kamprad (Ljungby, 30 de março de 1926Kronoberg, 27 de janeiro de 2018[2]) foi um empresário sueco de renome internacional, fundador da maior empresa do mundo no setor da fabricação e venda de móveis, a IKEA: as duas primeiras letras (I e K) correspondem às iniciais do seu nome e apelido (sobrenome) e as duas últimas (E e A) à aldeia onde a empresa foi criada e a povoação onde ele nasceu (Elmtaryd, Agunnaryd).[3] Kamprad vivia, à data da sua morte, na Suíça, nas proximidades de Epalinges, Canton de Vaud.

Ingvar Kamprad
Ingvar Kamprad
Ingvar Kamprad (2010)
Nascimento 30 de março de 1926
Ljungby, Suécia
Morte 27 de janeiro de 2018 (91 anos)
Kronoberg, Suécia
Nacionalidade Sueco
Fortuna Aumento 42,4 bilhões USD (2012)[1]
Ocupação Empresário

A revista Forbes, em 2007, considerou-o o homem mais rico da Europa e o 4.° mais rico do mundo, com cerca de 33 bilhões de dólares. E no ano de 2009 ocupou a quinta posição do ranking de bilionários da Forbes, com 22 bilhões de dólares.[4]

Desde 2008, Ingvar Kamprad tem nacionalidade suíça.

A primeira loja editar

Em 1958 Kamprad abriu a primeira loja de móveis da IKEA, em Älmhult.[5] A Suécia vivia um período de prosperidade, sob a influência da política social-democrata do Estado de bem-estar social liderada por Per Albin Hansson. Os suecos tinham dinheiro suficiente para uma casa e para os móveis. Ainda hoje, os suecos dizem: "Per Albin Hansson deu casa ao povo, Ingvar Kamprad mobilou-a".

Nesta primeira loja, Kamprad pôs em prática muitas das políticas que hoje são correntes nas actuais lojas IKEA de todo o mundo: Um catálogo com preços garantidos por um período de um ano, móveis entregues para serem montados pelo cliente, o que os torna mais baratos e fáceis de transportar: o cliente monta-os em sua casa. Em vez de números de referência, a IKEA usa nomes para os seus artigos e mantém uma lanchonete em cada loja: "estômagos vazios não compram móveis".

Crise significa oportunidade editar

Nos princípios dos anos 60 a IKEA angariou muitos inimigos: os produtores suecos de móveis procuraram liquidar este novo competidor. Os fornecedores foram intimidados: se não boicotassem a IKEA seriam boicotados. Boicotada pelos fornecedores, a IKEA apesar de ter muitos clientes, não conseguia satisfazer a procura. Em 1961, coincidentemente, a associação de produtores de móveis da Polônia procurava parceiros com anúncios em jornais suecos. Em plena Guerra Fria, os poloneses andavam à procura de quem lhes pagasse com moeda forte ao invés de com rublos soviéticos. Kamprad viu, nesta oportunidade, a solução dos seus problemas. Em 1961, voou a Varsóvia e fechou um acordo muito favorável aos seus interesses.

Assim, a Polónia tornou-se um dos maiores fornecedores de móveis da IKEA (actualmente é o segundo maior, depois da China). Os baixos salários poloneses tornaram os preços da IKEA ainda mais competitivos.

Nazismo editar

No ano de 1942 Ingvar Kamprad tornou-se membro do movimento pró-nazista Novo Movimento Sueco e, já em setembro de 1945, com dezenove anos de idade, doava dinheiro e recrutava membros para o movimento.[6] Além disso, Kamprad era amigo de Per Engdahl, líder do movimento nazista na Suécia. O envolvimento com o movimento pró-nazista Novo Movimento Sueco só foi interrompido em meados da década de 1950, cinco após a derrota e o desmantelamento do nazismo na Alemanha. A filiação nazista de Kamprad não se tornou pública senão em 1994. Após a descoberta deste fato, Kamprad desculpou-se em várias ocasiões e chegou a mandar uma carta de esclarecimento a todos os empregados do grupo IKEA.[7][8]

Ver também editar

Referências

  1. bloomberg-billionaires-index
  2. Bárbara Cruz (28 de janeiro de 2018). «Morreu Ingvar Kamprad, o fundador da IKEA». Diário de Notícias. Consultado em 28 de janeiro de 2018 
  3. «IKEA Svenska AB». Norstedts uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts. 2007–2008. p. 544. 1488 páginas. ISBN 9789113017136 
  4. (em inglês)Ingvar Kamprad, 5° mais rico do mundo
  5. «IKEA | Swedish company». Encyclopedia Britannica (em inglês). Consultado em 5 de maio de 2021 
  6. "Svensk överklass och högerextremism under 1900-talet" av Karl N. Alvar Nilsson, ISBN 91-86474-34-0.
  7. Olsson, Tobias (28 de outubro de 2008). «Kamprad:"Jag kallades nazist"». Svenska Dagbladet. ISSN 1101-2412. Consultado em 15 de março de 2010 
  8. Oliver Burkeman, The miracle of Älmhult (part two), The Guardian, publicerad 17 juni 2004, läst 11 oktober 2010

Ligações externas editar