Márcia Freire

cantora brasileira

Márcia Freire (Salvador, 20 de dezembro de 1969) é uma cantora brasileira considerada um dos maiores ícones do gênero musical conhecido por Axé Music.

Márcia Freire
Informação geral
Nome completo Márcia Freire
Também conhecido(a) como Furacão Loiro
Nascimento 20 de dezembro de 1969 (54 anos)
Origem Salvador, Bahia Bahia
País  Brasil
Gênero(s) Axé, samba reggae, frevo
Instrumento(s) Vocal
Período em atividade Cantora / Empresária
Outras ocupações Empresária
Gravadora(s) Sony Music
Afiliação(ões) Cheiro de Amor
Ex-integrantes Carla Visi
Alinne Rosa

Foi vocalista durante 13 anos da banda Cheiro de Amor (1986-1996/2000-2003)[1] onde lançou 12 discos que venderam cerca de 7 milhões de cópias. Emplacou diversas músicas na banda entre elas: "Auê", "Rebentão", "Canto ao Pescador" , "É O Ouro", "Doce Obsessão" , "Lero-Lero", "Pureza da Paixão" , entre outras . Atualmente está na carreira solo , onde lançou 4 discos e emplacou nacionalmente a canção "Vermelho". Uma das principais cantoras surgidas com o Axé music, Márcia Freire já era um fenômeno de popularidade na Bahia antes do surgimento de Daniela Mercury e Ivete Sangalo no cenário musical.

Biografia editar

Márcia Freire iniciou sua carreira cantando em barzinhos de Salvador ao lado de grandes ícones da música baiana como Daniela Mercury (que também chegou a fazer teste para vocalista da Banda Cheiro de Amor, mas por ter ficado grávida de seu primeiro filho, acabou desistindo) Sarajane e Netinho.

Márcia foi convidada para substituir Laurinha Arantes (que partiu para cantar na Banda Novos Bárbaros) e assumir o cargo de vocal feminino da então Banda Pimenta De Cheiro, ao lado de Caco, banda que logo seria rebatizada com o nome do bloco a que pertencia: Banda Cheiro De Amor.

Logo no primeiro disco a banda emplacou alguns sucessos em todo o nordeste, como os hits "Baiana Merengueira", "Tema do Cheiro de Amor", "Que Arerê" e "Dançar Merengue". Em 1988 a banda estoura em todo norte-nordeste com o disco "Salassiê", que emplaca "Roda Baiana" e "Salassiê". Mas foi em 1989 com o lançamento do disco "Festa" que a banda ficou conhecida nacionalmente, já que a canção "Auê", estourou em todo o território nacional. Com isso Márcia Freire tornou-se uma das principais figuras femininas do Carnaval de Salvador entre os anos de 1985 e 1995 ao lado de nomes como Marinêz (Banda Reflexu's), Janete & Jaciara (Banda Mel/Gente Brasileira) Sarajane (que já havia estourado para todo o Brasil) Márcia Short & Alobêned (Banda Mel, 2º formação) Margareth Menezes, Simone Moreno, Silvinha Torres e Daniela Mercury, transformando a Banda Cheiro De Amor em uma das maiores bandas da Bahia.

Em 1990 veio o disco "Suingue" que emplacou a canção "Rebentão", sendo a primeira música da banda a conseguir o primeiro lugar na Parada Oficial Brasileira. Em 1991 o quinto disco "É O Ouro", nesse disco está um dos maiores sucessos de toda a carreira do grupo, a faixa "Canto Ao Pescador", referência musical quando se fala em Cheiro de Amor. No ano de 1992 é lançado o disco "Bahia", que emplaca duas canções a nível nacional: "Doce Obsessão" e "Mente e Corpo".

Márcia se destacou no começo do estouro da axé music pelo estilo esfuziante e inquieto, dando liga a mistura de frevos, merengues e galopes proposta pelo som da Banda Cheiro que trazia uma forte influência do frevo pernambucano alinhada à guitarra baiana, tornando o ritmo futuramente conhecido como "axé" mais comercial. Isso fez com que o sucesso chegasse de forma explosiva ao sudeste do país, lotando casas no eixo Rio-São Paulo. A Banda Cheiro de Amor participou dos principais programas de televisão do Brasil como Cassino do Chacrinha, Globo de Ouro, Xuxa e Domingão do Faustão.

Com o sucesso da banda, o bloco Cheiro de Amor permaneceu por algum tempo como um dos mais caros e disputados do carnaval de Salvador ao lado do bloco Camaleão, puxado pela Banda Chiclete com Banana. A Banda Cheiro foi a primeira banda baiana a lançar um disco ao vivo. Gravado em São Paulo durante 3 noites na extinta casa de shows Olympia e lançado 1993, o disco foi o mais vendido do ano, obtendo enorme sucesso comercial e emplacando um dos maiores clássicos do grupo, a música "Lero Lero". Naquele mesmo ano, por conta de divergências profissionais, Serginho - que ocupou o lugar de Caco e dividia com Márcia o posto de vocalista principal - deixaria a banda. Ainda em 93 é lançado o disco "Adrenalina", com duas canções que ficaram entre as dez músicas mas tocadas do país nas rádios: "Pureza da Paixão" e "Adrenalina".

Em 1994 é lançado o álbum "Fantasia", um trabalho com repercussão menor, apenas a canção "Macarena" fez sucesso nacional. No ano de 1995 após o lançamento do décimo disco da banda, "Agitando Todas", que teve o hit "Pega no Balanço", Márcia anuncia sua saída do grupo, pelo desejo de seguir em carreira solo.

Márcia comandou a Banda Cheiro ao lado de Caco (até 1991) e depois ao lado de Serginho (até 1993) que depois viria a ser vocalista da Banda Pimenta N'ativa, outro projeto pertencente ao mesmo Grupo Cheiro.

Márcia Freire e Ivete Sangalo são as duas artistas que mais colecionam prêmios de Melhor Cantora do carnaval da Bahia, além de estatuetas de Melhor Música e Melhor Bloco. Durante cinco anos consecutivos, entre 1993 a 1996, Márcia Freire foi eleita a Melhor Cantora do Carnaval de Salvador. Em 2001 venceu o prêmio Dodô & Osmar de “Destaque Feminino no Carnaval”. Devido a sua energia contagiante nos palcos e trios elétricos, Márcia foi apelidada pelos fãs e radialistas de "Furacão Loiro".

Em 1996 inicia sua carreira solo, Márcia Freire gravou quatro discos, "Márcia Freire" (1996) , "Maravilha " (1997) , "Gente Boa" (1999) e "Timbalayê" (2000). Conquistando um disco de ouro e emplacando nacionalmente o sucesso "Vermelho" (também gravado e lançado na mesma época pela cantora Fafá de Belém) que, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, foi uma das músicas mais executadas nas rádios do Brasil no ano de 1996.

Márcia Freire já teve músicas incluídas em trilhas sonoras de produções da Rede Globo De Televisão e foi duas vezes convidada do projeto fonográfico "Casa De Samba" comandado por Rildo Hora. No "Casa De Samba - Volume 02", Márcia cantou ao lado do grupo Noite Ilustrada o clássico "Volta Por Cima" e no quarto volume da série ela interpretou ao lado do cantor Bebeto a clássica "O Meu Amor Chorou".

Apenas os dois primeiros trabalhos solo obtiveram certo destaque, os seguintes, lançados por duas gravadoras diferentes (Abril Music e Paradoxx), não chegaram a emplacar nenhum hit a nível nacional.

Por conta de um processo trabalhista e um acordo judicial, Márcia retornou à Banda Cheiro de Amor no final do ano 2000, onde lançou mais dois discos: "Tô na Multidao" (2001) e "Ballet de Rua" (2002) que apesar da boa divulgação por parte das gravadoras (o trabalho de 2001 foi distribuído pela Globo Polydor) não obteve grande êxito. Márcia entrou com data certa para sair: ela deixaria novamente o posto em 2003 para que uma nova vocalista assumisse, sendo a então novata Alyne Olliveira, que mais tarde viría a se chamar Alinne Rosa.

Hoje Márcia continua cantando em carreira solo, lançando músicas esporadicamente e se apresentando em eventos especiais, sempre com um repertório cheio de hits relembrando sua fase áurea na Banda Cheiro de Amor. Fora do carnaval da Bahia a cerca de 4 anos, em 2016 ela voltou a se apresentar na capital no comando de um trio independente, percorrendo o circuito Barra, desde de então está presente em todos os anos na folia.

Em 2018 lançou o single “Malembá” que deu origem ao seu novo trabalho de estúdio, que contém cinco canções inéditas, que marca o retorno de Márcia com um álbum de inéditas, algo que nao ocorria desde do ano de 2002, quando lançou o album “Ballet de Rua” pela banda Cheiro de Amor.

Além do single “Malembá” esse que ganhou um clip gravado na capital baiana, trouxe as canções “Cola ou não cola”; “Axeggaeton” e as baladas “Só quero te fazer feliz” que ganhou uma versão com o cantor Saulo Fernandes e “Agora é passado” essa com o cantor Venezuelano Labarca.

Esse novo trabalho de Marcia ganhou destaque nas plataformas digitais como o Spotify e Deezer e chegou a 50 mil acessos, a canção “Malembá” entrou na lista das 20 melhores músicas do carnaval de 2019 pelo site Correio 24 horas.


Carnaval de Salvador editar

Blocos no Carnaval editar

Circuito Campo Grande editar

Circuito Barra/Ondina editar

  • 1997 - Bloco Auê
  • 1997 - Bloco Fissura
  • 1997 a 2000 - Bloco Alô Inter
  • 2001 a 2003 - Bloco A Barca
  • 2004 - Bloco Alô Inter
  • 2004 a 2005 - Bloco Tê tê tê
  • 2005 a 2006 - Bloco Tô Ligado
  • 2009 - Arrastão do Furacão
  • 2012 - Os Mascarados
  • 2016 - Bloco sem Cordas
  • 2019 - Bloco sem Cordas

Prêmio Dôdo e Osmar editar

  • 1986 - Cantora Revelação
  • 1991 - Melhor Música "Auê"
  • 1992 - Melhor Cantora - Melhor Bloco - Melhor Música "Rebentão"
  • 1993 - Melhor Cantora - Melhor Bloco - Melhor Música "Canto ao Pescador"
  • 1994 - Melhor Cantora - Melhor Bloco - Melhor Música "Lero Lero"
  • 1995 - Melhor Cantora
  • 1996 - Melhor Cantora - Hit do Carnaval "Pega no Balanço"
  • 1997 - Melhor Bloco Alternativo "Bloco Auê" - Melhor Música "Vermelho"
  • 1999 - Melhor Puxadora de Trio Elétrico
  • 2001 - Melhor Destaque Feminino
  • 2002 - "Hour Concour"
  • 2003 - "Melhor Figurino"
  • 2005 - Melhor Destaque Femino

Discografia editar

Como vocalista da Banda Cheiro De Amor - (1985 a 1996/2001 a 2003) editar

ANO ÁLBUM GRAVADORA VENDA
1985 Banda Pimenta De Cheiro RGR 35.000
1988 Salassiê Polygram / Universal Music 120.000
1989 Festa Polygram / Universal Music 250.000
1990 Swíngue Polygram / Universal Music 350.000
1991 É O Ouro Polygram / Universal Music 420.000
1992 Bahia Polygram / Universal Music 750.000
1993 Banda Cheiro De Amor Ao Vivo Polygram / Universal Music 600.000
1993 Adrenalina Polygram / Universal Music 1.200.000
1994 Fantasia Polygram / Universal Music 400.000
1995 Agitando Todas Polygram / Universal Music 350.000
2001 Tô Na Multidão Universal Music 50.000
2002 Ballet De Rua Indie Records 45.000

Em Carreira Solo - (1996 a 2000) (2003 e atualmente)

ANO ÁLBUM GRAVADORA VENDA
1996 Márcia Freire Polygram / Universal Music 250.000
1997 Maravilha Polygram / Universal Music 200.000
1999 Gente Boa Paradoxx Music/Universal Music 50.000
2000 Timbalaiê Abril Music 35.000
2005 Ao vivo em São Paulo Furacão Loiro
2006 Vou nesse Batuque Furacão Loiro
2009 Bacana Beleza Furacão Loiro
2010 Ao vivo em Salvador Furacão Loiro
2013 Perdidos da Lua Furacão Loiro
2017 A terra vai tremer Furacão Loiro
2018 Malembá Furacão Loiro
2020 Só quero te fazer Feliz Furacão Loiro

Referências

  1. «Dados artísticos». dicionariompb.com.br. Consultado em 23 de agosto de 2019 

Ligações externas editar