José Rómulo Sosa Ortiz, mais conhecido como José José (Cidade do México, 17 de fevereiro de 1948Miami, 28 de setembro de 2019), foi um cantor, compositor e ator mexicano. Seu sucesso foi reconhecido principalmente na América Latina.[1]

José José
José José
José José em 2011.
Informação geral
Nome completo José Romulo Sosa Ortiz
Também conhecido(a) como El Príncipe de la Canción (O Príncipe da Canção)
Nascimento 17 de fevereiro de 1948
Local de nascimento Cidade do México
México
Morte 28 de setembro de 2019 (71 anos)
Local de morte Miami, Estados Unidos
Gênero(s) Pop latino, bolero, baladas,
Instrumento(s) voz, piano, baixo, guitarra, contrabaixo
Extensão vocal Barítono martín
Período em atividade 1965-2017
Gravadora(s) BMG, Ariola
Página oficial www.josejose.us

No Brasil ficou conhecido por interpretar o personagem Erasmo Padilha, na novela A Feia Mais Bela.[2]

Ele é considerado um dos cantores latinos mais bem-sucedidos, populares e importantes da história, com mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo[1] e 36 álbuns de estúdio. No total de todas as suas produções, possui mais de 200 discos de ouro, platina e um de plutônio (sendo o primeiro cantor do mundo a obtê-lo).

Infância e Juventude editar

José Romulo era o filho de José Sosa Esquivel, um tenor de ópera, e Margarita Ortíz, uma pianista clássica. Durante a infância, passou a demonstrar seu interesse pela música, porém, em uma falha tentativa de protege-lo, seus pais tentavam o convencer de não seguir a mesma carreira que um dia os frustrou.

Seu pai se tornou alcoólatra e abandonou o lar, o forçando a trabalhar – ainda aos 15 anos – para ajudar sua mãe e irmão mais novo.

José aprendeu a cantar utilizando-se de técnicas avançadas, e aproveitando desse talento, fazia serenatas junto de seus amigos.

Isso lhe abriu às portas para se unir a um grupo de jazz e bossa nova, conhecido como “Los Peg”, destacando-se como contrabaixista. Eles tocaram a maior parte do tempo em clubes noturnos, e em festivais de jazz locais.

José assinou contrato para a gravação de dois pequenos singles, “El Mundo” (uma adaptação em castelhano da canção “Il Mondo”, de Jimmy Fontana). E “Ma vie”, todos esses sem sucesso.

Nesse momento, ele abandona sua banda, para concentrar-se em seu sonho de seguir uma carreira solo, adotando o nome artístico “José José” em homenagem ao seu pai, que falecera vítima do alcoolismo, em 1968. O pseudônimo “José José”, nada mais é do que a união de “José” (seu primeiro nome, atrelado ao primeiro de seu falecido pai)[3].

Carreira editar

Com o apoio de sua mãe, assinou seu primeiro contrato com uma gravadora de renome, a RCA, gravando seu primeiro álbum intitulado “Cuidado”.

Contando com às obras de dois grandes compositores (Armando Manzanero e Rúben Fuentes), seu disco trazia uma combinação de boleros e baladas românticas. Apesar da qualidade e elogio dos críticos, o álbum não alcançou a popularidade esperada.[4]

Seguindo em sua busca por reconhecimento, aos poucos sua fama foi se concretizando. José já passava a ser convidado a participar de programas de televisão, apresentando canções como “Una Mañana” e “Cuidado”, passando a chamar a atenção dos produtores musicais.

Ele lançou a música “La Nave del Olvido”, que se converteu em seu primeiro sucesso no México e na América Latina.

Festival OTI da Canção (1970) editar

A grande chance de José José surgiu em 15 de março de 1970, quando foi escolhido para representar o México em um festival de música internacional. Com uma apresentação magistral da canção “El Triste”, composta por Roberto Cantoral (1930 – 2010), ele impressionou o público presente no teatro Ferrocarrilero, e a milhares que assistiam pela televisão sua marcante apresentação[5].

O desempenho da canção foi tão impressionante, que causou o espanto de nomes renomados da música mexicana presentes na plateia. Dentre eles, Marco Antonio Muñiz[6].

Mas a decisão dos jurados não foi de acordo com a maioria do público, e José ficou em terceiro lugar, em uma edição que teve como vencedora a brasileira Cláudya, com “Canção de Amor e Paz”. Após esse episódio, ele deixou de ser uma promessa, para se tornar um ídolo, vindo a desempenhar papéis principais em alguns filmes, como “Buscando una Sonrisa” (1971), “Sueño de Amor”(1972), e “La Carrera del Millón”(1973).

Ao longo das décadas de 1970, 80’ e 90’ lançou diversos hits, (nessa última, tendo a canção “40 y 20”, regravada em português pela dupla Chitãozinho e Xororó). Esta carreira musical manteve-se até o declínio total de sua voz, por conta do alcoolismo, nos anos 2000.

Vida Pessoal editar

Álcool e Drogas editar

Após a chegada da fama e do dinheiro, José José passou a conhecer belas mulheres, muitas delas que – de certa maneira – lhe roubaram a paz. O cantor se apaixonou por Natalia “Kiki” Herrera Calles, neta do ex-presidente, Plutarco Elias Calles, e vinte anos mais velha que ele[7]. Com ela José mergulhou um ainda mais no consumo de álcool.

Na época, ele próprio relatou que o consumo de bebidas alcoólicas junto a sua esposa, era algo feito diariamente.

Após o divórcio, o cantor passou a interagir com pessoas ricas, que passaram a lhe oferecer cocaína. José também fez uso de outras substâncias tóxicas, que lhe ocasionaram diversos problemas de saúde.[8]

Os Amores do “Príncipe” editar

José José casou-se por três vezes durante sua vida. Sua primeira esposa foi a atriz Natalia Herrera Calles, em 1971. Vindo a se divorciar em 1973.

Sua segunda esposa foi a também atriz Ana Elena Noreña (mais conhecida como Anel).

José José e Anel já haviam se relacionado de maneira rápida antes de seu matrimônio, e retomaram a relação após o divórcio, só que agora, de maneira concreta.

Em 1974, a ex-Miss México fica grávida de José Francisco Carmelo Augusto (o também cantor José Joel). Em 1982, o casal tem sua segunda filha, Marysol Estrella. Permaneceram juntos por 17 anos, em uma convivência em que ambos qualificaram como “conturbada”.

Sua terceira e última esposa, foi a cubana Sara Salazar. Divorciada e mãe de duas filhas (Monique e Celine), conheceu o artista através de seu empresário, Willy Vicedo, em uma festa em Miami.

Ela deu seu número de telefone a José, que meses depois a ligou, direto da clínica de reabilitação onde estava internado.

Casam-se em 1995, e tem sua terceira filha, Sarita Sosa Salazar. Juntos viveram seu amor em meio a diversos problemas de saúde.[9]

Morte editar

José José morreu em 28 de setembro de 2019 após internação no hospital Homestead, em Miami. O artista padecia de câncer no pâncreas desde 2017, tendo complicações em decorrência dessa doença.[10]

Diversas homenagens foram feitas durante os dias que se seguiram, até a sua cremação. Suas cinzas repousam no Panteón Francés de La Piedad, próximo aos jazigos de sua mãe e avó.[11]

Álbuns editar

  • Tenampa (2001)
  • Distancia (1998)
  • Y Algo Mas (1998)
  • Tesoros (1997)
  • Mujeriego (1995)
  • Grandeza Mexicana (1994)
  • 30 Años De Ser El Principe (1994)
  • 40 Y 20 (1992)
  • En Las Buenas Y En Las Malas (1990)
  • Que Es El Amor (1989)
  • Sabor A Mi (B.S.O./Soundtrack) (1988)
  • Soy Así (1987)
  • Siempre Contigo (1986)
  • Promesas (1985)
  • Gavilan O Paloma (B.S.O./Soundtrack) (1985)
  • Reflexiones (1984)
  • Secretos (1983)
  • Mi Vida (1982)
  • Gracias (1981)
  • Romântico (1981)
  • Amor Amor (1980)
  • Si Me Dejas Ahora (1979)
  • Lo Pasado Pasado (1978)
  • Volcan (1978)
  • Reencuentro (1977)
  • El Principe (1976)
  • Tan Cerca…Tan Lejos (1975)
  • Vive (1974)
  • Hasta Que Vuelvas (1973)
  • Cuando Tu Me Quieras (1972)
  • De Pueblo En Pueblo (1972)
  • Buscando Una Sonrisa (1971)
  • El Triste (1970)
  • La Nave Del Olvido (1970)
  • Cuidado (1969)

Referências

  1. «Fallece José José». Telediario Monterrey (em espanhol). 28 de setembro de 2019. Consultado em 28 de setembro de 2019 
  2. «José José estará en 'Betty la Fea'» 
  3. «José José: biografía completa del Príncipe de la Canción (vida, canciones y muerte)». Revista Caras (em espanhol). 1 de setembro de 2020. Consultado em 22 de março de 2021 
  4. «Biografia - José José - Som13 Músicas para ouvir». m.som13.com.br. Consultado em 22 de março de 2021 
  5. País, Ediciones El (29 de setembro de 2019). «'El Triste': el momento que lanzó a la fama a José José en 1970». Verne (em espanhol). Consultado em 22 de março de 2021 
  6. «Biografia de Jose Jose». Letras.com.br. Consultado em 22 de março de 2021 
  7. «¿Quién fue Kiki Herrera, la primera esposa de José José?». DEBATE (em espanhol). Consultado em 22 de março de 2021 
  8. «José José tuvo duros pasajes en su vida marcados por el alcoholismo y las adicciones: "Me manejaron a su antojo".». Azteca Uno (em espanhol). 26 de setembro de 2020. Consultado em 22 de março de 2021 
  9. Cleer, Alida (1 de fevereiro de 2018). «¿Quiénes fueron las esposas de José José? [FOTOS]». AhoraMismo.com (em espanhol). Consultado em 22 de março de 2021 
  10. «Todo lo sucedido tras la muerte de José José». MARCA Claro México (em espanhol). 4 de outubro de 2019. Consultado em 22 de março de 2021 
  11. «José José descansa junto a actores y políticos en Panteón Francés». Excélsior (em espanhol). 31 de outubro de 2019. Consultado em 22 de março de 2021 

Ligações externas editar

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