Leila Barros

política e esportista brasileira

Leila Gomes de Barros Rêgo (Taguatinga, 30 de setembro de 1971),[1] também conhecida como Leila do Vôlei (tendo usado este nome como nome político até 2018), é uma política e esportista brasileira. Filiada ao PDT, é, desde 2019, senadora da República pelo Distrito Federal.[4] Anteriormente, foi secretária de Esportes e Lazer de 2015 a 2018.

Leila Barros
Leila Barros
Senadora pelo Distrito Federal
Período 1º de fevereiro de 2019
até a atualidade
Secretária de Esportes e Lazer do Distrito Federal
Período 1º de janeiro de 2015
até 6 de abril de 2018
Governador Rodrigo Rollemberg
Dados pessoais
Nome completo Leila Gomes de Barros Rêgo[1]
Nascimento 30 de setembro de 1971 (52 anos)[1]
Taguatinga, Distrito Federal, Brasil[1]
Nacionalidade brasileira
Esposo Emanuel Rego
Partido PRB (2013-2018)
PSB (2018-2021)
Cidadania (2021-2022)
PDT (2022-presente)
Profissão atleta
[2][3]
Leila Barros
Informações pessoais
Modalidade Voleibol
Compleição Altura: 1,79 m
Medalhas
Jogos Olímpicos
Bronze Atlanta 1996 Equipe
Bronze Sydney 2000 Equipe
Copa do Mundo de Voleibol
Prata Japão 1995 Equipe
Bronze Japão 1999 Equipe
Jogos Pan-Americanos
Ouro Winnipeg 1999 Equipe
Grand Prix de Voleibol
Ouro Xangai 1994 Equipe
Ouro Xangai 1996 Equipe
Ouro Hong Kong 1998 Equipe
Ouro Reggio Calabria 2004 Equipe
Prata Xangai 1995 Equipe
Prata Yu Xi 1999 Equipe
Bronze Manila 2000 Equipe
Jogos Sul-Americanos
Ouro Valencia 1999 Equipe

Como jogadora de vôlei na Seleção Brasileira de Voleibol Feminino, Barros obteve as medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de 1996 e de 2000. Em 1999, recebeu medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Por duas edições, foi designada a melhor jogadora do Grand Prix de Voleibol.[5][6] Posteriormente, atuou no vôlei de praia e foi comentarista esportiva antes de iniciar sua carreira política.

Família e início da vida editar

Nascida em Taguatinga, uma região administrativa do Distrito Federal, Barros é filha do mecânico Francisco e da dona de casa Francisca. Seus pais se mudaram do Ceará para a capital federal durante a década de 1970. Barros tem um irmão mais novo, o músico Marcelo Cram.[1]

Nos centros educacionais públicos de Taguatinga, Barros foi incentivada a jogar vôlei pelo professor de Educação Física. Aos treze anos de idade, se mudou para o Plano Piloto, para estudar em um colégio particular, onde recebeu uma bolsa de estudos, depois que a freira irmã Stella a viu jogando em um campeonato escolar. Até completar os estudos, a freira abrigou Leila em um quartinho do colégio e levava almoço para ela.[7]

Aos 17 anos, Barros foi sozinha participar de uma seletiva no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, passou no teste e iniciou sua carreira como atleta.

Barros é casada com o também atleta Emanuel Rego, que conheceu enquanto jogava vôlei de praia. Eles têm um filho juntos, Lukas.[8]

Carreira esportiva editar

 
Leila jogando vôlei de praia, em 2007

Barros mantinha como esportes favoritos o vôlei e o handebol. Enquanto estudava e incentivada por seu professor de educação física, começou a jogar vôlei.[1] Em 1988, iniciou a carreira profissional no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em 1990, foi aceita na Seleção Brasileira de Voleibol Feminino.[8]

Como atleta, Barros tinha os longos saltos como uma de suas características mais marcantes em quadra. Ela jogava na posição de ponta.[2] Ao longo de sua carreira, atuou pelas equipes MRV/Suggar, BCN, L'Ácqua di Fiori, Leites Nestlé, Flamengo, Força Olímpica/Brasil Telecom e Rexona-Ades.[9]

Em 1992, Barros integrou a Seleção Brasileira de Voleibol Feminino que competiu nos Jogos Olímpicos de Barcelona. No entanto, considerada inexperiente, não jogou, permanecendo na reserva.[10] Obteve as medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 e de Sydney em 2000. Nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg em 1999, recebeu a medalha de ouro.[11]

Barros foi escolhida a melhor jogadora do Grand Prix de Voleibol feminino nas edições de 1996 e 1998.[5][6][12] Em 2000, foi nomeada a atleta feminina do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB).[13]

Em 2001, Barros passou a competir no vôlei de praia. Em 2002, formou uma dupla com Sandra Pires.[14] Deixou a modalidade em 2003 e, no ano seguinte, anunciou que não voltaria a jogar na Seleção Brasileira de Voleibol Feminino após o técnico José Roberto Guimarães não convocá-la para os Jogos Olímpicos de Verão de Atenas, em 2004.[15]

Barros trabalhou como comentarista de jogos de vôlei no SporTV, da Rede Globo, no Rio de Janeiro. Em 2006, voltou a residir no Distrito Federal.[16] Alguns anos depois, ao lado da ex-líbero da Seleção Brasileira Ricarda Lima, iniciaram projetos sociais fomentando o esporte no Distrito Federal, como: o Projeto socioeducativo esportivo, em parceria com o Terceiro Setor; o Modelando a Vida, voltado à capacitação das mães dos jovens que faziam atividades esportivas;[17] e o Brasília Vôlei, que se tornou um time de alto rendimento que representa a cidade nas competições.[18]

Em 2015, Leila foi membro da Comissão Nacional de Atletas, que atua em defesa dos interesses dos esportistas brasileiros nas discussões que norteiam o setor. Durante três anos, também fez parte do Conselho Nacional do Esporte, colegiado de assessoria ao Ministro do Esporte no desenvolvimento de políticas em prol do desporto nacional.[19]

Títulos editar

Prêmios Internacionais editar

Prêmios nacionais editar

  • Campeã Mineira pelo Minas Tênis Clube, em 1991, 1992, 1993 e 1994
  • Campeã Paulista – Leites Nestlé, em 1998
  • Campeã Brasileira – L’Áqua di Fiori, em 1993, Flamengo, em 2000 e Rexona, em 2004 e 2005
  • Campeã Estadual do Rio – Flamengo, em 2000, Rexona, em 2004 e 2005

Premiações individuais editar

  • Melhor jogadora da BCV Cup, em 1995
  • Melhor jogadora do Grand Prix, em 1996 e 1998[5][6]
  • Melhor atacante da Copa do Mundo do Japão, em 1996
  • Melhor atleta feminina do Brasil, na modalidade Voleibol, eleita pelo COB, em 2000

Clubes editar

Clube País De Até
  Minas Tênis Clube   Brasil 1988 1992
  L'Acqua di Fiori/Minas   Brasil 1992 1995
  BCN/Guarujá   Brasil 1995 1996
  MRV-Suggar/Minas   Brasil 1996 1998
  Leites Nestlé   Brasil 1998 1999
  C.R. Flamengo   Brasil 1999 2001
  Brasil Telecom/Força Olímpica   Brasil 2003 2004
  CRexona/Ades   Brasil 2004 2005

Carreira política editar

 
Barros em 2016

Secretaria de Esporte e Lazer editar

Nas eleições de 2014, Barros concorreu a um assento na Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB). Com 11.125 votos, ou 0,73% dos votos válidos, foi a segunda mais votada de seu partido e a vigésima oitava no geral, obtendo a primeira suplência. Após a eleição, declarou que não descartaria concorrer novamente a um cargo público eletivo.[20][21] Em dezembro de 2014, o governador eleito Rodrigo Rollemberg anunciou a designação de Barros para seu governo, como secretária de Esportes e Lazer do GDF, tornou-se a primeira mulher a exercer o cargo, ficando até 2018.[22]

Senado Federal editar

Em março de 2018, Barros desfiliou-se do PRB, logo depois ingressando no Partido Socialista Brasileiro (PSB), cuja liderança distrital a incentivava a concorrer à Câmara dos Deputados ou ao Senado.[23] Optou eventualmente por concorrer ao Senado, liderando as pesquisas de opinião.[24] Durante a campanha, defendeu o corte de "privilégios" e a redução nos gastos dos parlamentares.[25] Em outubro, foi eleita com 467,5 mil votos, ou 17,76%, sendo a mais votada daquela eleição.[26] Foi a primeira mulher a ser eleita ao Senado pelo Distrito Federal, além disso, em sua chapa foi acompanhada pela Leany Lemos, sua 1ª suplente.[8]

Empossada no Senado em fevereiro de 2019, Barros foi eleita para ocupar a 4ª suplência da Mesa Diretora do Senado, sendo a única mulher do colegiado.[27] Durante a disputa pelo comando da casa, defendeu o voto aberto na escolha do presidente e confirmou voto no senador José Reguffe.[28] Como senadora, integrou o Bloco Parlamentar Senado Independente, foi líder da Bancada do Distrito Federal, até maio de 2021, e é a atual Procuradora da Mulher no Senado.[29][30]

Candidatura ao governo do Distrito Federal editar

Em 2022, Barros ingressou no Partido Democrático Trabalhista (PDT) e se candidatou ao governo do Distrito Federal. Em outubro daquele ano, não foi eleita, obtendo 79.597 votos, 4,81% do total, ficando na quinta colocação.[31]

Condecorações editar

Insígnia País Honra Data
  Brasil Grande Oficial da Ordem de Rio Branco 21 de novembro de 2023[32]

Referências

  1. a b c d e f «Biografia de Leila Barros». Biografia de Leila Barros. Leila Barros. Consultado em 29 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 15 de outubro de 2019 
  2. a b «Sydnei 2000: Livre para defender». Folha de S. Paulo. 2000. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  3. «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais: LEILA DO VÔLEI». Tribunal Superior Eleitoral. 2018. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  4. Patriolino', 'Luana. «Leila Barros formaliza filiação ao Cidadania nesta quinta-feira (19/8)». Política. Consultado em 10 de setembro de 2021 
  5. a b c «Leila é eleita melhor jogadora do torneio». Folha de São Paulo. 30 de setembro de 1996. Consultado em 12 de outubro de 2023 
  6. a b c «Em 1 mês, Brasil vai 'do inferno ao céu'». Folha de São Paulo. 14 de julho de 1998. Consultado em 12 de outubro de 2023 
  7. «LEILA BARROS: Um Quadro político que nasceu nas quadras do povo». Consultado em 15 de julho de 2022 
  8. a b c Marcos Amorozo (7 de outubro de 2018). «Leila do Vôlei é a primeira mulher eleita para o Senado no Distrito Federal». Correio Braziliense. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  9. Rubio, Katia (5 de novembro de 2015). Atletas olímpicos brasileiros. [S.l.]: Editora SESI - Serviço Social da Indústria. 648 páginas. ISBN 9788550412801 
  10. «LEILA BARROS». Comitê Olímpico Brasileiro. 2020. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  11. «Olimpíadas 2004: Estrela do Brasil». Uol. 2004. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  12. «Do Brasil, marido empurra Leila no Mundial feminino». Uol. 9 de novembro de 1998. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  13. «Leila quer ser melhor do mundo». Folha de Londrina. 24 de outubro de 1998. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  14. Luís Edmundo Araújo e Leandro Pimentel (3 de dezembro de 2001). «A nova praia de Leila». Terra. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  15. «Leila Barros deixa a seleção de vôlei do Brasil». Efe. Uol. 27 de julho de 2004. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  16. «Por onde anda? Leila Barros». WCB, o vôlei levado a sério. 10 de abril de 2012. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  17. (11 de março de 2016). «Oficina de costura gera renda para 25 mulheres em situação de risco social». Acervo. Consultado em 15 de julho de 2022 
  18. Batista, Bruno. «Brasília Vôlei de Leila e Ricarda». www.terracap.df.gov.br. Consultado em 15 de julho de 2022 
  19. «Ministério do Esporte». arquivo.esporte.gov.br. Consultado em 15 de julho de 2022 
  20. Lucas Nanini (6 de outubro de 2014). «'Derrotados' nas urnas no DF, Iranildo e Leila não descartam nova eleição». G1. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  21. «Eleições 2014: apuração DF». Uol. 2014. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  22. «Rollemberg corta 15 secretarias no DF e 'Leila do Vôlei' assumirá pasta». Uol. 15 de dezembro de 2014. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  23. Caio Barbieri e Mandela Alcântara (31 de março de 2018). «Insatisfeita no PRB, Leila Barros deixa sigla e deve se filiar ao PSB». Metrópoles. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  24. «Pesquisa Datafolha para o Senado no DF: Leila, 29%; Izalci, 23%; Cristovam, 22%». G1. 4 de outubro de 2018. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  25. Mandela Alcântara e Caio Barbieri (21 de setembro de 2018). «Leila do Vôlei: "Estou focada em ser a primeira mulher senadora do DF"». Metrópoles. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  26. «Eleições 2014: apuração DF». Uol. 2018. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  27. «Senado conclui votação da Comissão Diretora para biênio 2019-2020». Senado. 6 de fevereiro de 2019. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  28. Caio Barbieri e Larissa Rodrigues (2 de fevereiro de 2019). «Da bancada do DF, Reguffe surpreende com 6 votos ao comando do Senado». Metrópoles. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  29. Marcelo Gomes (6 de julho de 2020). «Senadores do Esporte: Leila Barros e as grandes sacadas na política esportiva». ESPN. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  30. «Leila Barros - DF». Senado Federal do Brasil. 2020. Consultado em 2 de agosto de 2020 
  31. «Eleições 2022 - apuração - Governador DF». O Globo. 5 de outubro de 2022. Consultado em 5 de outubro de 2022 
  32. «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 220, terça-feira, 21 de novembro de 2023». Imprensa Nacional. 21 de novembro de 2023. p. 11. Consultado em 23 de janeiro de 2024 

Ligações externas editar