Lapas

localidade e antiga freguesia de Portugal
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Lapas foi uma freguesia portuguesa do concelho de Torres Novas, com 4,96 km² de área[1] e 2 590 habitantes (2011[2]). Densidade: 522,2 hab/km².

Portugal Lapas 
  Freguesia portuguesa extinta  
Igreja Nossa Senhora da Graça - Lapas
Igreja Nossa Senhora da Graça - Lapas
Igreja Nossa Senhora da Graça - Lapas
Símbolos
Brasão de armas de Lapas
Brasão de armas
Localização
Lapas está localizado em: Portugal Continental
Lapas
Localização de Lapas em Portugal Continental
Mapa
Mapa de Lapas
Coordenadas 39° 29' 39" N 8° 33' 15" O
Município primitivo Torres Novas
Município (s) atual (is) Torres Novas
Freguesia (s) atual (is) São Pedro, Lapas e Ribeira Branca
História
Extinção 28 de janeiro de 2013
Características geográficas
Área total 4,96 km²
População total (2011) 2 590 hab.
Densidade 522,2 hab./km²

É conhecida pelas suas belas grutas.

Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União das Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca.[3]

População editar

População da freguesia de Lapas [4]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
744 808 881 1 020 979 1 024 1 072 1 151 1 152 1 264 1 358 1 488 1 441 2 050 2 590
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 346 252 1 133 319 16,9% 12,3% 55,3% 15,6%
2011 480 258 1 464 388 18,5% 10,0% 56,5% 15,0%

Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%

Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%

Caracterízação editar

Lapas era umas das mais recentes freguesia da cidade de Torres Novas. Situava-se a cerca de 2 quilómetros da cidade, tendo uma população de cerca de 2 500 pessoas. Pode dizer-se que o território da antiga freguesia se situa numa cova rodeada por pequenos montes e o Rio Almonda passa mesmo pelo coração da povoação. As árvores predominantes são a oliveira e a figueira e os animais mais vulgares na região são o coelho e a lebre e um vasto número de espécies diferente de pássaros como por exemplo o pardal do telhado, o pintassilgo e o corvo, entre outros.

História editar

Os primeiros registos de uma cultura primitiva na zona de Lapas data de 2000 a.C., a que se seguiram os romanos, os povos bárbaros e os árabes.

O nome Lapas provém das grutas (lapa), que se encontram por debaixo da povoação. Os historiógrafos não chegam a consenso acerca de quem e para que fim foram exploradas estas grutas; uns atribuem aos cristãos que as escavaram para se esconder dos romanos, enquanto outros consideram que foram construídas pelos mouros. O que se sabe realmente é que foi das grutas que se extraiu o tufo com que se edificaram as casas da povoação e o próprio castelo de Torres Novas. As grutas tornaram-se um sítio misterioso com o qual se fizeram muitas lendas que deliciaram o povo mas que hoje, estão a cair no esquecimento da própria população.

No século XVI, o país era ainda um matagal, nesta data recorreu-se ao fogo para desnudar o território português, com isso o solo tornara-se propício para novas culturas como a batata e o milho, tendo todos estes factores contribuído para o desenvolvimento das aldeias e vilas.

Assim aconteceu nas Lapas, a aldeia, à medida que o progresso e desenvolvimento da terra progredia, aumentava também o número de habitantes. Em 1527, segundo Jorge Fernandez, escrivão na Vila de Torres Novas, as Lapas era um centro populacional muito considerado: 114 vizinhos, 1 clérigo e 2 escudeiros (nobres), a que correspondiam a 513 habitantes.

Lapas tornou-se uma aldeia com uma economia baseada na agricultura, sendo os seus frutos mais abundantes o pão o azeite e o vinho.

Numa visão setecentista, os seus conterrâneos consideravam a aldeia com "um bem confuso Labirinto, ruas belas articuladas no coração de um monte, com partes horrendas e outras mais agradáveis, com praças, sótãos, retretes e outras miudezas".

Existem referências que a igreja de Lapas foi mandada ser edificada em 1550 por Marco Lopes mas, antes da sua edificação, sabe-se que já existia naquele local uma pequena capela. A igreja não se pode considerar um estilo arquitectónico único pois ao longo dos anos tem sofrido modificações complexas. Hoje a Igreja de Nossa Senhora da Graça está edificada em cruz latina, sendo decorada com azulejos do século XVII ao longo da nave central e o seu altar decorado com talha dourada assim como vários artigos de arte sacra.

O rio Almonda é considerado um elemento dinamizador, influenciando o crescimento e o desenvolvimento da povoação, foi ele que abasteceu de água potável a agricultura, saúde e higiene públicas. Nas suas margens construíram-se moinhos de água e seus açudes que muito contribuem para a bela imagens paisagística do rio; mais tarde após a revolução industrial foram implantadas fábricas que ofereceram novos postos de trabalho mas, que por outro lado, poluiu o rio.

Lapas pouco se modificou; ainda há pouco tempo era uma freguesia do Concelho e agora foi uma freguesia da cidade de Torres Novas. Existe rede de esgotos, água, electricidade, telefone. A povoação essencialmente agrícola, transformou-se, sendo hoje maioritariamente dedicada à indústria e ao comércio, tendo vindo-se a transformar lentamente num dormitório de Torres Novas. O sector primário é escasso, existindo apenas alguns pequenos agricultores, o sector secundário contabiliza-se apenas com uma fábrica de álcool e outras pequenas indústrias, no sector terciário pode mencionar-se a existência de três cafés, quatro mercearias, duas lojas de roupa e rendilhados.

Apesar das transformações, Lapas ainda conserva hábitos antigos que não a deixa perder a identidade própria.

Património editar

Colectividades editar

Notas e Referências

  1. Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2012.1
  2. INE (2012) – "Censos 2011 (Dados Definitivos)", "Quadros de apuramento por freguesia" (tabelas anexas ao documento).
  3. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I. Acedido a 19/07/2013.
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes

Ligações externas editar