Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mamon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também o anticristo, devorador de almas, e um dos sete príncipes do Inferno.[carece de fontes?] Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de pássaro negro (semelhante ao abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.

Mamon de Collin de Plancy

História editar

Na era pré-cristã eram cultuados muitos deuses. Mamon, contudo, não era o nome de uma divindade e sim um termo de origem hebraica que significa dinheiro, ou bens materiais. No Evangelho, a palavra é utilizada quando afirma que não é possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16:13). O termo, no texto original, também é citado no Evangelho de Mateus:

«Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem corroem e onde ladrões não minam nem roubam: Para onde está o teu tesouro, aí estará o seu coração também. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.» (Mateus 6:19–24)

Desta forma Mamon acabou por tornar-se, ao longo da história, e devido às diversas traduções da Bíblia, a representação de uma entidade diabólica, satânica ou demoníaca.

Literatura editar

Para Milton, em sua obra Paraíso Perdido, Mamon é um demônio que constrói para Satã um palácio com veios de ouro ardente. Já Goethe, na primeira parte de Fausto, utiliza a palavra em ambos os sentidos de "ouro" e de "entidade demoníaca".

Somerset Maugham na sua obra Maquiavel e a Dama refere ser possível servir a Deus e a Mammon quando, no enredo, o Papa e seu filho conseguem matar dois membros da família Orsini (Itália) — Paolo Orsini e o Cardeal Orsini — seus inimigos pessoais beneficiando assim dos favores de César Bórgia e ao mesmo tempo eliminando dois inimigos da Igreja católica.

Referências

Ligações externas editar