Marie-Louise O'Murphy

cantora francesa

Marie-Louise O'Murphy (também conhecida como Mademoiselle de Morphy, La Belle Morphise, Louise Morfi ou Marie-Louise Morphy de Boisfailly (Ruão, 21 de outubro de 1737Paris, 12 de dezembro de 1814), foi uma cortesã e cantora francesa, e amante do rei Luís XV de França.

Marie-Louise O'Murphy
Marie-Louise O'Murphy
Луиза О’Мерфи на картине Франсуа Буше, 1752
Nascimento 21 de outubro de 1737
Ruão
Morte 11 de dezembro de 1814 (77 anos)
Paris
Sepultamento Paris
Cidadania França
Cônjuge Jacques Beaufranchet
Filho(a)(s) Adélaïde de Saint-André, Louis Charles Antoine de Beaufranchet
Ocupação cantora
Instrumento voz

Biografia editar

Quinta filha de um oficial irlandês, que se instalara como sapateiro em Ruão. Depois da sua morte, a mãe levou a menina a Paris. Ali atuou como cantora, como a irmã mais velha, Victoire.

Aos catorze anos de idade posou para um famoso retrato nu do artista francês François Boucher, em 1752. Sua beleza logo atraiu a atenção de um dos oficiais de Louis XV, Dominique Guillaume Lebel, que a introduziu na corte como uma das cortesãs reais, logo se tornando uma das favoritas. Deu ao rei, em 1754, uma filha bastarda.[1]. Alguns autores sustentam que com o rei também era mãe do General Louis Charles Antoine de Beaufranchet - mas este nasceu em 1757, dois anos após seu casamento com Jacques de Beaufranchet, em novembro de 1755 - após o fim de seu relacionamento real.

Este casamento foi arranjado depois que cometera um erro comum às cortesãs, que foi o de tentar substituir a amante oficial. Por volta de 1754 ela tentou a já antiga favorita do rei, Madame Pompadour, numa estratégia infeliz que resultou em sua rápida queda da corte.

Ficando viúva do conde Beaufranchet, morto na batalha de Rossbach, veio a se casar outras duas vezes: a segunda com François-Nicolas Lenormand, conde de Flaghac, com quem teve uma filha, e pela terceira em 1798 com Louis Philippe Dumont, deputado de Calvados na Convenção Nacional, trinta anos mais novo. Este consórcio durou menos de um ano e terminou em divórcio.

Casanova editar

A história de Louison (como também foi conhecida O'Murphy), também foi documentada por Giacomo Casanova, em suas memórias. Ali descreve minuciosamente seu encontro com a cortesã, numa recepção durante sua primeira viagem a Paris. Nesta ocasião o aventureiro registrou que lhe foi oferecida a aquisição de uma pintura da bela cortesã, deitada num sofá, executada "...por um pintor alemão".

Casanova consignou em suas memórias:

«O habilidoso artista posicionou suas pernas e coxas de modo que o observador fique com o desejo de ver mais. Eu fiz escrever abaixo: O-Morphi, palavra que não é homérica, mas nem por isso deixa de ser grega. Ela significa Beleza[2] »

A Moça deitada editar

Diversas pinturas, derivadas do quadro de François Boucher, retratam a versão feita da jovem O'Murphy, algumas pelo próprio artista. A versão que ilustra o verbete, intitulada L'Odalisque Blonde (A odalisca loura), de 1752, pertence atualmente à Antiga Pinacoteca, Munique, Alemanha. Diversos artistas produziram cópias deste quadro.

Galeria editar

Notas editar

  1. Que era Agathe Louise de Saint-Antoine de Saint-André (1754-1774) noiva, em 1773, de René-Jean-Mans de La Tour du Pin, marquês de Charce, (1750-1781)
  2. Livre tradução para: L’habile artiste avait dessiné ses jambes et ses cuisses de façon que l’œil ne pouvait pas désirer de voir davantage. J’y ai fait écrire dessous : O-Morphi, mot qui n’est pas homérique, mais qui n’est pas moins grec. Il signifie Belle.

Bibliografia editar

  • Giacomo Casanova, Histoire de ma vie, F.A. Brockhaus, Wiesbaden e Plon, Paris 1960-1961 .
  • Alexander Schulz, Louison O'Morphy - Bouchers Model fǚr das "Ruhende Mädchen", Isny, Andreas Shultz, 1998.
  • Camille Pascal, Le goût du roi : Louis XV et Marie-Louise O'Murphy, Paris, Librairie Académique Perrin , 2006.