James Norman Mattis[3] (Pullman, 8 de setembro de 1950) é um general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos que serviu como Secretário de Defesa do seu país de 2017 a 2019. Ele também serviu como chefe do Comando Central das forças armadas, sendo responsável pelas operações militares americanas no Oriente Médio, no norte da África e na Ásia Central, de agosto de 2010 até março de 2013 e Chefe do Comando das Forças Conjuntas dos Estados Unidos entre 2007 e 2010, ao mesmo tempo servindo como Comandante Aliado Supremo de Transformação da OTAN de 2007 a 2009. Mattis foi confirmado pelo Senado dos Estados Unidos para a posição de Secretário de Defesa, sendo empossado em 20 de janeiro de 2017, no gabinete do presidente Donald Trump.[4][5] Jim Mattis renunciou o cargo em dezembro de 2018, citando desavenças com a administração Trump.[6]

James Mattis
James Mattis
26º Secretário de Defesa dos Estados Unidos
Período 20 de janeiro de 2017
a 1 de janeiro de 2019
Presidente Donald Trump
Antecessor(a) Ashton Carter
Sucessor(a) Mark Esper
Chefe do Comando Central
dos Estados Unidos
Período 11 de agosto de 2010
a 22 de março de 2013
Presidente Barack Obama
Antecessor(a) David Petraeus
Sucessor(a) Lloyd Austin
Comandante do Comando das Forças Conjuntas dos Estados Unidos
Período 9 de novembro de 2007
a 11 de agosto de 2010
Presidentes George W. Bush (2007–2009)
Barack Obama (2009–2010)
Antecessor(a) Lance L. Smith
Sucessor(a) Raymond T. Odierno
Comandante Aliado Supremo de Transformação
Período 9 de novembro de 2007
a 8 de setembro de 2009
Antecessor(a) Lance L. Smith
Sucessor(a) Stéphane Abrial
Dados pessoais
Nome completo James Norman Mattis
Alcunha(s) "Monge Guerreiro"[1]
"Cachorro Louco"[2]
Nascimento 8 de setembro de 1950 (73 anos)
Pullman, Washington
Progenitores Mãe: Lucille Proulx
Pai: John Mattis
Alma mater Universidade Central de Washington
Partido Independente
Serviço militar
Lealdade  Estados Unidos
Serviço/ramo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos
Anos de serviço 1969–2013
Graduação General
Conflitos Guerra do Golfo
Invasão do Afeganistão
Guerra do Iraque
Condecorações Medalha por Serviços Distintos de Defesa (2)
Medalha por Serviços Distintos (marinha)
Medalhar de Serviço Superior de Defesa
Legião do Mérito
Estrela de Bronze
Medalha de Serviço ao Mérito (3)

Começo da vida editar

Jim Mattis nasceu em 8 de setembro de 1950, em Pullman, Washington,[7] filho da canadense Lucille (Proulx) Mattis[8] e do americano John West Mattis (1915–1988),[9][10] um membro da marinha mercante. Seu pai se mudou para Richland, Washington, onde James viria a crescer num lar modesto.[11] Ele se formou na escola em 1968[12] e se formou em história na Universidade Central de Washington em 1971.[13][14] Em 1994, ele ganhou um M.A. em relações internacionais de segurança pelo National War College da Universidade de Defesa Nacional.[15]

Carreira militar editar

Início editar

Mattis se alistou na reserva dos fuzileiros navais em 1969. Em 1972 ele se formou na academia da reserva, com o posto de segundo-tenente. Ficou conhecido por seu porte acadêmico, fazendo múltiplos cursos de aperfeiçoamento para oficiais.[16][17] Em 1991, serviu pela primeira vez num teatro de operações ativo, comandando o 1º Batalhão do 7º Regimento de fuzileiros durante a Guerra do Golfo.[18] Uma década mais tarde, como coronel, comandou o 7º Regimento na invasão do Afeganistão. Foi neste período que foi reconhecido por sua capacidade técnica e de liderança.[19]

Em 2003, serviu durante a Invasão do Iraque, comandando a 1ª Divisão de Fuzileiros, com a posto de Major-General. Em novembro de 2004, fez parte da equipe que planejou a retomada da cidade de Faluja no que seria a Operação Fúria Fantasma. Ele serviu no Iraque até 2005.[20]

Comando Central editar

 
O general James N. Mattis, em 2007

No início de 2010, Mattis esteve na lista de possíveis sucessores de James T. Conway como Comandante dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.[21] Em julho, foi recomendado pelo então Secretário de Defesa Robert Gates à nomeação para substituir David Petraeus à frente do Comando Central dos Estados Unidos,[22] sendo finalmente nomeado por Barack Obama em 21 de julho.[23]

Sua confirmação pelo Senado marcou a primeira vez em que os Fuzileiros mantiveram membros como Comandante e Vice-comandante do Comando Unificado de Combatentes.[24] Sua cerimônia de posse ocorreu em 11 de agosto na Base Aérea de MacDill, na Flórida.[25][26][27]

Como chefe do Comando Central, Mattis supervisionou as campanhas militares no Iraque e no Afeganistão, sendo responsável pela região que inclui Síria, Irã e Iémen.[28] De acordo com Leon Panetta, a Administração Obama não depositou muita confiança em Mattis ao percebê-lo muito ansioso por um confronto direto com o Irã.[29]

James Mattis deu baixa do Corpo de Fuzileiros Navais em 2013.[3][30]

Secretário de Defesa (2017-2019) editar

Nomeação editar

Em 20 de novembro de 2016, o então Presidente-eleito Donald Trump reuniu-se com Mattis para uma pequena audiência em Bedminster, Nova Jérsei.[31] Posteriormente, publicou no Twitter: "O General James 'Mad Dog' Mattis, que têm sido cogitado para Secretário de Defesa, foi impressionante ontem. Um verdadeiro general de generais!"[32] Em 1 de dezembro, Trump anunciou sua intenção em nomear Mattis ao Departamento de Defesa caso eleito presidente.[33] Como Mattis era um recém-retirado de combate, sua nomeação necessitaria de uma aprovação pelo Ato de Segurança Nacional de 1947, o qual exige um hiato de sete anos entre a baixa do serviço militar e a ascensão a um cargo público. Mattis é o segundo Secretário de Defesa a receber esta exceção, o primeiro tendo sido George Marshall. Mattis foi confirmado no cargo por 98 votos contra 1 no Senado dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2017.[34][35]

Mandato editar

Logo nos primeiros dias de seu mandato como Secretário de Defesa, Mattis fez contato telefônico com o Príncipe-herdeiro Mohammad bin Salman da Arábia Saudita, na qual "reafirmou a importância dos laços que unem as relações entre as duas nações".

 
Mattis e o presidente Trump, em janeiro de 2017

Em sua primeira viagem internacional oficial, Mattis visitou a Coreia do Sul em 2 de fevereiro de 2017. Na ocasião, alertou a Coreia do Norte de que "qualquer ataque contra os Estados Unidos ou seus aliados será revidado", e que o uso de qualquer tipo de armamento nuclear seria respondido de forma "efetiva e conclusiva" pelo governo norte-americano. Em 31 de março, acompanhou seu homólogo britânico Michael Fallon em coletiva de imprensa, onde afirmou que a Coreia do Norte estava ingressando "em uma forma imprudente" e precisava ser freada. Durante uma reunião de imprensa no Pentágono em 26 de maio, Mattis declarou estar trabalhando com as Nações Unidas, China, Japão e Coreia do Sul para evitar "uma solução militar" com as questões envolvendo a Coreia do Norte. Em 3 de junho, Mattis voltou a criticar o governo norte-coreano, classificando-o como "um perigo claro e presente".

Em 22 de março, ao ser questionado pelo Senado, Mattis afirmou seu apoio à permanência de tropas americanas no Iraque após a Batalha de Mossul. Mattis respondeu às críticas de que o governo Trump havia perdido as regras de engajamento campanha militar quando os ataques aéreos em Mossul vitimaram civis. Mattis disse: "Nós buscamos fazer tudo humanamente possível para reduzir a perde de vidas ou sofrimento de inocentes".

Em 5 de abril, Mattis classificou o ataque químico de Khan Shaykhun como "ato hediondo" e afirmou que responderia desta maneira. Dias depois, o Secretário de Defesa alertou o governo sírio sobre o uso de armas químicas no futuro, afirmando que não seria esta uma boa opção. Em seguida, Mattis realizou sua primeira conferência de imprensa desde que assumiu o cargo, afirmando que a derrota do Estado Islâmico ainda era "sua prioridade" e que o governo sírio arcaria com um "preço muito alto" pela insistência no uso de armas químicas.

 
James Mattis com Mohammad bin Salman, príncipe da Arábia Saudita, em um encontro em Washington, em 2018,

Como Secretário de Defesa, Mattis afirmou que os Estados Unidos tinha um compromisso de defender e proteger seus aliados internacionais, como a Coreia do Sul.[36][37] Ele se opunha a maior colaboração com a China e a Rússia,[38] afirmando que estes países eram uma ameaça a "ordem mundial liderada pelos americanos".[39][40] Mattis frequentemente batia de frente com o presidente Trump, discordando de muitas de suas políticas, como a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear iraniano[41] e cortes no orçamento na área de monitoramento de mudanças climáticas.[42][43]

A 19 de dezembro de 2018, Trump anunciou a retirada das tropas americanas da Síria, contrariando os conselhos do seu Gabinete de Segurança.[44] Mattis acreditava que os Estados Unidos deveria manter uma presença militar no território sírio após a derrota do Estado Islâmico para garantir que a grupo terrorista não se reorganizasse. No dia seguinte, após falhar em tentar fazer o presidente reconsiderar sua decisão, Mattis anunciou sua renúncia.[45][46] Ao anunciar sua saída, ele deixou uma carta para Trump, criticando a visão global do presidente, e elogiando a OTAN (uma organização que Trump muito criticava) e a coalizão internacional que derrotou o Estado Islâmico, a qual Trump estava abandonando. Mattis afirmou que era necessário "tratar os aliados com respeito e também ser claro - mirando países inimigos e competidores estratégicos", enfatizando que o país tinha que permanecer "resoluto e inequívoco" contra nações autoritárias, como a China e a Rússia. Ele escreveu que Trump "tinha o direito de ter um Secretário de Defesa cujas visões estavam melhor alinhadas com as dele nesses assuntos".[47] A renuncia de Mattis causou alarde em aliados políticos e na oposição, que não gostaram da notícia.[48] Na carta, Mattis anunciou que sua renuncia se tornaria efetiva a 28 de fevereiro de 2019,[49] porém Trump anunciou que a saída do secretário fora antecipada para 1 de janeiro, após mostrar indignação com as críticas de Mattis às suas políticas.[50] Em 2 de janeiro de 2019, o presidente Trump criticou a performance de Mattis como Secretário de Defesa e afirmou que, essencialmente, foi ele quem demitiu o secretário.[51]

Referências

  1. Kovach, Gretel (19 de janeiro de 2013). «Just don't call hum Mag Dog». San Diego Union Tribune 
  2. Boot, Max (Março de 2006). «The corps should look to its small wars past». Armed Forces Journal 
  3. a b «Jim Mattis». Departamento de Defesa dos Estados Unidos 
  4. «James Mattis: Secretary of Defense». Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Consultado em 21 de janeiro de 2017 
  5. «General James 'Mad Dog' Mattis, Donald Trump's pick for secretary of defence». The Telegraph. Consultado em 21 de janeiro de 2017 
  6. «Secretário de Defesa renuncia após Trump ordenar retirada da Síria». G1. Consultado em 4 de janeiro de 2019 
  7. «Nominations before the Senate Armed Services Committee, Second Session, 111th Congress» (PDF). U.S. Government Printing Office. Consultado em 3 de junho de 2015 
  8. «Rose Marie Proulx Ames Obituary». The Washington Post. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  9. «10 Things You Didn't Know About James Mattis». Consultado em 17 de janeiro de 2017 
  10. «James Mattis Fast Facts». CNN Library. Consultado em 22 de janeiro de 2017 
  11. «James Mattis, a Warrior in Washington». The New Yorker. Consultado em 22 de maio de 2017 
  12. Kraemer, Kristin M. (22 de novembro de 2016). «Gen. Mattis, Trump's possible defense chief, fulfills Benton County jury duty». Tri-City Herald 
  13. Ray, Michael. «James Mattis». Britannica. Consultado em 6 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2016 
  14. Baldor, Lolita C. (2 de dezembro de 2016). «Trump to nominate retired Gen. James Mattis to lead Pentagon». The Washington Post. Consultado em 23 de dezembro de 2016 
  15. «James N. Mattis – Donald Trump Administration». Office of the Secretary of Defense – Historical Office 
  16. Mattis, James (25 de setembro de 2013). «General James Mattis, "In the Midst of the Storm: A US Commander's View of the Changing Middle East"». Dartmouth College. Consultado em 2 de junho de 2015 
  17. Reynolds, Nicholas E. (2005). Basrah, Baghdad and Beyond. [S.l.: s.n.] pp. 4–5. ISBN 978-1-59114-717-6. Consultado em 20 de fevereiro de 2013 
  18. Lowry, Richard (9 de dezembro de 2016). «Op-ed: General James N. Mattis – A Marine for the History Books». American Military News. Consultado em 10 de agosto de 2017 
  19. Ricks, Thomas E. (2012). The Generals: American Military Command from World War II to Today. New York: Penguin Press. p. 405. ISBN 978-1-59420-404-3 
  20. Szoldra, Paul (1 de dezembro de 2006). «19 unforgettable quotes from legendary Marine Gen. James 'Mad Dog' Mattis». Business Insider. Consultado em 19 de maio de 2017 
  21. «Gates announces nomination of Amos for CMC». Marine Corps Times. 22 de junho de 2010. Consultado em 16 de junho de 2017. Arquivado do original em 22 de março de 2012 
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  27. «Mattis assumes command of CentCom» 
  28. «Mattis interview: Syria would fall without Iran's help». USA Today. 11 de abril de 2013 
  29. Panetta, Leon. Worthy Fights: A Memoir of Leadership in War and Peace (Kindle ed.). Penguin Group. pp. Kindle Locations 6368–6370
  30. «About General James Mattis». FWA Consultants 
  31. Mattingl, Phil (19 de novembro de 2016). «Trump: 'Mad Dog' Mattis is a 'very impressive' candidate for defense secretary». CNN 
  32. «DOnald Trump is considering James Mattis for Secretary of Defense». Twitter. 20 de novembro de 2016 
  33. «Trump has chosen retired Marine James Mattis for Secretary of Defense». Washington Post. 12 de janeiro de 2016 
  34. Peterson, Kristina; Hughes, Siobhan. «Senate Confirms James Mattis as Defense Secretary». The Wall Street Journal 
  35. Schor, Elana (20 de janeiro de 2017). «Gillibrand says she won't vote for Mattis». Politico 
  36. «James Mattis, in South Korea, Tries to Reassure an Ally». The New York Times. 2 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 8 de novembro de 2017 
  37. «US warns North Korea against nuclear attack». Al Jazeera. 3 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2017 
  38. Baldor, Lolita (16 de fevereiro de 2017). «Mattis: US not ready to collaborate militarily with Russia». ABC News. Associated Press. Consultado em 16 de fevereiro de 2017 
  39. Jackson, David (21 de dezembro de 2018). «Donald Trump disputes departing Defense Secretary Jim Mattis over Russia, China». USA Today. Consultado em 23 de dezembro de 2018 
  40. "«US needs to be ready to confront Russia: Trump's Pentagon pick». Press TV. 13 de janeiro de 2017 
  41. McIntyre, Jamie (22 de abril de 2016). «Mattis: Iran is the biggest threat to Mideast peace». Washington Examiner. Consultado em 2 de dezembro de 2016 
  42. «Secretary of Defense James Mattis: The Lone Climate Change Soldier in this Administration's Cabinet». Union of Concerned Scientists. 2017 
  43. «Climate change, extreme weather already threaten 50% of U.S. military sites». USA Today. 31 de janeiro de 2018 
  44. «Defense Secretary Mattis To Retire In February, Trump Says, Amid Syria Tension». NPR. Consultado em 20 de dezembro de 2018 
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  46. Cooper, Helene (20 de dezembro de 2018). «Jim Mattis Resigns, Rebuking Trump's Worldview». The New York Times. Consultado em 4 de janeiro de 2019 
  47. Cooper, Helene (8 de dezembro de 2018). «Jim Mattis, Defense Secretary, Resigns in Rebuke of Trump's Worldview». The New York Times. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  48. Sevastopulo, Demetri (21 de dezembro de 2018). «Mattis Resignation Spreads Alarm in Washington and Abroad». Financial Times. Consultado em 23 de dezembro de 2018 
  49. Cooper, Helene. «Jim Mattis, Marine General Turned Defense Secretary, Will Leave Pentagon in February». The New York Times. Consultado em 20 de dezembro de 2018 
  50. Cooper, Helene (23 de dezembro de 2018). «Trump, Angry Over Mattis's Rebuke, Removes Him 2 Months Early». The New York Times. Consultado em 4 de janeiro de 2019 
  51. Haberman, Maggie (2 de janeiro de 2019). «Trump Says Mattis Resignation Was 'Essentially' a Firing, Escalating His New Front Against Military Critics». New York Times. Consultado em 3 de janeiro de 2019