LZ 127 Graf Zeppelin

O Graf Zeppelin (LZ 127) foi um dirigível fabricado pela empresa Luftschiffbau-Zeppelin GmbH, na Alemanha.

LZ 127 Graf Zeppelin
LZ 127 Graf Zeppelin
LZ 127 Graf Zeppelin em Recife, no ano de 1930
Descrição
Tipo / Missão Dirigível de passageiros
País de origem  Alemanha
Fabricante Luftschiffbau-Zeppelin GmbH
Período de produção 1908-1918
Quantidade produzida 1
Primeiro voo em 18 de setembro de 1928 (95 anos)
Aposentado em 18 de junho de 1937
Tripulação 40
Passageiros 20
Carga útil 60 000 kg (132 000 lb)
Especificações
Dimensões
Comprimento 236,53 m (776 ft)
Diâmetro 30,48 m (100 ft)
Volume 105 000  (3 710 000 ft³)
Propulsão
Motor(es) 5 x motores a pistão Maybach
Potência (por motor) 550 hp (410 kW)
Performance
Velocidade máxima 128 km/h (69,1 kn)

História editar

 
LZ 127 Graf Zeppelin

O primeiro voo aconteceu em 1928, ligando Frankfurt a Nova York, e durou 112 horas.

Em 29 de agosto de 1929, comandado por Hugo Eckener, completou o primeiro voo em redor do mundo ao aterrissar em Lakehurst, Nova Jersey, nos Estados Unidos.

Essa epopeia ao redor do mundo durou 21 dias, iniciada em 8 de agosto, durante os quais percorreu 34 600 km. Saiu da Estação Aeronaval de Lakehurst, estado de Nova Jersey, nos EUA, atravessando o Oceano Atlântico e fazendo sua primeira escala em Friedrichshafen, na Alemanha, depois cruzou a Europa, sobrevoou os Montes Urais e atravessou a Sibéria até alcançar Tóquio, onde fez escala. Posteriormente cruzou o Oceano Pacífico rumo ao Estados Unidos e, em 26 de agosto, depois de 79 horas e 22 minutos de navegação, aterrissou em Los Angeles, Califórnia. Finalmente, em 29 de agosto, retornou a Estação Aeronaval de Lakehurst, seu ponto de partida.[1]

Apesar desse primeiro voo (partida e chegada) ter sido nos Estados Unidos, todos os outros, fizeram rota periodicamente no Brasil, a ponto de na década de 1930 o Graf Zeppelin chegar a ser parte integrante da paisagem carioca.

No Brasil editar

 
Graf Zeppelin sobrevoando a Baía de Guanabara, 25 de maio de 1930

Em seu voo inaugural na rota para da Alemanha para a América do Sul, o "Graf Zeppelin" chegou primeiro ao Recife, atracando no Campo do Jiquiá em 22 de maio de 1930. Em terra, mais de 15 mil pessoas foram assistir ao evento. Para recepcionar a aeronave, passageiros e tripulantes, ao local estiveram presentes o próprio governador do estado de Pernambuco, Estácio Coimbra e o sociólogo Gilberto Freyre. No comando da aeronave estava o Professor Hugo Eckener. Depois dessa escala em Pernambuco, o dirigível partiu para a cidade do Rio de Janeiro, onde chegou em 25 de maio. O primeiro brasileiro a fazer este percurso, da Europa para o Brasil, foi o engenheiro Vicente Licínio Cardoso. Era a primeira viagem de uma longa carreira de voos, tão regulares que, à época, se afirmava que era possível acertar o relógio por eles. Nas viagens ao Brasil, somente na cidade do Recife e do Rio de Janeiro, o LZ-127 fazia paradas, reabastecimento e embarque e desembarque de passageiros e cargas.

O LZ 127 Graf Zeppelin, no período que viajou ao Brasil, sobrevoou vários estados e cidades, como em 1º de julho de 1934, quando passou pelas cidades de Joinville, na época com pouco mais de 40 mil habitantes e São Francisco do Sul, ambas no estado de Santa Catarina, e foi sobrevoada uma segunda vez em 1936, só que pelo LZ-129 Hindenburg.

Ele foi uma única vez para Buenos Aires, no final de junho de 1934. Nesta viagem experimental, sobrevoou por cidades como Porto Alegre, Pelotas e Paranaguá.

Foi na cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal, que a companhia alemã Luftschiffbau Zeppelin GmbH construiu um dos três hangares exclusivos da linha, sendo dois na Alemanha e um terceiro no Brasil, esse inteiramente subsidiado pelo governo brasileiro. Projetado e montado com peças vindas diretamente da Alemanha, ele foi utilizado apenas nove vezes - quatro pelo LZ-127 Graf Zeppelin e cinco pelo famoso LZ-129 Hindenburg, e que explodiu em 1937, nos Estados Unidos.

Especificações editar

Imagens do Graf Zappelin sobrevoando a Holanda em 1929

Tinha 213 m de comprimento, 5 motores, transportava 24 passageiros e cerca de 45 tripulantes e um volume de 105 000 m³, sendo o maior dirigível da história até a data de sua construção em 1928. Sua estrutura era baseada numa carcaça de alumínio, revestida por uma tela recoberta por lona de algodão, pintada com tinta prata, para refratar o calor. Dentro dela, existiam 60 pequenos balões inflados com gás hidrogênio, juntamente com os seus 5 motores Maybach, com 12 cilindros, desenvolvendo até 550 HP (máximo) cada, alimentados com um combustível leve, o Blau Gas e gasolina, que o mantinham no ar, a uma velocidade de até 128 km por hora. Tinha capacidade de carga para até 62 toneladas.

Quem observava de fora a silhueta elegante e inconfundível do Graf Zeppelin, não imaginava o conforto que a gôndola proporcionava para os passageiros. Possuía banheiros, sala de jantar e estar, cozinha, e salas de rádio e navegação. O Graf Zeppelin, contava ainda com 10 camarotes, com dois beliches cada um, que confirmavam a fama de "hotel voador". A passagem, na época, custava 6 590 réis. Não era permitido fumar a bordo durante toda a viagem. Era verificado no embarque se nenhum passageiro portava isqueiros ou fósforos. Somente no advento do LZ-129, com instalações maiores e adequadas foi permitido, de forma muito controlada, fumar em local específico para tal nesse tipo de aeronave.

Desmanche editar

Nenhum acidente foi registrado com o LZ 127 Graf Zeppelin em cerca de uma década de operação. Após a tragédia com o LZ 129 Hindenburg em maio de 1937, ele não mais realizou voos, sendo retirado de operação, até que foi desmanchado em 1940, juntamente com o LZ 130 Graf Zeppelin II e suas estruturas de alumínio foram utilizadas para a confecção de material bélico na Segunda Guerra Mundial.

Ver também editar

Precedido por
Zeppelin LZ1 (Dirigível)
Maior aeronave do mundo
1928 - 1935
Sucedido por
LZ 129 Hindenburg (Dirigível)

Referências

  1. "Flight's End." Revista Time. (em inglês) Página visitada em 27 de agosto de 2012.

Bibliografia editar

  • Botting, Douglas. Dr. Eckener's Dream Machine: The Great Zeppelin and the Dawn of Air Travel. Nova York: Henry Holt & Co., 2001. ISBN 0-8050-6458-3.
  • Brewer, G. Daniel. Hydrogen Aircraft Technology. Boca Raton, Florida: CRC Press, 1991. ISBN 0-8493-5838-8.
  • Brooks, Peter W. Zeppelin: Rigid Airships 1893-1940. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1992. ISBN 1-56098-228-4.
  • Busch, Heinrich. Funkverkehr auf dem Luftschiff LZ 127 Graf Zeppeli. (em alemão), 14 August 2006. Retrieved: 5-7-2008.
  • Dick, Harold G. and Douglas H. Robinson.The Golden Age of the Great Passenger Airships Graf Zeppelin & Hindenburg. Washington, D.C. e Londres: Smithsonian Institution Press, 1985. ISBN 1-56098-219-5.
  • Dick, Harold G. with Douglas H. Robinson. Graf Zeppelin & Hindenburg. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1985. ISBN 0-87474-364-8

Ligações externas editar

 
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