Mangsong Mangtsen (em tibetano: མང་སྲོང་མང་བཙན, também conhecido como Trimang Löntsen e Khri-mang-slon-rtsan, reinou entre 650 e 676). Ascendeu ao trono após a morte de seu avô, Songtsen Gampo, e é considerado pelos antigos textos o segundo imperador do recém-criado Império Tibetano. [1]

Mangsong Mangtsen
མང་སྲོང་མང་བཙན

2º Monarca do Império Tibetano
35º Tsanpo de Bod
Reinado 650–676
Antecessor(a) Songtsen Gampo
Sucessor(a) Tridu Songtsen
Morte 676
Esposa Thrimalö
Pai Gungsong Gungtsen

Como o único filho de Songtsen Gampo, Gungsong Gungtsen havia morrido cedo aos 18 anos sem completar o rito sucessório em 649, foi sucedido por seu neto Mangsong Mangsten ainda bebe. O poder real foi deixado nas mãos do Lönchen (regente) Gar Tongtsen (Mgar-srong-rtsan, ou às vezes identificado apenas por mGar). [2]

Atividades políticas e militares editar

As relações entre a China e o Tibete começaram a se acirrar durante seu reinado, quando o Lönchen Tongtsen começou a expandir para o território da China Tang. [2]

O Império Tibetano então consolidou o controle sobre todo o planalto, controlando tanto Tuyuhun ('Aza) ao leste quanto Zhangzhung a oeste. [3] Antecipando o confronto, em 658, os Tang passaram a controlar Hotan e Kucha e estabeleceram protetorados até Sogdia e Caxemira. [4]

Algum tempo antes de 662, as forças tibetanas haviam cooptado os turcos ocidentais e juntos começaram a atacar os protetorados Tang. Eles atacaram Kashgar em 663 e Hotan em 665. Em 667, os turcos Nushibi da aldeia On oq submeteram-se ao Tibete, que também controlava o vale estratégico de Wakhan. [4] [5]

Entre 665-670 Hotan foi derrotada pelos tibetanos, e uma longa série de conflitos se seguiram com a Dinastia Tang. Na primavera de 670, o Tibete atacou os territórios chineses remanescentes na Bacia do Tarim ocidental (ver Batalha do Rio Dafei). Com tropas de Hotan, Mangsong e seus aliados conquistaram Aksu, a partir deste momento os Tang abandonaram a região, encerrando duas décadas de controle chinês. Dessa forma os exércitos sobre controle tibetano ganharam o controle de todas as Quatro guarnições de Anxi na Bacia do Tarim em 670 e as mantiveram até 692, quando os chineses finalmente conseguiram recuperar esses territórios. [6] [7] [4]

Morte e sucessão editar

De acordo com os anais tibetanos, Mangsong Mangsten morreu em 676, mas algumas fontes dizem que os tibetanos mantiveram a morte em segredo por três anos para que os chineses não soubessem que estavam sem um líder. [8] Os chineses registram sua morte em 679. [9] Ele foi enterrado no cemitério real perto de Yarlung. [10]

Mangsong foi sucedido por seu filho, Tridu Songtsen. Os Anais Tang dizem que 'Dus-srong tinha nove anos em 679, nasceu, portanto, em 670. Devido à sua tenra idade, Gar Tridring (Khri 'bring), filho de Gar Tongtsen foi designado Lönchen. [11]

Precedido por
Songtsen Gampo
  35º Tsanpo do Tibete
650 – 676
Sucedido por
Tridu Songtsen


Referências

  1. Rahul, Ram (1997). Central Asia:. An Outline History (em inglês). [S.l.]: Concept Publishing Company, p. 26 
  2. a b Unzer, Emiliano (2019). História da Ásia. [S.l.]: Amazon, p. 195 
  3. Halkias, Georgios T. (2012). Luminous Bliss:. A Religious History of Pure Land Literature in Tibet (em inglês). [S.l.]: University of Hawaii Press, p. 35 
  4. a b c Cha, Yongku (2020). The Borderlands of China and Korea:. Historical Changes in the Contact Zones of East Asia (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield, p. 193 
  5. Baumer, Christoph (2018). The History of Central Asia:. 4-volume set (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing, p. 267 
  6. Bajpai, Shiva Chandra (1981). Kinnaur in the Himalayas:. Mythology to Modernity (em inglês). [S.l.]: Concept Publishing Company, p. 55 
  7. Bueno, André; Crema, Everton; Tonet, Dulceli; Neto, José Maria (2018). Diversos Orientes. [S.l.]: Sobre Ontens, p. 35 
  8. Shakabpa, Tsepon Wangchuk Deden (2010). One Hundred Thousand Moons:. An Advanced Political History of Tibet (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 126 
  9. Lee, Don Y. (1981). The History of Early Relations Between China and Tibet:. From Chiu Tʻang-shu, a Documentary Survey (em inglês). [S.l.]: Eastern Press, pp. 20-21 
  10. Krupp, E. C. (1997). Skywatchers, Shamans & Kings:. Astronomy and the Archaeology of Power (em inglês). [S.l.]: Wiley, p. 88 
  11. Powers, John; Templeman, David (2012). Historical Dictionary of Tibet (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press, p. 432